Nebulosa, para dizer o mínimo, cada uma das versões apresentadas por empresários para tentar justificar porque o Consórcio Nordeste não recebeu os 300 respiradores, pelos quais pagou ANTECIPADAMENTE R$ 48,7 milhões.
Governos dizem agora que recursos estão sendo devolvidos.
Nem todos os recursos, pelo contrário.
O dono da empresa brasileira já disse que não tem porque devolver.
Cristiana Peres, dona da Hampcare, a empresa contemplada pelo contrato milionário, disse em seu depoimento à polícia baiana, segundo órgãos de imprensa (NE Notícias publicou), que o Consórcio Nordeste tinha pouca autonomia na negociação.
Primeira pergunta: os governadores aceitaram entregar ANTECIPADAMENTE mais de R$ 48 milhões com “pouca autonomia” na “negociação”?
A empresária também confessa que pagou pela intermediação.
Segunda pergunta: os governadores concordaram com esses pagamentos?
Sem formalização no contrato, segundo O mesmo depoimento, a compra foi transferida para empresa brasileira, de acordo com a Anvisa, não tinha pedido de registro dos aparelhos.
Terceira pergunta: os governadores sabiam?
Quarta pergunta: se sabiam, concordaram?
Cerca de R$ 24 milhões foram repassados pela Hampcare – ainda de acordo com o depoimento – para a uma empresa brasileira, a Biogeoenergy. Paulo de Tarso, que responde pela empresa, declarou à TV Bahia, que não fez negócio com o Consórcio Nordeste e que o governo da Bahia se recusou a receber os respiradores.
Quinta pergunta: os governadores concordam com o que o empresário disse?
Cristiana Peres confessa que é a primeira vez que negocia venda de respiradores.
Sexta pergunta: os governadores sabiam?
Sétima pergunta: se sabiam, concordaram?
Essa coisa de dizer que os recursos estão sendo devolvidos, mesmo que toda dinheiramente estivesse sendo devolvida, não afastaria a responsabilidade de TODOS.
Afastar a responsabilidade seria o mesmo que dizer que, para o assaltante, basta devolver o que levou para ganhar a liberdade.
NE Notícias tem PLENA CONVICÇÃO da honestidade dos responsáveis por esse negócio em Sergipe, mas a administração pública EXIGE MAIS.
Em Sergipe, o Ministério Público Federal receberá representação com, pelo menos, três pedidos: a exclusão de Sergipe, o fim do Consórcio Nordeste, a apuração das responsabilidades e punição dos culpados.
A Representação será protocolada pelo deputado estadual Gilmar Carvalho (vídeo acima).
Como se trata de uma história que parece não ter fim, o jornal Tribuna do Norte, de Natal (RN), informa que R$ 22,4 MILHÕES FORAM DESTINADOS A LUCRO E COMISSÕES PELA TRANSAÇÃO PARA COMPRA DOS RESPIRADORES PARA QUE OS ESTADOS DO NORDESTE, incluindo Sergipe, COMBATESSEM A PANDEMIA, o que representa 45% dos valores públicos empenhados, ou seja, metade do que os Estados pagaram antecipadamente.
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