Meio Norte Piauí

A cidade com a melhor educação do Brasil surpreende. Enquanto a média nacional do   Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é de 5,8, é em Sobral, município com pouco mais de 200 mil habitantes do Ceará, que a educação tornou-se modelo para todo país e, o mais incomum,  com folga nos investimentos. 

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Em 2018 “sobrou” dinheiro na conta da Secretaria Municipal de Educação, o que garantirá aos professores do município  o pagamento, no mês de janeiro de 2019, do 14º salário. O “feito” é um ponto fora da curva se comparado aos demais municípios brasileiros, onde o principal argumento para o fracasso da educação é o baixo investimento no setor. 

Com o mesmo  critério adotado para os repasses Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) em todo o Brasil,  o município de Sobral (CE) alcançou o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017 do Brasil nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, com nota 9,1 e 7,2, respectivamente, entre mais de 5 mil municípios avaliados no País.  

Os resultados, divulgados no ano passado, são obtidos com base na proficiência dos estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática, além do fluxo escolar. O município também obteve a maior nota do Brasil nos anos finais do ensino fundamental, com Ideb 7,2, representando um crescimento de 0,5 pontos, em relação a 2015, que era de 6,7. O resultado também é superior às médias do Ceará (4,9) e do Brasil (4,7), considerando todas as redes de ensino, inclusive a privada. 

Mas, afinal, o que faz Sobral ter a melhor educação do Brasil? Não há uma resposta única  , já que são vários aspectos que contribuem para educação de qualidade no município, mas o secretário da pasta, Hebert Lima, aposta naquilo que foi a primeira e mais importante decisão : Há 20 anos nenhum cargo da educação é ocupado por indicação política e nem por eleição. 

Diretores, coordenadores e professores das escolas são submetidos a seleções públicas, com prova escrita, curso de formação, provas situacionais, entrevista e análise de títulos.

“Essa foi uma tomada de decisão que ocorreu lá atrás, mas foi muito acertada. Não há interferência política na educação. Isso significa que todos os profissionais que atuam na rede estão ali porque são competentes e, mais que isso, são cobrados pela função que exercem, sem apadrinhamento político”, destaca o secretário que também tem formação técnica.

Hebert Lima, secretário.

Ele possui Graduação na área de Licenciatura em Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC),  mestrado com pesquisas na área de tecnologia aplicada a educação e metodologia de ensino e  doutorado na área de pesquisa em Avaliação, também pela Universidade Federal do Ceará (UFC).