Paulo Márcio*

No abaixo assinado encaminhado ao MPE solicitando uma auditoria no IPESAÚDE, a CUT/SE afirmou “que com o aumento de 4% para 6%, os conveniados do Ipesaúde que receberam 2,5% ficarão apenas com 0,5%”.

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Na realidade, os conveniados ficarão com apenas 0,37% de reajuste, pois, com a incidência de 6% sobre a nova remuneração, haverá um aumento de 53,75% do valor nominal da contribuição. 

Exemplificando: o servidor que antes do reajuste ganhava R$ 2.000,00, descontava R$ 80,00 para o Ipesaúde (4%). Assim, seu salário líquido ficava em R$ 1.920,00 (para facilitar o entendimento, desconsideramos o desconto da contribuição previdenciária e outras despesas).

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Com o reajuste de 2,5%, a remuneração desse servidor passou para R$ 2.050,00. Ocorre que a incidência de 6% sobre o novo salário importa em um desconto de R$ 123,00 para o Ipesaúde. Nesse caso, o valor líquido do salário será de R$ 1.927,00. A diferença resultante, de míseros R$ 7,00, corresponde a um aumento final de pornográficos 0,37%. 

Na prática, de cada real concedido aos servidores a título de reajuste, o governo retirou oitenta e seis centavos para equilibrar as contas do Ipesaúde. Uma malandragem sem precedentes na história sergipana.

*Paulo Márcio Ramos Cruz é Delegado de Polícia Civil