Paulo Márcio

Acredito cada vez menos em coincidências. A compra da Plamed pela Hapvida, anunciada com estrépito em 2019, sofreu um revés no final do ano passado. No dia 05 de outubro de 2022, o portal CNN Brasil publicou uma matéria com o seguinte título: “Operadora de saúde Hapvida desiste de aquisição da Plamed, diz Cade“.

Hapvida/Divulgação

Na última quinta-feira (01/06), a Assembleia Legislativa de Sergipe aprovou o Projeto de Lei n° 220/2023, que aumentou de 4% para 6% da remuneração do servidor público o valor da contribuição para o Ipesaúde. Hoje pela manhã – obviamente que por uma incrível coincidência – recebi um telefonema de uma suposta representante da Hapvida oferecendo-me um plano especial para servidor público, com valores abaixo do mercado, carência zero y otras cositas más. Respondi à gentil corretora que já sou cliente Hapvida há alguns anos, mais por contingências orçamentárias do que pela excelência do serviço oferecido. A moça, um tanto surpresa e confusa, deu então início a uma absurdamente aleatória e desconexa pesquisa de satisfação, que fui obrigado a interromper não exatamente pelo surrealismo da situação, mas por me encontrar em horário de trabalho. 

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Mas é fato que fiquei realmente intrigado com mais esta coincidência em terras sergipanas: a voraz operadora, que continua monitorando o mercado local e, sabe-se lá de que maneira, munida de informações privilegiadas, não tardou em sair à caça de potenciais insatisfeitos com o Ipesaúde após a bomba de breu lançada pelo governador Fábio Mitidieri – como bem ilustrou o deputado estadual Georgeo Passos -, que tirou com uma mão os míseros trocados que, com a outra, havia acabado de depositar na cuia dos cativos do Consignado Banese.

Não duvido que, por uma dessas coincidências do destino, a Hapvida resolva, em poucos dias, retomar o projeto de aquisição da Plamed, que, como se sabe, no final do ano passado passou a oferecer os seus serviços a centenas de clientes abandonados pela Unimed após quase duas décadas de convênio com a Assomise. 

Como visto, Sergipe não é só o país do forró, mas também, e principalmente, o país das mais estranhas e inexplicáveis coincidências. 

Por Paulo Márcio Ramos Cruz – Delegado de Polícia Civil