
Nos últimos dias chegou a Sergipe o desastre natural que atinge todo o Nordeste e tem prejudicado banhistas, turistas e pescadores. As manchas de óleo chegaram ao estado no dia 24 de setembro e desde então não foi encontrada a origem do problema e nem soluções para conter a substância que tem avançado, inclusive, sobre o rio São Francisco.
Na tarde deste segunda-feira, 15, uma das praias mais conhecidas pelos sergipanos e propensa à prática do surf, a Praia dos Artistas, na Coroa do Meio, voltou a ser atingida por novas manchas de óleo. A substância já atinge 161 localidades no litoral nordestino.
As manchas
As manchas de óleo têm poluído o litoral do Nordeste brasileiro desde o início de setembro, mas já foram notadas no final de agosto. A primeira localidade onde, segundo o relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a contaminação foi comunicada, foi na Praia Bela, em Pitimbu (PB), onde os fragmentos de óleo foram avistados no dia 30 de agosto. A partir daí, a substância escura e pegajosa se espalhou pelos nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
Primeiras medidas
A Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu autorizar o aumento da vazão na hidrelétrica de Xingó (AL/SE), que atualmente é de aproximadamente 800m³/s, para uma vazão de 1.300m³/s. A decisão foi tomada após reunião de avaliação da situação do Baixo São Francisco, em virtude do surgimento das manchas de óleo próximas à região. A medida somente será adotada, caso a análise ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) identifique risco de contaminação da água do rio pelo óleo na região próxima à foz.
Segundo o superintendente Especial de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ailton Rocha, caso a medida preventiva seja necessária, as águas que passam por Xingó, que é a fio d’água (não possui reservatório), levarão cerca de 50 horas para chegarem à foz do Velho Chico na divisa entre Alagoas e Sergipe, já que a hidrelétrica está a 179 km da foz do rio. “Caso seja necessário, o aumento da vazão em Xingó causará um incremento na geração hidrelétrica na bacia hidrográfica do rio São Francisco sem comprometer a segurança hídrica na região”, explicou.