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Eliminado na Taça Libertadores de América e nove pontos atrás do Palmeiras, líder do Brasileirão, o Corinthians entra em campo nesta quarta-feira (17) para tentar manter a chance de faturar um título na temporada.

Para isso, precisará quebrar tabus diante do Atlético-GO. Batido por 2 a 0 em Goiânia na ida, o Timão terá que reverter um placar adverso na Neo Química Arena, ou ganhar nos pênaltis, se vencer por 2 a 0, para não cair outra vez diante do Dragão.

Mas uma eliminação no mata-mata nacional não se limitará a um prejuízo esportivo, chegando aos cofres do clube. Dar adeus à competição sul-americana fez com que o alvinegro deixasse de arrecadar US$ 2 milhões (R$ 10,3 milhões), valor pago pela Conmebol aos times que avançaram às semifinais.

Ser batido também na Copa do Brasil pode ter um impacto semelhante, já que a CBF prevê o pagamento de R$ 8 milhões para os quatro clubes que se classificarem à penúltima fase da competição nacional.

Se for eliminado em Itaquera, o Timão pode ver quase R$ 20 milhões deixarem de entrar nos cofres do clube em premiações, além de manter um jejum de títulos na Copa do Brasil. O último foi em 2009, com o time estrelado por Ronaldo “Fenômeno”.

O Atlético-GO, inclusive, foi o carrasco do Corinthians na última temporada, eliminando o time treinado por Sylvinho ainda na terceira rodada, após vencer por 2 a 0 na Neo Química Arena e empatar por 1 a 1 no Antônio Accioly.

O feito diante dos paulistas serviu para reforçar o histórico de ‘pedra no sapato’ dos goianos na história alvinegra.

Atlético-GO e Corinthians se enfrentaram 16 vezes, e contam com retrospecto marcado pelo equilíbrio extremo: seis vitórias do Dragão, cinco do Timão e outros cinco empates.

Esse histórico de rival duro para o Alvinegro foi construído desde os primeiros confrontos, em duas vitórias dos goianos. Após aplicar um 3 a 1 em casa, pelo Brasileirão de 2010, a equipe de Goiânia foi ao Pacaembu e venceu por 4 a 3.

A derrota em São Paulo foi o estopim para a demissão do técnico Adilson Batista, que chegou ao Parque São Jorge para substituir Mano Menezes na temporada que marcou o centenário do clube, mas não resistiu à pressão após o revés diante do Atlético-GO, pela 29ª rodada. O ex-zagueiro deu lugar a Tite, que assumiu o time dias depois e entrou para a história.

Após o ‘trauma’ em 2010, o Corinthians conseguiu manter uma invencibilidade entre 2011 e 2017, com cinco jogos disputados no período e quatro vitórias.

O Dragão, no entanto, fechou aquela edição do Campeonato Brasileiro sendo uma das poucas equipes a conseguir derrotar o time de Fábio Carille na campanha que deu ao Timão seu 7° título nacional, e ainda fez isso jogando em Itaquera.

Vítor Pereira vai precisar de virada que jamais conseguiu

Eliminado pelo Flamengo nas quartas de final da Libertadores, Vítor Pereira terá mais uma chance de conseguir um feito inédito na carreira: reverter a desvantagem de dois gols de diferença em mata-mata.

O português viveu cenário semelhante apenas três vezes na carreira. A má notícia para os torcedores do Corinthians, no entanto, é que as equipes do treinador nunca conseguiram a chamada “remontada”.

A primeira vez que o comandante europeu se viu diante de uma adversidade parecida se deu na Europa League da temporada 2014/15. Ainda à frente do Olympiacos-GRE, o técnico viu sua equipe ser superada por 2 a 0 pelos ucranianos do Dnipro, em Kiev. Na volta, jogando em Atenas, empate por 2 a 2 e eliminação para os gregos.

A segunda vez aconteceu na passagem pela China. Comandando o estrelado Shanghai SIGP, Vítor Pereira foi derrotado por 3 a 1, fora de casa, pelos japoneses do Kashima Antlers. Na volta, em Shanghai, vitória dos chineses por 2 a 1 e eliminação pelo saldo de gols nas oitavas da AFC Champions League.

A última vez que o técnico esteve diante de uma situação idêntica aconteceu recentemente. Batido por 2 a 0 em Itaquera, o português viu o Corinthians ser derrotado pelo Flamengo por 1 a 0, dentro do Maracanã, e deu adeus ao sonho do título na Libertadores.