Identificado apenas como Alberto, um ex-funcionário da Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro acusa o prefeito Padre Inaldo (PP) de cobrar parte de seu salário, o que caracterizaria a famosa rachadinha.
A Procuradoria da prefeitura prepara ações judiciais contra o ex-funcionário.
A denúncia do ex-funcionário é tratada como acusação mentirosa.
O Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional (Leader) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) divulgou, nesta quarta-feira, 23, uma análise dos índices de quatro modalidades de crime em Aracaju. O levantamento no âmbito do Projeto EpiSergipe considera o período de eclosão da pandemia da covid-19, entre os meses de março e julho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019.
Prof. Marco Antônio desenvolve pesquisas sobre economia do crime – Foto: Josafá Neto
Com base em dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Estado da Segurança Pública (CEACrim), os pesquisadores da UFS observaram que o registro de furtos na capital sergipana caiu de 3.099 para 2.013 (- 35,0%), e o de roubos passou de 4.194 para 1.947 (- 53,6%) no período analisado.
Os casos de violência doméstica, por sua vez, diminuíram de 167 para 119 (- 28,7%) no período de análise. Já os homicídios dolosos saltaram de 70 para 91 (+ 30,0%), revertendo a queda apresentada ano passado e dando continuidade ao movimento verificado no primeiro bimestre deste ano.
Para o autor da análise e professor de Economia da UFS, Marco Antônio Jorge, “em decorrência da pandemia do novo coronavírus, era possível esperar por uma queda em crimes como roubo e furto, em função da menor presença de indivíduos nos espaços públicos, bem como do fechamento de diversos negócios. Já a presença de potenciais agressores por mais tempo em casa poderia exacerbar os casos de violência doméstica, mas o registro desses casos caiu na capital e interior”.
Levantamento avalia quatro tipos de crime entre os meses de março e julho na capital
Homicídios dolosos
Entre março e julho de 2020, seis bairros – Santa Maria, Cidade Nova, Jardim Centenário, Bairro Industrial, Santos Dumont e Zona de Expansão – responderam por 40 dos 91 homicídios dolosos cometidos em Aracaju, ou seja, 44% dos casos da capital. Houve um aumento na concentratação desse tipo de crime em relação ao mesmo período de 2019, quando esses bairros representavam 51,4% dos casos ocorridos (36 de 70).
“Dos quatro crimes analisados, o homicídio doloso é o único que aumenta entre 2019 e 2020. Vale lembrar que os casos de homicídio caíram no estado em 2019, mas começaram a crescer nos dois primeiros meses deste ano em comparação a 2019. Mas este não é um cenário exclusivo do estado de Sergipe. Esse cenário reverte a queda apresentada no período de pré-pandemia, o que pode decorrer do recrudescimento na competição do crime organizado pelo mercado de drogas”, frisa o professor.
Jorge também chama a atenção para diferenças intraurbanas significativas. Isso porque 14 bairros não tiveram nenhum caso de homicídio entre março e julho deste ano. Eram 20 ano passado. Houve ainda queda em 7 localidades, aumento em 18, e 16 bairros não apresentaram qualquer variação no período.
Violência doméstica
Em termos de variação percentual sobre o registro de violência doméstica, o Siqueira Campos apresentou o aumento mais expressivo: 500% (de 1 para 6 casos), seguido de Getúlio Vargas, 100% (de 2 para 4 casos); São Conrado 33,3% (de 6 para 8 casos); e Santos Dumont 20,0% (de 10 para 12 casos).
Por outro lado, Coroa do Meio (-78,6%), Santa Maria (-30,4%), Jardim Centenário (-83,3%) e Centro (-71,4%) registraram as maiores reduções no período analisado. Outros seis bairros zeraram seus casos em relação ao ano anterior: Atalaia, Cirurgia, Dezessete de Março, Luzia, Palestina e Treze de Julho.
“Apesar de se configurarem como uma boa notícia, os números em queda nesse tipo de crime contradizem o previsto, em função do maior confinamento de agressores e vítimas potenciais. Assim, pode estar ocorrendo um aumento, ou mesmo a manutenção do número de casos, enquanto há uma queda no registro: sob as vistas do agressor, além do temor de contrair a covid-19 no deslocamento para a delegacia, há menos registros,” ressalta o professor.
Roubos e furtos
“Em linhas gerais, conforme esperado, os crimes contra o patrimônio são mais numerosos do que os crimes contra a pessoa, além de mais comuns nos locais mais populosos e de maior dinamismo econômico. Isso está ligado a diminuição na circulação de pessoas e a redução da atividade econômica,” aponta Marco Antônio Jorge.
Em termos percentuais, Dezessete de Março (-78,6%), Porto Dantas (-70,0%) e Jardim Centenário (-62,1%) contabilizaram as quedas mais expressivas de furtos na capital sergipana entre março e julho deste ano. Já as maiores variações quanto aos roubos ocorreram no Dezessete de Março, que caiu de 40 para 4 casos (-90,0%), Pereira Lobo de 27 para 4 (-85,2%), e Treze de Julho, de 45 para 12 (-73,3%).
Projeto EpiSergipe
A Universidade Federal de Sergipe firmou uma parceria com o Governo do Estado para o desenvolvimento de um projeto que visa acompanhar o grau de contaminação e os impactos do novo coronavírus em Sergipe. O investimento é de R$ 4.160.000,00 através de emenda parlamentar. Subdividido em três vertentes, o projeto tem duração de um ano e consiste em monitorar o nível de infecção por covid-19, identificando-se a prevalência em quinze municípios, estimar os impactos socioeconômicos da pandemia no estado e acompanhar os impactos sociais da pandemia em populações vulneráveis.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participou de audiência online da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (22/12). Nísia informou que a previsão é que a Fundação entregue 1 milhão de doses da vacina Fiocruz contra a Covid-19 produzidas na semana de 8 a 12 de fevereiro.
Josué Damacena / IOC – Fiocruz
Nas semanas seguintes a produção será escalonada e, partir de 22 de fevereiro, já poderão ser entregues cerca de 700 mil doses diárias de vacinas para o Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. “A partir do acordo de encomenda tecnológica e a transferência de tecnologia estamos responsáveis para o desenvolvimento da vacina originalmente criada na Universidade de Oxford e licenciada à farmacêutica AstraZeneca. Esta será a vacina da Fiocruz, com total incorporação dessa tecnologia”, disse a presidente, confirmando que o ingrediente farmacêutico para produção será recebido pela Fiocruz em janeiro. A produção deverá ser certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além do próprio registro da AstraZeneca.
“A instituição está unida no esforço global para antecipar essa imunização com doses de outros países para vacinar nossa população o mais rápido possível. Além disso, vamos apoiar o PNI na formação e treinamento de pessoas, além de auxiliar no controle de qualidade das vacinas”, disse ela, reforçando também a importância da coordenação da vacinação no Brasil pelo PNI, um dos grandes esteios do SUS.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, apresentou o plano para operacionalização da vacina contra a Covid-19, que estabelece ações e estratégias para a vacinação no Brasil, elenca grupos prioritários e visa otimizar os recursos existentes e instrumentalizar estados e municípios para a vacinação. Organizado em dez eixos de atuação, o plano prevê a adesão do Brasil às seguintes vacinas: consórcio Covax Facility, Oxford/Astrazeneca, Pfizer, Instituto Butantã, Bharat Biotech, Moderna e Janssen. Entre outros investimentos do governo federal ele destacou a Medida Provisória 1.015/2020, assinada semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro, que libera R$ 20 bilhões para a compra de vacinas em 2021.
O país conta com 38 mil salas de vacinação, podendo chegar a 50 mil postos em períodos de campanhas. Os critérios para a definição dos grupos prioritários são a manutenção do funcionamento de serviços essenciais, com foco nos trabalhadores da saúde que se encontram mais expostos ao vírus e a situação epidemiológica, contemplando grupos de maior risco de agravamento e óbito. Vários deputados lembraram que as pessoas com deficiência deveriam ser consideradas um grupo prioritário para vacinação.
A coordenadora-geral do PNI, Francieli Fontana Sutile Taredetti Fantinato, ressaltou que o plano será alterado na parte das fases de imunização, na medida em que as doses de produção das vacinas forem ampliadas e citou o curso Vacinação para a Covid-19: protocolos e procedimentos, que está sendo elaborado pela Fiocruz e será oferecido online para os profissionais da saúde. Segundo ela, está previsto um convênio também com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, para a formação dos profissionais.
A atividade foi organizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar o enfrentamento à pandemia da covid-19 no Brasil.
Assista abaixo a íntegra da reunião:
Leopoldo Silva / Agência Senado
A Secretaria Municipal de Saúde informa que, devido ao atraso na entrega de kits de testagem de covid-19 por parte do governo federal, a rede municipal suspenderá a testagem em assintomáticos nas Unidades de referência em síndrome gripal, priorizando, dessa forma, pacientes com sintomas. Os kits de testes são repassados pelo governo federal ao Lacen, órgão responsável pela distribuição para os municípios.
A SMS informa, ainda, que a testagem em assintomáticos será retomada nas UBS referência em síndrome gripal assim que a distribuição de kits for regularizada.
Maryanna Oliveira / Câmara dos Deputados
As eleições de 2022 em Sergipe podem ficar marcadas também pelo acirramento na disputa por vaga na Câmara Federal.
Além dos oito parlamentares atuais, poderão disputar a eleição: Heleno Silva (talvez pelo Republicanos), Jony Marcos (Republicanos), José Carlos Machado (DEM), André Moura (vai para o PSL), Valadares Filho (PSB), Danielle Garcia (Cidadania), Rodrigo Valadares (PTB), Capitão Samuel (talvez pelo DEM), Zezinho Guimarães (talvez pelo PL) e Emília Corrêa (Patriota).
Dos oito atuais deputados federais, pretende disputar cargos majoritário: Fábio Mitidieri (PSD) e Laercio Oliveira (PP).
Dados do Caged, do Ministério da Economia, revelam que Sergipe encerrou o mês de novembro com a abertura de 2.832 postos de trabalho. No acumulado do ano (com ajuste), foram perdidas 5.177 vagas. O estoque de empregos no mês ficou em 280.476 postos. As informações foram analisadas e divulgadas pelo Observatório de Sergipe/ Superplan.
Divulgação
Comércio e serviços são destaques na geração de empregos
Dos cinco setores observados, apenas a ’construção civil’ (-108), apresentou perda na geração de emprego em novembro. O resultado foi impulsionado, sobretudo, pelo Comércio (+1.380) e Serviços (+1.085). A indústria também apresentou saldo positivo (+422). O destaque no Comércio foi o ‘comércio varejista’ (+1.170), mais especificamente, ‘comércio varejista de produtos novos não especificados anteriormente e produtos usados (+360), ‘comércio varejista de equipamentos de informática e comunicação’ (+190) e comércio varejista de materiais de construção (+116). No setor de serviços o destaque foi principalmente na ‘atividade de serviços de teleatendimento’ (+261).
Municípios que mais geraram emprego no mês: Aracaju (+1.852), Nossa Senhora do Socorro (+236) e Itabaiana (+211).
Municípios que mais perderam emprego: Ribeirópolis (-154), Barra dos Coqueiros (-71) e Frei Paulo (-26).
Fonte: Ministério da Economia. Elaboração: Observatório de Sergipe
Marcos Corrêa / PR
Pesquisa PoderData (Poder 360) realizada entre os dias 21 e 23 de dezembro mostra que 47% da população brasileira aprova o governo do presidente Jair Bolsonaro.
46% desaprovam.
Margem de erro: 2%, para mais ou para menos.
Foram realizadas 2.500 entrevistas por telefone nas 27 unidades da Federação.
Você sabe quais são as principais diferenças entre as vacinas da covid-19? E quais são as melhores estratégias de imunização da população brasileira, por exemplo? O professor do Departamento de Educação em Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Diego Moura Tanajura, tira dúvidas sobre o assunto e afirma que a corrida em tempo recorde por uma vacina para a infecção é um capítulo nunca antes visto na história da vacinologia.
Tanajura ainda diz que vacinas promissoras no mundo, como a CoronaVac, a Pfizer e a de Oxford, podem ser utilizadas no estado de Sergipe, desde que sejam adotadas as estratégias adequadas para cada uma. Ele também detalha as características das plataformas dos imunizantes e comenta sobre a importância do armazenamento adequado do material para a manutenção da sua eficácia.
O professor não esconde o entusiasmo ao falar de vacinas. Ele conta que estudar como os imunizantes agem no corpo para induzir a defesa é “algo fantástico”. Esse assunto marca a trajetória do pesquisador desde a graduação, quando fez iniciação científica na Fiocruz-BA em um projeto para desenvolver uma vacina contra leishmaniose.
Durante o doutorado, Tanajura fez dois estágios nas universidades de Madrid e de Navarra, na Espanha, onde foi desenvolver novas técnicas sobre imunizantes. Ele tem experiência em testes pré-clínicos de vacinas e fármacos e produção de vacinas de ácidos nucléicos (DNA), de subunidade proteica e de microrganismos inativados.
Tanajura atua em pesquisas sobre produção e testes de vacina – UFS
A OMS soma, até o momento, 61 vacinas em fase clínica e 172 em estágio pré-clínico. O que explica, além de doença nova, com efeitos adversos para a saúde mundial, uma procura intensa pelo desenvolvimento de um imunizante em tempo recorde?
É importante destacar que nunca na história da vacinologia tivemos tantos estudos voltados para o desenvolvimento de uma vacina. Na realidade, os pesquisadores que trabalham com outras vacinas acabaram direcionando seus estudos para desenvolver uma contra o novo coronavírus.E se fizermos uma comparação entre a pandemia atual e a pandemia de 2009 pelo vírus influenza da gripe, podemos observar que o impacto da pandemia atual está muito maior. Então, tudo isso, essa questão econômica, dá uma pressão muito grande na produção de uma vacina.Os investimentos para produzir um imunizante estão pesados. Por isso, a gente tem observado esse grande número de estudos. Isso já marcou a história, porque é, realmente, um momento único. Nunca vimos tantas vacinas em desenvolvimento recorde. Temos a vacina Pfizer, que em menos de dez meses, ela ficou pronta. Então tudo isso acontece por conta do poderio econômico.
Em alguns casos, como a de um novo vírus respiratório, a vacina é mais vantajosa do que um medicamento?
A vacina acaba sendo mais vantajosa do que o medicamento, quando a gente fala de uma doença infecciosa, que a transmissão é muito fácil, como é o caso do coronavírus. Então, através da vacinação, você pode bloquear a transmissão, ou seja, frear o aumento de casos. Quando você vacina a população de maior risco, como os idosos, pessoas com alguma doença crônica, você impede a complicação da doença. E nós sabemos que a complicação da doença requer gastos mais elevados no Sistema Único de Saúde, porque muitas vezes a pessoa vai ficar internada em uma UTI por mais de cinco dias, dez dias, e o leito de UTI custa muito caro para o Estado.
Quais as vantagens da vacina em relação ao custo financeiro?
Comparando também em termos econômicos, por exemplo, o tratamento que está em estudo através de anticorpos monoclonais custa por volta de R$6.500, sem levar em consideração os impostos. Levando para a vacina da Pfizer que custa, em média, R$100, você consegue vacinar 32 pessoas com o mesmo preço do tratamento de uma pessoa, lembrando que são duas doses a da Pfizer. E a vacina de Oxford, em parceria com a Fiocruz, você conseguiria vacinar 171 pessoas. Então, observe que até em termos econômicos a vacinação acaba sendo mais vantajosa.
Dentre as vacinas mais promissoras, como a CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer quais são as principais diferenças em termo de plataforma e funcionamento?
Essas três vacinas possuem plataformas e funcionamento bem diferentes. A CoronaVac, que é da empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, utiliza uma das metodologias mais antigas para produzir a vacina, que é o vírus morto. Então, eles cultivam o vírus em laboratório e depois acabam inativando esses vírus. É uma estratégia muito segura. A pessoa que toma essa vacina é impossível que ela desenvolva a doença por conta da vacina, porque o vírus está morto. Por conta da sua grande segurança, ela é uma vacina que pode ser utilizada por até pessoas que têm deficiência no seu sistema imunológico. E o Butantan domina muito essa tecnologia, porque é a mesma utilizada para produzir a vacina da gripe que tomamos todos os anos. É a mesma utilizada para produzir a vacina da raiva.
Já a vacina de Oxford, da Astrazeneca em parceria com a Fiocruz, utiliza uma uma plataforma nova, a do vetor viral. Nesse caso, eles utilizam o vírus que infecta macacos, que é o que causa resfriados leves no animal, o adenovírus. Então, eles enfraquecem o vírus. E, dentro desse vírus, eles colocam a informação para que as nossas células produzam a proteína Spike, a espícula do vírus. E o sistema imune reconhece essa proteína como estranha e começa a montar as nossas defesas. Volto a ressaltar que é uma estratégia segura. Apesar de nova, já temos vacinas aprovadas com essa metodologia. A primeira vacina foi aprovada em 2019 contra o vírus ebola. Então, ela é uma estratégia segura, mas por ser o vírus vivo, enfraquecido, pessoas com deficiência no seu sistema imunológico não podem receber essa vacina.
A Pfizer foi a primeira vacina de RNA a ser aprovada para uso em humanos, mas as pessoas podem ficar tranquilas que é uma estratégia muito segura. Apesar de ter sido a primeira vacina aprovada, já é uma técnica que vem sendo estudada há mais de 30 anos. Então, a gente está vendo muita fake news sobre essa vacina: que ela poderia mudar o nosso material genético. Então, isso não acontece A vacina não vai alterar o teu material genético, não vai sair criando pessoas mutantes. Pelo contrário, é uma estratégia muito robusta. E ela levou uma eficácia de 95%. A grande vantagem dessa vacina é que você consegue produzir ela de forma muito rápida do que aquelas metodologias mais antigas que você precisa criar o vírus em laboratório, depois enfraquecer ou matar o vírus. É bom destacar que essas três estratégias que acabei falando, nenhuma delas é capaz de deixar a pessoa doente. É impossível isso acontecer.
Qual é a importância dos resultados de eficácia da Pfizer para a população idosa?
Normalmente, a vacinação em idoso é mais complicada, porque os idosos têm imunossenescência, o envelhecimento natural do sistema imunológico. E eles respondem menos às vacinas, mas foi uma surpresa muito positiva que a vacina da Pfizer que mostrou uma eficácia de 94% na população idosa. É um resultado surpreendente.
Na sua avaliação, quais as vacinas são as mais adequadas para a estrutura da saúde do estado, e quais são os procedimentos necessários para realização de uma campanha efetiva nos 75 municípios sergipanos?
Todas essas vacinas podem ser utilizadas no nosso estado. O que você tem que fazer é traçar estratégias para cada uma dessas vacinas. Então, o que você poderia traçar de estratégia era justamente: a Pfizer manda essas vacinas dos Estados Unidos, chega a uma base em São Paulo, onde você manda para a capital do nosso estado, tudo via malha aérea. Em, no máximo dois dias, você consegue transferir essa vacina dos Estados Unidos para Aracaju e você deveria priorizar o quê: priorizar a vacinação da região metropolitana para evitar deslocamentos longos com essa vacina, já que ela é mais sensível à variação de temperatura. Então, observe bem, com caixa de gelo seco desenvolvida pela Pfizer, você tem 15 dias para vacinar a população. Já para o interior do estado, você poderia utilizar a vacina da CoronaVac ou a de Oxford, que requerem estruturas mais simples de armazenamento: que são geladeiras convencionais, que é o que já tem nas salas de vacinas do nosso estado.
O armazenamento das vacinas é essencial para a manutenção da eficácia. Qual é a importância do acondicionamento adequado do material?
O armazenamento é realmente algo crucial para as vacinas. Então, é muito importante você acondicioná-las e guardá-las de forma adequada. Para você ter uma ideia, quando essas vacinas são transportadas, na caixa vai um termômetro, que é justamente para sinalizar se durante o transporte dela ocorreu alguma variação de temperatura. Se essa variação de temperatura for muito grande, você pode perder o lote inteiro da vacina. Então, por isso, é crucial mesmo você acondicioná-la de forma adequada e, como exemplo, a vacina da Pfizer que tem que ser armazenada a menos 80º. Se essa temperatura variar muito, essa vacina acaba sendo degradada. Ela perde a sua eficácia.
Corrida por vacinas acelera produção no mundo — Peter Ilicciev / Fiocruz
Hoje, quais estratégias o senhor vislumbra como possíveis para aquisição de vacinas com temperaturas muito baixas, como a da Pfizer, para a realidade do sistema de saúde de Sergipe?
A estratégia poderia partir do Ministério da Saúde. Não vejo a necessidade do nosso estado, que é um estado pequeno, investir nesses ultracongeladores. Então, o que deveria acontecer era o Ministério da Saúde investir nesses equipamentos e montar uma base no Aeroporto de Guarulhos. E de lá você distribuiria essas vacinas para todas as capitais do país através dessas caixas desenvolvidas pela Pfizer, que são caixas que você coloca gelo seco e as vacinas podem ficar ali por até 15 dias. Então, facilmente, você conseguiria distribuir essa vacina para as capitais e dava preferência para imunizar as pessoas que estão nas capitais e região metropolitana.
Como os demais planos de vacinação, é definido um público-alvo. Por que é importante uma atenção especial aos grupos prioritários, como profissionais de saúde, idosos, quilombolas e indígenas?
Essa divisão em grupos prioritários é importante porque, infelizmente, você não tem vacina para todos neste primeiro momento. Então, tem que priorizar os grupos de riscos, que são os profissionais de saúde, que passam um tempo muito grande com as pessoas doentes, mais expostos a uma alta carga viral. Depois, nós temos os idosos. Os trabalhos têm mostrado que o idoso morre mais, idoso complica mais da doença.Temos também os quilombolas e os indígenas, que passam por vulnerabilidade social. São pessoas que têm um acesso mais restrito à saúde por conta da localidade, onde muitas vezes, fica afastada dos grandes centros. Eles têm acesso mais restrito à saúde. Quando tem acesso, é uma saúde de baixa qualidade, comparado às pessoas que vivem na cidade, por isso que deve ser dada uma atenção especial e prioridade a essas populações.
Diante de um contexto de informações falsas sobre vacinas, como os cidadãos podem se certificar da segurança e eficácia da imunização?
É um absurdo a quantidade de notícias falsas que surgiram durante esta pandemia. E, agora, com a aprovação das primeiras vacinas, elas têm se direcionado para atacar os imunizantes. Por isso, a população tem que utilizar fontes confiáveis para se informar, como utilizar o site da Fiocruz, que está desenvolvendo vacinas, do Instituto Butantan, do Ministério da Saúde. Quando você recebe uma informação pelo Whatsapp, sempre desconfie das informações, principalmente, essas recebidas em grupos. Então, cheque essas informações e dê um Google, que você consegue verificar a veracidade delas.
Especialistas afirmam que as rotinas não voltarão ao normal imediatamente após a vacinação, ou seja, eles alertam que o processo de retomada será lento, ainda com adoção de medidas restritivas. É importante, na sua opinião, que a população compreenda essa situação?
É importante que a população tenha consciência que o processo de retomada será lento. A gente vai continuar adotando medidas restritivas, justamente, porque a gente não vai conseguir vacinar toda a população no próximo ano. A gente só vai conseguir terminar de vacinar a população, segundo o Plano Nacional, em 2022. Não tem vacina para todos. Então, a gente não vai conseguir, de imediato, parar a transmissão do vírus.
VÍDEO – Professor da UFS explica diferenças entre vacinas e estratégias de imunização da covid-19:
Rodrigo Maia e Baleia Rossi – Divulgação
Como NE Notícias informou, Baleia Rossi (MDB-SP) é o candidato do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à sua sucessão.
Nas votações, tem sido mais governista que seu adversário, Arthur Lira (PP-AL), candidato do presidente Jair Bolsonaro.
Baleia Rossi virá a Sergipe em janeiro pedir votos aos deputados federais.
A delegada Georlize Teles vai assumir o comando do Diretório Municipal do DEM em Aracaju.
No partido, o ex-deputado José Carlos Machado, atual presidente estadual, tentará voltar à Câmara Federal nas eleições de 2022.
Machado tenta convencer a senadora Maria do Carmo (DEM) a disputar a reeleição em 2022.
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