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O corte no orçamento do Bolsa Família foi divulgado em uma reportagem publicada originalmente pela Folha de São Paulo nesta quinta-feira, 4. Os recursos, segundo a reportagem, serão usados para publicidade institucional. O pedido teria partido da Presidência da República e aprovado pela Junta Orçamentária, formada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) e Braga Netto (Casa Civil).

Destinado a atender as famílias carentes da região Nordeste, onde foi feito o corte na cobertura há fila de espera para ingressar no programa, a portaria do Ministério da Economia retira R$ 83,9 milhões do programa e transfere essa verba para a comunicação institucional da Presidência da República.

Em uma breve conta, considerando o valor médio do auxílio por família, cerca de 70 mil poderiam ser contempladas com o benefício.

Jefferson Rudy / Agência Senado

Ainda segundo a Folha de SP, entre abril e maio, a fila de espera superou 430 mil pedidos, e os recursos transferidos poderiam reduzi-la. Com os recursos, a Secretaria Especial de Comunicação, gerida por Fabio Wajngarten, passa a ter mais poder. Wajngarten é suspeito de usar politicamente o cargo.

Com o já conhecido “humor” diário, o presidente Jair Bolsonaro respondeu às informações divulgadas pela reportagem. “Está lá uma manchete interna deles, a primeira matéria, dizendo que eu tirei dinheiro do Bolsa Família para dar para a propaganda oficial. Olha, eu estou anunciando onde, ô, Folha de São Paulo? Estou anunciando onde? Nós estamos gastando aproximadamente em torno de 10% do que gastavam governos anteriores”, afirmou o presidente em sua live.

Mesmo admitindo que há fila de espera, Bolsonaro insistiu em defender o corte e citou os R$ 600,00 do auxílio emergencial. “Quando é que vocês vão aprender… Não vão aprender, vou cansar de falar aqui, a ter vergonha na cara? Fazer uma matéria decente? Vocês podem até falar ‘tem tantos na fila, mas foram contemplados com auxílio emergencial de R$ 600’.”