Professora Denise Leal Albano
Dep. de Direito/UFS

Professor Rodorval Ramalho
Dep. de Ciências Sociais/UFS

Desde que o governo de Sergipe decretou, em 16 de março do ano passado, situação de emergência na saúde pública no estado, suspendendo diversas atividades, um pequeno grupo de gestores e professores da UFS se envolveu mais ampla e diretamente com a questão da pandemia no estado.

Quer ocupando postos estratégicos em conselhos e comissões, quer viabilizando parcerias com órgãos públicos e até mesmo capitaneando ou participando de projetos com robustos recursos para o combate ao coronavírus, a UFS, por meio de alguns dos seus quadros, assumiu papel de destaque nessa grave crise de saúde pública que todo o país, e mais particularmente Sergipe, vem enfrentando.

Se por um lado é louvável esse protagonismo assumido por uma instituição do porte e prestígio da UFS, se é digna de louvor a iniciativa de alguns dos seus gestores e outros professores de empregarem sua expertise para contribuir no enfrentamento de tão grave pandemia, alguns aspectos chamam a atenção sobre o que está em curso.

Primeiro, quanto aos recursos destinados à UFS para o enfrentamento da pandemia. Desconsiderando eventuais repasses via MEC ou por meio de alguma agência de fomento à pesquisa como CNPq, CAPES ou FAPITEC, a instituição vem tocando atualmente 3 projetos cujos montantes somam 5 milhões e meio de reais. Também sem questionar o mérito ou a qualidade dessas pesquisas ou outras ações empreendidas, o que causa estranheza é a gestão sem maior transparência desses projetos e, ao que tudo indica, carente de critérios objetivos mais claros para seleção das propostas e dos responsáveis pela aplicação desses recursos.

Se não, vejamos. Um grande projeto chamado Projeto EPI-Sergipe, que abrange 3 subprojetos, está sendo financiado com recursos da ordem de mais de 4,6 milhões repassados pelo governo do estado. Segue sendo uma grande incógnita os critérios para seleção desses três subprojetos ligados ao EPI-Sergipe, uma vez que não houve a publicação de qualquer edital para que professores e pesquisadores da UFS apresentassem suas propostas.

Esses 3 subprojetos abrangem estudos da área da epidemiologia, violência, grupos vulneráveis e impactos socioeconômicos da pandemia. Assim, sem um edital público no âmbito da UFS que assegurasse ampla concorrência e análise criteriosa de projetos de pesquisa, centenas de professores da instituição foram impedidos de submeter projetos relacionados ao coronavírus, assim buscando viabilizar suas pesquisas por meio do financiamento de parte desses milhões de reais.

Já um outro projeto, chamado “Monitoramento clínico-epidemiológico da etiologia das infecções respiratórias virais em Sergipe”, está completamente indisponível para consulta há alguns meses no site da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe – FAPESE, instituição que gerencia este e os outros projetos executados pela UFS.

Embora seja coordenado por uma professora da universidade, sobre a qual não se discute a qualidade do seu projeto e sua competência, esse projeto está sob sigilo absoluto na página da FAPESE. Após persistente pedido de informações, recentemente a Pro-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS informou que o financiamento tem origem na JBS, sendo essa a empresa que o banca integralmente.

Esse projeto abrange um valor de quase 720 mil reais, e o surpreendente é que a FAPESE invoca sigilo e confidencialidade em relação ao citado projeto desenvolvido por uma universidade pública. Ocorre que o marco legal invocado pela Fundação de Apoio, a Lei Nº 8958/1994, determina exatamente o contrário, impondo transparência e total publicidade na internet aos projetos, com divulgação de informações sobre valores executados, nomes de coordenadores e equipe, pagamentos efetuados, etc.

Também chama a atenção o terceiro projeto chamado “Campanha institucional para angariar recursos destinados a ações de combate ao COVID-19”, capitaneada por um pró-reitor da UFS. O valor de quase 200 mil reais arrecadados tem origem, em sua maior parte, em repasses para a UFS de 6 parcelas regulares de 35 mil reais por uma única instituição pública. Assim, questiona-se: Por que não se tem clareza sobre a forma e os critérios observados para a seleção dos subprojetos contemplados com recursos dessa campanha de doação? Por que também não houve a divulgação de editais no âmbito da universidade para submissão de propostas?

Enfim, não estamos a questionar o mérito ou a qualidade desses projetos. Também louvamos a iniciativa de entidades privadas e públicas financiarem projetos da UFS. Apenas expressamos nossa inquietação diante de um quadro nebuloso que pode comprometer a imagem da UFS, sugerir possível violação a princípios de isonomia e impessoalidade e, ainda, colocar em questão a definição de prioridades quanto ao emprego de verbas públicas e recursos privados diante de um quadro de grave epidemia.

Será que não contraria o bom senso e os princípios da administração pública que, mesmo em tempo de pandemia, a aplicação de tão vultosos recursos ocorra sem concorrência e com uma gestão carente da devida transparência em uma universidade pública?

Com a palavra os gestores da UFS.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é um dos alvos da Operação Akuanduba, deflagrada hoje (19) pela Polícia Federal (PF) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a Petição nº 8.975, foram expedidos mandados de busca e apreensão “de itens, bens, documentos, mídias, dados e objetos” contra Salles e mais 17 pessoas, além de cinco pessoas jurídicas – no caso, empresas, associações e madeireiras.

Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

O ministro teve também seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Moraes determinou, ainda, o afastamento de Eduardo Bim do cargo de presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Operação Akuanduba investiga crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários. De acordo com as investigações, o esquema criminoso tinha caráter transnacional.

“De acordo com a representação da autoridade policial, os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais o qual teria o envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte, no caso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles; além de servidores públicos e de pessoas jurídicas”, informa a petição expedida por Moraes. O material apreendido será periciado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC), da PF.

Citando apontamentos feitos por autoridades policiais, Moraes diz estar “evidente que o interesse privado de alguns poucos empresários, reincidentes na prática de infrações ambientais, foi colocado à frente do interesse público”.

“Esta empreitada criminosa não apenas realiza o patrocínio do interesse privado de madeireiros e exportadores em prejuízo do interesse público, notadamente através da legalização e de forma retroativa de milhares de carregamentos de produtos florestais exportados em dissonância com as normas ambientais vigentes entre os anos de 2019 e 2020 mas, também, tem criado sérios obstáculos à ação fiscalizatória do Poder Público no trato das questões ambientais com inegáveis prejuízos a toda a sociedade”, acrescenta.

Segundo Moraes, as investigações apontam que empresas flagradas exportando ilegalmente produtos florestais teriam buscado apoio da Superintendência do Ibama no Pará, que teria emitido certidões e ofício, “claramente sem valor, por ausência de previsão legal, que não foram aceitos pelas autoridades norte-americanas”.

Um estudo avaliou dados de mais de 178 mil pacientes, sendo 33 mil com diagnóstico confirmado de Covid-19, para determinar a relação da idade, sexo e inflamação com os quadros mais graves da doença, através de análise laboratorial. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, participou do grupo que realizou o estudo, formado por especialistas de diversas instituições nacionais e internacionais.

Peter Ilicciev / Fiocruz

Trabalhos anteriores mostraram que pessoas do sexo masculino têm maior suscetibilidade a desenvolver a forma grave e que pessoas mais idosas apresentam risco maior de morte e complicações da Covid-19, no entanto é a primeira vez que essas constatações são apresentadas de maneira sistematizada, com análise de parâmetros laboratoriais de amostras de uma grande quantidade de pessoas em uma única pesquisa. Os resultados do estudo, liderado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Helder Nakaya, foram descritos em artigo publicado no International Journal of Infectious Diseases.

Os cientistas estabeleceram um perfil laboratorial dos pacientes, com a contagem completa de células sanguíneas, eletrólitos, metabólitos, gases no sangue arterial, enzimas, hormônios, biomarcadores de câncer, dentre outros. Os resultados revelaram que pacientes idosos do sexo masculino têm valores laboratoriais significativamente anormais, incluindo marcadores inflamatórios mais elevados, em comparação com mulheres idosas. Biomarcadores de inflamação, como a proteína C reativa e ferritina, eram mais altos especialmente em homens mais velhos, enquanto outros marcadores, como testes de função hepática anormais, eram comuns em várias faixas etárias, exceto para mulheres jovens.

Segundo os autores do estudo, por ser uma infecção multissistêmica, os pacientes com a forma grave da Covid-19 passam por um processo chamado “tempestade de citocinas”, que é um indicativo de descontrole da inflamação. Isso acontece quando o corpo perde a capacidade de parar esse processo que combateria a doença, desencadeando problemas gravíssimos. Uma hipótese levantada pelo estudo é de que pacientes mais idosos e do sexo masculino têm tendência a ter um descontrole maior da inflamação por conta dessa tempestade de citocinas.

Homens e mulheres apresentaram alterações no sistema de coagulação e níveis mais elevados de neutrófilos, proteína C reativa, lactato desidrogenase, entre outros. Estas alterações foram substancialmente afetadas com o aumento da idade, e o impacto da idade se mostrou mais relevante em homens do que em mulheres. No momento, o grupo de cientistas está trabalhando na expansão destes resultados para testar um escore clínico laboratorial potencialmente capaz de predizer a probabilidade de óbito em pacientes com Covid-19.

Erivaldo Santos

Na manhã desta quarta-feira, 19, foi executado em Aracaju Erivaldo dos Santos, conhecido como “Ceceu”, ex-vereador de Feira Nova.

Foi executado com tiro na cabeça em sua residência, no bairro Santos Dumont, em Aracaju.

Dois indivíduos de bicicleta entraram pela lateral da casa e aguardaram até que ele abrisse a porta.

Pode ter sido vítima de crime de mando.

Michel Jesus/Câmara dos Deputados

O deputado federal Fábio Reis (MDB) foi internado em Aracaju depois de ter o quadro de saúde agravado com a Covid-19.

Veja nota de sua assessoria:

O deputado federal Fábio Reis (MDB) deu entrada agora pela manhã no Hospital Primavera para tratamento da COVID-19. O parlamentar foi diagnosticado com a doença e estava cumprindo isolamento em sua residência. No entanto, devido a pequeno agravamento no seu quadro de saúde, ele foi aconselhado pelos médicos a se internar para tratar o comprometimento do pulmão. De forma transparente, a Assessoria de Comunicação informará o boletim médico com a evolução do tratamento. Agradecemos a todos e pedimos orações para a recuperação mais breve possível.

O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) ajuizou ação em caráter de urgência com pedido de adiamento do concurso da Polícia Federal marcado para o próximo domingo, 23 de maio, em âmbito nacional. A seleção é organizada pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) e direcionada aos cargos de delegado, agente, escrivão e papiloscopista. 

O MPF pede que a Justiça determine que as provas sejam adiadas em todo o país até que haja condições sanitárias adequadas para sua realização, incluindo a estrutura suficiente e necessária na rede de saúde, pública e privada, para atendimentos, de maneira adequada, dos casos de Covid-19. 

Marcelo Camargo / Agência Brasil

No texto, o procurador da República Heitor Alves Soares argumenta que o concurso, que tem 321.014 candidatos regularmente inscritos, acontece em meio ao recrudescimento na pandemia de covid-19 no Brasil. Dados da Fundação Osvaldo Cruz apontam os meses de março e abril como os piores da pandemia no Brasil, quando se chegou a registrar mais de 4 mil mortes por covid-19 em 24 horas. 

Além disso, a ação relata dados de sobrecarga no sistema de saúde em vários estados do Brasil e argumenta que “potencialmente, dada a grande quantidade de inscritos, há grande probabilidade de aglomerações, expondo candidatos ao risco de contaminação, bem como ocasionando um alastramento em larga escala do vírus, colapsando o já combalido sistema de saúde.”

A ação tramita na 3ª Vara da Justiça Federal de Sergipe com o número  0802524-34.2021.4.05.8500. 

Confira aqui a íntegra da ação.

Antonio Augusto / PGR

O procurador-geral da República Augusto Aras informou ao jornal Valor Econômico que a PGR não foi consultada sobre a investigação e os mandados de busca e apreensão contra o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

“A respeito de notícias veiculadas pela imprensa de que autoridade com foro no STF foi alvo de busca e apreensão, a PGR informa que não foi instada a se manifestar sobre a medida, o que, em princípio, pode violar o sistema constitucional acusatório”, afirma a nota enviada ao jornal.

Salles é alvo de mandados de busca e apreensão ordenados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Em sua decisão, o ministro determina que seja dada imediata ciência à PGR, após o cumprimento das diligências.

A Polícia Federal quer investigar se há participação do ministro em um esquema de facilitação de exportação ilegal de madeira. Para embasar o pedido, a PF aponta supostas “movimentações suspeitas” no escritório de advocacia do qual Salles é sócio, conforme aponta Moraes na decisão ordenando o cumprimento dos mandados.

“De acordo com a representação da autoridade policial, os depoimentos, os documentos e os dados coligidos sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais o qual teria o envolvimento de autoridade com prerrogativa de foro nessa Suprema Corte, no caso, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles; além de servidores públicos e de pessoas jurídicas”, descreve Moraes.

Clique aqui para ler a decisão
Pet 8.795

TV Globo / Reprodução

A Polícia Federal revelou na manhã desta quarta-feira, 19, que o COAF identificou operações suspeitas envolvendo o escritório do ministro Ricardo Salles.

As movimentações incluem empresas e dois agentes públicos investigados.

O Coaf é o Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

O delegado de Polícia Federal Juner Caldeira Barbosa tomou posse nesta terça-feira (18/05) como Superintendente Regional da PF em Sergipe.

A cerimônia foi presidida pelo diretor-geral da PF, Paulo Gustavo Maiurino, na sede da Polícia Federal, em Brasília/DF. Juner Caldeira Barbosa substitui o delegado Marcos Renato da Silva Lima, que estava à frente da SR/SE desde 2019.

Juner Caldeira Barbosa durante a posse – 18.5.2021 — Foto: Polícia Federal

O superintendente é bacharel em direito pela Universidade Castelo Branco do Rio de Janeiro/RJ, mestre em Operações Militares, pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército, tem MBA Executivo em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em Gestão de Integrada de Inteligência pela Abin.

Atuou, nos últimos anos, como Coordenador-Geral de Planejamento e Modernização e Coordenador de Gestão Estratégica da Polícia Federal. Ocupou também as chefias da Divisão de Planejamento e Controle da Logística Policial, Divisão de Impedimentos e Alertas e Divisão de Passaportes da PF.

SBT e Globo

O SBT bateu a Globo e comprou a exclusividade da transmissão dos jogos da Copa América deste ano.

A emissora de Sílvio Santos transmitirá todos os jogos da Seleção Brasileira.

Transmitirá também a abertura e a final do torneio, que será disputado entre 13 de junho e 10 de julho.

O Brasil estreia dia 14 de junho, contra a Venezuela, na Colômbia, que sediará o torneio com a Argentina.

O clima acentuado de violência na Colômbia pode levar o torneio apenas para a Argentina.

O SBT voltará a transmitir a Copa América após 32 anos.