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Dorivan Marinho / STF

Aos brasileiros, uma CPI do Judiciário

As altas cortes do Judiciário são o poder intocado da nossa República. Esforços de transparência e combate à corrupção têm avançado gradualmente no Executivo, no Legislativo, em empresas e nas primeiras instâncias da Justiça. É natural, portanto, estender esse empenho na transparência à esfera mais elevada do Judiciário. 

Foi com essa visão que colhemos assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado voltada para as cortes superiores. 

A proposta não tem o objetivo de “intimidar” juízes. Essa CPI serve a um novo projeto de Brasil. Pretende romper a última fronteira do setor público que resiste à transparência, ao qual as investigações sobre desvios, como a corrupção, jamais chegaram. Essa CPI é fundamental à segurança jurídica, à previsibilidade e contra abusos eventuais no nosso sistema judicial. É a CPI da igualdade perante a lei, da validade da lei para todos — base de qualquer democracia consolidada.

Buscamos atender a uma forte demanda da sociedade. As reações, como se constatou, chegaram rápido e de forma antagônica. De um lado, acusaram a iniciativa de provocar “instabilidade” no início do governo. De outro, afirmaram que seria um ato de “revanchismo” da base governista contra o STF—insensatez, pois a proposta e o seu autor nada têm a ver com o governo. Acumularam-se ameaças veladas e interpretações alarmistas. Mais importante, porém, é que nenhum dos lados questionou a necessidade de uma apuração dos fatos determinados sobre desvios no Poder Judiciário.

É preciso ter clareza e encontrar, no ambiente de intensa polarização em que vivemos no país — e no Legislativo —, a indispensável posição de equilíbrio e independência.

Não se trata de atacar ministros ou de questionar prerrogativas constitucionais do Judiciário. Muito menos de criar fatos políticos pró ou contra o governo — e cabe esclarecer que sou filiado ao PPS e não integro a base parlamentar do presidente Bolsonaro, assim como não apoio casuísmos ou arbítrios. 

Trata-se, sim, de cumprir o meu dever de servidor da sociedade brasileira, que espelha uma vocação de vida, a de combater a desigualdade e a corrupção. E de cumprir a obrigação institucional de reforçar o sistema de pesos e contrapesos vital à democracia. Quem pode frear eventuais abusos do Judiciário se não o Congresso, eleito pelo povo?

Queremos transparência no Judiciário. A CPI vai investigar suspeitas de desvios operacionais como os excessivos pedidos de vista em processos que retardam ou inviabilizam decisões; desrespeito cotidiano aos colegiados; casos similares com diferença abissal no tempo de tramitação; obscurantismo no sistema de distribuição processual, entre outros. 

Aos que argumentam afirmando que isso seria inconstitucional, vale lembrar que o próprio STF e seus ministros já endossaram uma CPI do Judiciário, em 1999, cujos trabalhos deram importante contribuição para desbaratar um milionário esquema de corrupção em tribunais.

A CPI também pretende investigar possíveis desvios individuais, ação também reconhecida como legítima pelo STF. Nas casas guardiãs da legalidade sobram palestras remuneradas por empresas sob suspeição, empreendimentos societários e outras atividades econômicas em desvio à legislação. 

Há indícios de nepotismo, a exemplo da indicação de filhos de ministros para tribunais. Regras são manipuladas para que uma decisão liminar seja usada como poder de barganha, em prol do aumento de remuneração corporativa. 

Alguns alegaram que o pedido de CPI não apontava um fato determinado. É verdade. Não indicou uma, mas 12 dessas evidências de desmandos —e pode expor inúmeros outros. A sociedade exige mudanças e elas começam pela transparência nos atos dos três Poderes republicanos. Falta o Judiciário.

Link para o artigo na Folha

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Carlos Gibaja / Governo do Ceará

Está marcado para o próximo dia 11 de março o encontro pedido pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) com dirigentes dos demais poderes.

Para a reunião, o governador promete escancarar as contas do Estado.

Será pedido aumento anual no pagamento de aposentados e pensionistas, que, atualmente, é de 10% ao ano.

O governador também vai pedir que os poderes concordem em receber o duodécimo no dia 30 de cada mês, e não no dia 20, como manda a Constituição.

A saúde pública em Aracaju vive um dos piores momentos de sua história.

Os atrasos na marcação de consultas e exames, que já eram enormes, ficaram piores depois que a Secretaria de Saúde do município mudou o sistema.

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André Moreira / PMA

Com se não bastassem os problemas causados pela mudança do sistema, a Unidade de Pronto Atendimento Fernando Franco, da Zona Sul, não tem serviços de pediatria e clínica cirúrgica desde o primeiro dia de 2019.

Os problemas no Fernando Franco têm contribuído para a superlotação na Unidade de Pronto Atendimento Nestor Piva, na Zona Norte, com pacientes sofrendo no chão, como ocorreu na tarde desta segunda-feira, 18.

Na tarde desta segunda-feira, 18, o deputado estadual Gilmar Carvalho (PSC) propôs a formação de comissão suprapartidária para discutir ideias, sugestões que possam ser encaminhadas ao governo como possíveis saídas para a situação financeira gravíssima em que se encontra o Estado.

gilmar carvalho@2x
Jadilson Simões / Alese

Em discurso na Assembleia Legislativa, Gilmar disse que poderia apenas cobrar do governador pelo fato de estar no comando administrativo do Estado desde o início de abril de 2018, mas “isso não tiraria o povo da situação em que está, os servidores do atraso permanente no pagamento de salários, com anúncio, pelo governo, de que poderá atrasar ainda mais”.

“Propondo a instalação nesta Casa do ‘Pensar Sergipe’. Vamos convidar pessoas que tenham verdadeiro amor a Sergipe para discutir no Parlamento a indicação de ideias que possam ajudar o Estado a sair do caos financeiro em que se encontra”.

Gilmar Carvalho, deputado estadual

O deputado promete trabalhar para que a comissão seja formada ainda esta semana e que se reúna para definir uma pauta de convites e discussões.

Servidores estaduais e municipais devem ficar atentos.

A reforma da Previdência que for aprovada no Congresso Nacional valerá automaticamente para Estados e municípios.

ronaldo caiado@2x
Marcelo Camargo / Agência Brasil

Foi o que disse na tarde desta segunda-feira, 18, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, depois de sair de audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes:

“Os governadores e prefeitos que tenham sistema de Previdência podem ficar totalmente tranquilos que não terá nenhuma mudança. Todas aquelas que vierem a ocorrer no cenário nacional serão também implantadas em Estados e municípios”.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, anunciou hoje (18) a exoneração do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno Rocha. Segundo ele, foi uma decisão de “foro íntimo” do presidente da República. Rêgo Barros leu uma nota oficial, em nome do presidente Jair Bolsonaro, informando que ele “agradece sua dedicação” e deseja “sucesso na sua nova caminhada”.

bebianno bolsonaro
Roque de Sá / Agência Senado

O porta-voz também confirmou que o general Floriano Peixoto assumirá de forma definitiva a Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável pela implementação de medidas para modernizar a administração do governo e avançar em projetos em curso. É uma das pontes entre o Palácio do Planalto e a sociedade.

A saída de Gustavo Bebianno do governo de Jair Bolsonaro foi negociada.

gustavo bebianno@2x
Valter Campanato / Agência Brasil

Segundo o jornalista Lauro Jardim, o ministro, chamado semana passada de mentiroso, será exonerado, elogiado pelo presidente e baixar bola:


Foi articulada entre Gustavo Bebianno e Jair Bolsonaro uma saída negociada para o imbróglio da demissão do ministro.

Bolsonaro, que na quarta-feira chamou Bebianno de mentiroso, fará ainda hoje declarações públicas elogiosas ao ex-aliado.

Bebianno, por sua vez, também irá baixar a fervura da briga e se manifestar no mesmo sentido.

É muito comum que bares e restaurantes possuam o serviço de música ao vivo, elemento que atrai a atenção do público. Normalmente, a presença do músico acompanha a cobrança do couvert artístico, taxa destinada ao pagamento do artista. Entretanto, muitos estabelecimentos o fazem sem informar ao cliente devidamente, o que fere o inciso III do art. 6º do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

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Felipe Goettenauer / Procon

De acordo com a legislação, a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços é um direito básico do consumidor, como explica o coordenador do Procon Aracaju, Igor Lopes. “É obrigação do fornecedor informar previamente ao consumidor sobre o preço de produtos e serviços. Deste modo, os estabelecimentos devem fixar, de preferência na entrada, o preço cobrado pelo couvert artístico, de maneira clara, precisa e ostensiva. Caso não exista essa informação prévia, a cobrança será considerada abusiva, permitindo que o consumidor se recuse a pagá-la”, afirma Igor.

Essa situação já foi vivenciada pela estudante universitária Silvia Raquel. Ela conta que, ao receber a conta de sua refeição em um restaurante, percebeu que, também, estava sendo cobrado o valor do couvert. Contudo, ela não havia sido informada sobre a cobrança de nenhuma forma. “Eu me recusei a pagar, porque achei um absurdo não ter sido informada”, relata a estudante. Além disso, ela conta que o atendente continuou insistindo para que ela fizesse o pagamento, o que lhe causou constrangimento.

Em casos como esse, é importante acionar o Procon. “Se o consumidor for obrigado a realizar o pagamento, poderá acionar os órgãos de proteção, como o Procon Aracaju, apresentando a comprovação de que realizou o pagamento e que não foi informado previamente sobre a cobrança”, ressalta o Igor Lopes. 

Para registrar reclamações, na sede do órgão, o consumidor pode agendar o atendimento por meio do site procon.aracaju.se.gov.br, no link ‘agendamento online’, que irá disponibilizar um calendário com dias e horários disponíveis. O órgão está localizado na av. Barão de Maruim, nº 867, bairro São José, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para o esclarecimento de dúvidas é possível, ainda, ligar para o número 151.

Há quase duas décadas já se vislumbrava o agravamento da questão previdenciária se medidas consequentes não fossem adotadas pelos governos federal e estaduais. As importantes reformas econômicas realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso com vistas à estabilidade financeira do país, consubstanciadas no Plano Real, não elegeram o crescimento exponencial das despesas com aposentadorias como uma prioridade inadiável. Criou-se tão somente um redutor no valor das aposentadorias dos funcionários que se aposentavam mais cedo, o tal Fator Previdenciário, ainda vigente. No governo Lula, aprovou-se uma lei obrigando os aposentados a contribuir para a previdência, também ainda em vigência.

previdencia social
Fábio Rodrigues / Agência Brasil

O fato é que tais medidas não resolveram a crescente discrepância entre receita e despesa previdenciária ao não se levar em consideração a questão atuarial em face do rápido envelhecimento da população e outras discrepâncias estruturais motivadas por um cipoal de leis, decretos, regulamentos, portarias, etc. que privilegiam determinados estamentos burocráticos em detrimentos de outros e mesmo em relação as aposentadorias do setor privado.

Nesse sentido, o atual regime previdenciário brasileiro é um forte concentrador de renda e inibidor do crescimento da economia, na medida em que 28% do PIB, ou R$ 1,9 trilhão, é gasto com o servidor público em todos os níveis e na previdência pública e privada. Daí a prioridade estabelecida pelo presidente Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes em equacionar essa crucial questão de forma auto ajustável no tempo em consonância com a dinâmica demográfica.

Muito mais difícil do que a União é a situação previdenciária dos estados, especialmente dos menos desenvolvidos, em razão do agravamento econômico ditado pela recessão dos últimos anos que reduziu drasticamente arrecadação do Fundo de Participação, que vem ser a principal fonte de financiamento desses estados. Com poucas exceções, a grande maioria está atrasando salários dos servidores, geralmente acima dos limites prudenciais da Lei de responsabilidade Fiscal e apresentando baixíssimos níveis de investimentos.

Do ponto de vista previdenciário, foram raros os estados que nos últimos anos fizeram mudanças na legislação a fim de mitigar o problema fiscal. Creio que na expectativa de a União resolver o problema, já que no Brasil se espera que o governo central resolva tais questões e com isso não há desgaste político em mexer num assunto que é impopular.

Quando governador, em 1998, portanto há vinte anos, consciente de que o problema previdenciário tenderia a se agravar no futuro, com base num estudo atuarial e financeiro realizado por especialistas da Caixa Econômica Federal, encaminhei à Assembleia Legislativa projeto de lei propondo a criação de um fundo, o Funaserp – Fundo de aposentadoria do Servidor Público Estatutário do Estado de Sergipe, a ser financiado pelos servidores, em alíquotas diferenciadas, e pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o objetivo de, capitalizado, financiar as novas aposentadorias a partir de sua criação. Com o correr dos anos, as despesas com aposentadoria deixariam de ser realizadas pelo tesouro do Estado e passariam a ser feitas pelo Funaserp.

O Fundo foi aprovado pela Lei Nº 4067, de 11 de janeiro de 1999, e em 2006, por uma ação de inconstitucionalidade patrocinada pelo Sindifisco, o Tribunal de Justiça acatou o voto da desembargadora Josefa Paixão propondo a extinção do Funaserp, com base num decreto federal de 1932. O governo da época não recorreu dessa decisão e os recursos capitalizados no montante de R$ 46 milhões foram devolvidos aos servidores e aos cofres públicos.

É evidente que se o Funaserp não fosse extinto a situação previdenciária do Estado seria muito menos dramática e mais confortável. As contribuições e o processo de contínua capitalização iriam prover os recursos para o pagamento de aposentadorias e, com isso, desonerar, em parte, o tesouro do Estado. Com essa finalidade, em 2012, o governo federal criou o Funpresp, que vem a ser um fundo complementar de aposentadoria do servidor federal que guarda estreita similitude com o Funaserp.

Resta, agora, aguardar a proposta previdenciária que em breves dias o presidente Bolsanaro enviará ao Congresso. Que seja profunda e duradoura e que atenda aos anseios de retomada do crescimento econômico do país. Convém, entretanto, lembrar que um considerável lapso de tempo deverá ser demandado para que a economia volte a crescer a taxas elevadas. Outras reformas serão necessárias para que isso aconteça com sustentabilidade.


Albano Franco – Foi governador, senador e presidente da CNI. É Conselheiro Emérito da CNI e membro do Conselho Superior de Economia da FIESP.

O Ministério Público de Sergipe, por meio da Promotoria de Justiça do Controle Externo, irá ajuizar uma Ação Cautelar Preparatória de Ação Civil Pública para proibir qualquer tipo de evento de rua no Conjunto Inácio Barbosa, em Aracaju.

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Emsurb / arquivo

Segundo o promotor de Justiça Eduardo Matos, o MP recebeu diversas reclamações dos moradores do Conjunto em razão das festividades iniciadas por dois Blocos Carnavalescos, no último sábado, 16 de fevereiro.

Ainda de acordo com Eduardo Matos, os Blocos foram autorizados pelos órgãos competentes para desfilarem em algumas ruas do Conjunto, mas a festividade foi comprometida com a chegada de “paredões”, que gerou tumulto, interditou a Avenida Tancredo Neves e causou uma série de transtornos.

“Em razão desses infortúnios, a Promotoria de Justiça tomou algumas medidas: requisição de inquérito policial para apurar todas as responsabilidades de “paredões” e demais ocorrências no Conjunto, visando a segurar o bem-estar e a tranquilidade e segurança dos moradores; recomendação à SEMA, SMTT e Emsurb para que não autorizem mais nenhuma festa no Conjunto Inácio Barbosa e as que possivelmente tenham sido autorizadas, sejam canceladas”, completou o promotor de Justiça.

Os órgãos municipais também informaram ao MP que realizarão fiscalizações em todos os estabelecimentos situados no local.

Com informações da Promotoria de Justiça do Controle Externo