NE Notícias se debruça sobre a situação de dois políticos que atuam em Sergipe: o Senador Alessandro Vieira (Cidadania) e o ex-deputado André Moura (PSC).
Antes, uma constatação: política não é ciência de foguete, como lembra, na Folha de São Paulo, George Avelino, professor, doutor em ciência política pela Universidade de Stanford (EUA) e coordenador do Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getulio Vargas-SP (FGV Cepesp).
Política não é ciência exata.

A análise a seguir pode estar ou ser atropelada por equívocos atuais e/ou próximos e fatos futuros.
Alessandro Vieira
Sergipe tem um grande senador quando se fala na defesa da honradez e um péssimo representante na defesa de seus interesses, interesses do Estado.
Com o seu trabalho e suas posições, a política de Sergipe, no cenário nacional, saiu das páginas policiais. Mas Alessandro precisa aprender a separar: ou continua sendo delegado de polícia exercendo mandato eletivo, o que reduzirá demasiadamente sua vida pública, ou, sem deixar de ser delegado, começar a fazer política.
Alessandro precisa entender que não foi eleito para fazer parte de um seminário.
Não importam as críticas ao governador, a adversários lotados no Executivo, a outros parlamentares.
No final, valerão recursos e obras conquistados para o Estado e a capacidade mostrada de aglutinação. Nesses dois quesitos, o senador peca demasiadamente. Também por falta de capacidade de aglutinação, o senador e os atores do projeto mostrado em Aracaju foram derrotados nas eleições municipais.
O senador também padece do estilo fechado, de pouca conversa. A política exige conversa, diálogos constantes. Não importa tanto com quem, interessa mesmo é saber quem comanda, quem está à frente do projeto. Jesus não se cercou de 12 santos nem deixou de conversar com quem cobrava impostos. Importa saber que não deixou de ser o Mestre.
Não conversar ou pouco dialogar, manter-se distante produz outro tipo de contágio: a derrota, o isolamento. Ninguém é feliz sozinho, ninguém é uma ilha.
Todos nós temos a obrigação de renunciar, de recuar. Somente não temos o direito de nåo ser o que somos, no que temos de melhor.
O senador precisa mudar muito. Se não o fizer, será frustrante qualquer tentativa de chegar ao Executivo e ate mesmo de conquistar a reeleição daqui há mais alguns anos.
Será apenas o que poderia e deveria ser, nada mais do que isso.
André Moura
O ex-deputado é, provavelmente, no campo interno, o mais habilidoso político sergipano.
Para que se tenha uma ideia de sua habilidade, lhe bastaram poucos meses em uma secretaria de Estado, no Rio de Janeiro, para ter mais força na Assembleia Legislativa (Alerj) do que seu chefe, o governador.
Junto à opinião pública, é dono de enorme desgaste. Não importa aqui se tem culpa ou não.
Embora internamente muito habilidoso, se tiver juízo, tentará, em 2022, ganhar a eleição para deputado federal. Assim como todos os outros considerados “grandes’ da oposição nas eleições de 2018, não tem a menor chance de conquistar cargo majoritário, nem mesmo o de senador, em 2022.
Sobre partido, André vive um dilema: lhe foi oferecido o comando do PSL em Sergipe e sabe, de acordo com reportagem do jornal O Estado de São Paulo e projeção destacada por NE Notícias, o PSC, seu atual partido, corre enorme risco de não atingir a cláusula de barreira em 2022.
Ademais, o comandante nacional da legenda, Pastor Everaldo, seu amigo, continua na cadeia, acusado de ser um dos líderes de esquema de corrupção.
O comentário é de responsabilidade do autor da mensagem; não representa a opinião de NE Notícias.