O NENOTÍCIAS recebeu documentos exclusivos que revelam um prejuízo milionário arcado pelo ex-trabalhadores do Grupo Bomfim. Pessoas simples, pobres e humildes, que perderam seus empregos e lutam, há cerca de oito anos na Justiça do Trabalho, para receberem suas indenizações. Semana passada, alguns deles procuraram a imprensa para reclamar da lentidão e falta de informações por parte do Judiciário a respeito das ações. Mas até agora continuam sem respostas.
O prejuízo gira em torno de uma área de 9,5 mil m² na avenida Tancredo Neves, pertencente à Bonfim Tour Locações LTDA, que ficou indisponível pela Justiça do Trabalho para pagamento das indenizações trabalhistas. Em 18 de setembro de 2014, os advogados do grupo Bomfim apresentaram à Justiça trabalhista durante uma audiência de conciliação, um ofício encaminhado pela Havan Loja de Departamentos com a “intenção definitiva de aquisição da área” pelo valor de R$ 18 milhões (o imóvel estava avaliado em R$ 19 milhões). À época, dinheiro suficiente para quitar mais de 90% de todas as dívidas com os ex-funcionários.
Apesar da garantia do negócio, a Justiça não homologou a proposta da Havan, sendo que no dia 24 de setembro, seis dias após a audiência, o terreno foi leiloado por R$ 6,150 milhões pela construtora Cunha. A mesma área havia sido avaliada pela Justiça por R$ 9,5 milhões (quase metade da oferta da Havan) e leiloada por 64,13% da avaliação judicial. Em resumo, um prejuízo de quase R$ 12 milhões, dinheiro que deixou de entrar na conta judicial para pagamento das indenizações.
Por coincidência, a construtora que comprou o terreno ofereceu a área de volta à Havan, que está construindo mais uma de suas lojas de departamento, com inauguração no dia 17 de junho. Talvez os ex-trabalhadores da Bomfim não saibam, mas aquela loja registra centenas de indenizações que não foram pagas até hoje. O NE continuará acompanhando esse caso para saber quem realmente lucrou com esse negócio.