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Os servidores públicos estaduais que foram à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para acompanhar a votação em 2º turno da PEC da Previdência estadual, na manhã desta quinta-feira (26), foram surpreendidos com a presença da Polícia Militar. 

Os servidores se depararam com a Praça Fausto Cardoso tomada por carros do Batalhão da Polícia Militar e as galerias ocupadas por policiais militares. Sem alternativa, dezenas de servidores acompanham a votação na recepção da Alese.

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT-SE), Roberto Silva, a medida é uma estratégia do governador Belivaldo Chagas (PSD) para impedir protestos dos servidores e pressão aos parlamentares.

Segundo o sindicalista, a mesma estratégia ocorreu quando da votação do projeto relacionado à educação, em que comissionados ocuparam as galerias para impedir a presença dos professores.

“O governador Belivaldo copia o projeto de reforma da Previdência de Bolsonaro e agora adota a mesma tática de Bolsonaro. Para destruir os direitos dos servidores vale tudo, repressão é uma delas. Esse modus operandi de Belivaldo de encher as galerias da Assembleia Legislativa para impedir a entrada dos servidores já ocorreu este ano no projeto da educação, quando por determinação do governador, os cargos comissionados da Secretaria de Educação e Cultura (SEDUC) encheram as galerias. Reprovável e desrespeitoso com os trabalhadores de Sergipe”, protesta Roberto Silva, que é professor da rede estadual de ensino.

Para o presidente da CUT, a medida adotada pelo governo é uma política de perseguição e de massacre aos trabalhadores. 

“É no que Belivaldo defende. Estou convencido que esta é sua política: perseguição, retirada de direitos, redução de salários dos servidores. Vale tudo para massacrar os trabalhadores. Belivaldo se comporta como acima de tudo e todos e, principalmente, agora que conseguiu construir o G20: deputados da situação e “oposição” para votarem favorável aos seus projetos de massacre aos servidores públicos estaduais”, critica o presidente da principal central de trabalhadores de Sergipe, acrescentando que os trabalhadores se sentem arrependidos em ter votado em Belivaldo Chagas para governador. 

“Não tenho dúvidas. Os servidores que votaram em Belivaldo devem estar arrependidos, espero. Eu, Roberto, não votei em Belivaldo. Sua origem política e sua aliança com Laércio Oliveira, entre outros, que historicamente são inimigos da classe dos trabalhadores, me fez não votar em Belivaldo”, conclui. 

Procurado pelo Hora News, o governo do estado se manifestou por meio do seu secretário de Comunicação, Sales Neto, que classificou de absurda a denúncia feita pelo presidente da CUT.

“O governo não tem nenhuma autonomia administrativa na Alese. Essa afirmação é absurda”, rebateu o secretário.