NE Notícias

A Transparência Internacional divulgou o Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP), que avalia o desempenho das casas legislativas dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. No ranking, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) foi classificada como uma das piores.

Jeová Luiz / Alese

O estudo considerou diversos critérios para elaborar o ITGP, incluindo o uso de cotas parlamentares, viagens oficiais, regulação do lobby, presença dos deputados em plenário e os salários pagos a servidores e parlamentares. Além disso, foram analisados os mecanismos de participação dos cidadãos nas assembleias legislativas.

Conforme o relatório divulgado pela CNN Brasil, sete assembleias legislativas não permitem que a população denuncie casos de corrupção pela internet. Além disso, constatou-se que nenhum legislativo estadual, incluindo o do Distrito Federal, possui medidas de proteção para os denunciantes de corrupção.

Veja o ranking:

EstadoPontuaçãoClassificação
Distrito Federal75,0Bom
Espírito Santo71,0Bom
Minas Gerais69,8Bom
Ceará60,8Bom
Goiás59,3Regular
Mato Grosso58,2Regular
Rio Grande do Sul49,1Regular
Paraná47,5Regular
São Paulo46,8Regular
Bahia46,0Regular
Pernambuco45,2Regular
Rondônia44,9Regular
Santa Catarina44,4Regular
Maranhão43,5Regular
Pará41,4Regular
Roraima41,3Regular
Rio Grande do Norte38,2Ruim
Mato Grosso do Sul36,0Ruim
Paraíba35,9Ruim
Alagoas33,3Ruim
Sergipe32,0Ruim
Amazonas27,0Ruim
Tocantins26,0Ruim
Rio de Janeiro24,4Ruim
Piauí19,0Péssimo
Amapá18,0Péssimo
Acre14,4Péssimo
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

“É preocupante. Outro estudo da Transparência Internacional, revela que 69% das pessoas acreditam que podem sofrer retaliações se denunciarem casos de corrupção. Para combater a corrupção, as assembleias legislativas precisam proteger quem denuncia injustiças e irregularidades através de mecanismos que garantam proteção contra retaliações”.

Afirma Nicole Verillo, gerente de apoio e incidência anticorrupção da Transparência Internacional no Brasil

Destaques da avaliação

  • Apenas quatro das 27 Casas Legislativas estaduais avaliadas pelo índice foram classificadas com um nível de transparência considerado “bom”: Distrito Federal (com 75 pontos), Espírito Santo (71), Minas Gerais (69,8) e Ceará (60,8).
  • Nenhuma Assembleia Legislativa obteve a classificação “ótimo”.
  • Doze Assembleias Legislativas foram classificadas como “regular”, oito como “ruim” e três como “péssimo”.
  • A maioria das Casas Legislativas falhou em informar sobre salários de funcionários e deputados, viagens oficiais, presença em plenário e agenda dos presidentes.
  • Nenhuma das 27 Casas Legislativas possui regras sobre lobby.

Os resultados completos do Índice de Transparência e Governança Pública estão na página da iniciativa.

Sobre a iniciativa

O Índice de Transparência e Governança Pública foi publicado pela primeira vez em julho de 2022, com a avaliação dos níveis de transparência dos Executivos estaduais e distrital de todo o país.

Também em 2022, foi publicada a primeira avaliação de cerca de 200 prefeituras brasileiras, feita por organizações parceiras da Transparência Internacional – Brasil, que receberam suporte para aplicar uma variação da metodologia estadual. Em 2023 será publicada uma segunda rodada desta avaliação.

A regularidade da publicação busca incentivar a elevação contínua de padrões e oferecer um mecanismo permanente de monitoramento e promoção da transparência e da boa governança na administração pública.