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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (13) a Operação Vírion, que investiga um ex-secretário e um deputado estadual de integrarem organização criminosa para desviar verba destinada à pandemia de coronavírus em Roraima.

Policiais estão na sede da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), e na casa do deputado Jeferson Alves, onde teve de arrombar o portão. A reportagem entrou em contato com a assessoria do político e aguarda retorno. 

Conforme a PF, o objetivo era fraudar licitações de produtos e serviços. As contratações suspeitas de irregularidades envolvem aproximadamente R$ 50 milhões, utilizados na compra de insumos médico-hospitalares, respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.

Operação “Virion” / Polícia Federal

Segundo o inquérito, o ex-secretário, enquanto atuava no cargo, teria planejado com o deputado e direcionado contratações para empresas integrantes do esquema. Ele chegou a promover a divisão de percentuais de quanto seria direcionado às empresas.

As investigações mostrarm que o parlamentar solicitava a servidores que dessem andamento aos processos, cobrando pagamentos antecipados às empresas favorecidas. Um ex-deputado estadual também atuava na organização.

Para a PF, a organização se aproveitava da possibilidade de contratações sem licitação devido para facilitar os crimes. Foi constatado que os procedimentos não seguiam ordem cronológica e os processos mais antigos eram rejeitados para favorecer o grupo, bem como teriam o trâmite concentrado em único setor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), sem qualquer transparência ou publicações.

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou diversos indícios de sobrepreço e de irregularidades nas contratações e pagamentos. Além disso, falta de transparência na aplicação dos recursos federais dificultaram a fiscalização dos gastos.

Ao todo, mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da CGU, cumprem 36 mandados de busca e apreensão em oito estados, sendo Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Roraima, Santa Catarina e no Distrito Federal.

CITADOS

O Governo informou que, em maio deste ano, exonerou o secretário de Saúde, Francisco Monteiro Neto, após constatar indícios de irregularidades na gestão da Sesau. A denúncia foi encaminhada aos órgãos controladores.

De acordo com o Governo, em ato contínuo, a gestão conseguiu o ressarcimento por meio da Justiça do valor de R$ 6 milhões pagos pela compra de respiradores.

“O Governo está à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações”, finalizou a nota.

A reportagem entrou em contato com a Assembleia Legislativa do Estado e aguarda retorno sobre o caso