O Globo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que pode substituir o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, mas ressaltou que não pensa em fazer isso no momento. Bolsonaro reclamou da repercussão da troca do superintendente da PF do Rio de Janeiro, anunciada por ele durante uma entrevista coletiva. O presidente ressaltou que é o responsável por indicar o ocupante do cargo, e não o ministro da Justiça, Sergio Moro , a quem a PF está vinculada.

José Cruz / Agência Brasil

— Agora há uma onda terrível sobre superintendência. Onze foram trocados e ninguém falou nada. Sugiro o cara de um Estado para ir para lá, “está interferindo”. Espera aí. Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral. Aí é… Não se discute isso aí — disse Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.

No entorno de Valeixo, a declaração de Bolsonaro foi vista como uma tentativa de diminuir o poder de Moro, responsável por escolher o diretor-geral para o cargo, informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim. Com a interferência na PF, o presidente quebrou o compromisso, assumido em novembro de 2018, de “liberdade total” ao então futuro ministro na Justiça .

Na semana passada, Valeixo quase pediu demissão diante da interferência de Bolsonaro na troca de superintendentes da PF. A queda-de-braço pública pelo comando da PF no Rio começou na última quinta-feira. Um delegado que acompanha o caso de perto disse ao GLOBO que o presidente pressionou a direção da PF a substituir imediatamente o delegado Ricardo Saadi, da Superintendência do Rio, por estar descontente com uma investigação.