A Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente autoridades públicas e adversários políticos. Segundo a PF, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — ex-diretor da Abin — e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, estão entre os mais de 30 indiciados pelo esquema.

Eles são acusados de usar a estrutura da agência para monitorar, de forma clandestina, autoridades públicas e ministros do STF, como o presidente Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Dias Toffoli, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ex-chefe da Casa Rodrigo Maia, e o ex-governador de São Paulo João Doria.
Segundo a PF, Carlos Bolsonaro chefiava o chamado “gabinete do ódio” e usava esses dados para preparar e disseminar conteúdos nas redes, com o objetivo de atingir adversários políticos do pai.
Ainda segundo o inquérito, o sistema FirstMile, criado pela empresa israelense Cognyte, chegou a rastrear até 10 mil celulares ao ano nos três primeiros anos do governo Bolsonaro.
Outro lado
Alexandre Ramagem não comentou o indiciamento, mas já negou anteriormente a existência do esquema. Carlos Bolsonaro se manifestou nas redes sociais e alegou que a operação da PF tem motivação política, visando as eleições de 2026.
A Abin afirmou que não vai se manifestar sobre os indiciamentos. Em abril, o diretor-geral da agência publicou uma nota em que dizia estar à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos, seja no âmbito administrativo, civil ou criminal.
Esta Matéria foi atualizada para correção de informação. Diferentemente do informado, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito da Abin Paralela. A Polícia Federal entendeu que, como Bolsonaro já tinha sido indiciado pelo crime de organização criminosa na ação penal da tentativa de golpe , não poderia ser indiciado novamente. Texto e título foram alterados para correção.
Com informações da Agência Brasil
Relatório da PF afirma que Bolsonaro tinha conhecimento de esquema ilegal de espionagem na Abin, do qual era o principal beneficiário.
— Jornal Nacional (@jornalnacional) June 18, 2025
O relatório final da PF que investigou a existência de uma 'Abin paralela' foi entregue ao STF.
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