Fundação Itaú

O número de postos de trabalho para os segmentos da economia criativa registrou um aumento importante durante o ano de 2023. Seja nas áreas relacionadas à moda, atividades artesanais, indústria editorial, produção audiovisual, na música, ou no desenvolvimento de software, jogos digitais e serviços de tecnologia, o setor registrou uma expansão de 4% na oferta de empregos, o dobro dos 2% registrados na economia geral.

Sergipe tem o melhor índice do país de criação de postos de trabalho em economia criativa
Igor Matias|ASN

De acordo com os dados divulgados pelo Observatório da Fundação Itaú, o setor obteve um crescimento constante a partir do segundo trimestre do ano passado, de abril a dezembro, criando 577 mil postos de trabalho, duplicando o saldo do ano anterior de 287 mil, o que significou cerca de 7,8 milhões de pessoas empregadas.

“Alcançamos em 2023 o maior patamar de emprego na economia da cultura e das indústrias criativas desde 2012, início da série histórica analisada pelo Observatório”, pontuou Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural.

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A partir desse aumento, um ponto a ser considerado é a taxa de formalidade no segmento, que cresceu 3%, representando 4,9 milhões de ocupados e 63% do total no setor. Por outro lado, a taxa informalidade também cresceu expressivamente, sendo refletida em 5% dos empregos, simbolizando 2,9 milhões de trabalhadores e 37% das atividades desenvolvidas na economia criativa no 4º trimestre de 2023.

Os segmentos que puxaram mais essas contratações foram as empresas de design (crescimento de 29% na oferta de vagas), música (24%), desenvolvimento de software e jogos digitais (18%) e gastronomia (16%).

Sergipe tem o melhor índice

Entre os quartos trimestres de 2022 e 2023, o estado de Sergipe apresentou o melhor desempenho do Brasil em relação à criação de postos de trabalho no setor da economia criativa, com um crescimento de 28%. Em Seguida vem Roraima (+27%), Alagoas (+25%) e Goiás (+18%), enquanto as maiores quedas foram registradas no Maranhão (-18%) e Piauí (-14%).

Geografia da economia criativa no Brasil
Painel de Dados da Fundação Itaú (2024)

Dimensões de gênero e raça/cor

Em geral, os profissionais do segmento obtiveram uma remuneração de aproximadamente R$4,5 mil, estando acima da média nacional de R$3 mil. Entretanto, diferenças salariais foram observadas entre os atuantes desse setor econômico, principalmente nos recortes de gênero e cor/raça. Enquanto os brancos receberam R$5.600,00, pretos e pardos foram remunerados em R$3.000,00 e R$3.100,00, respectivamente.

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Quando somados ao gênero, os dados coletados revelam uma diferença salarial ainda mais acentuada: brancos do sexo masculino ganhavam em média R$ 6.900,00 mensais, ao passo que pardos e pretos, no mesmo intervalo, recebiam R$ 3.900,00 e R$ 3.600,00 mensais.

Já as mulheres brancas recebiam em média R$3.900,00, enquanto as trabalhadoras pardas e pretas R$ 2.200,00 mensais em média, valor menor que 1/3 pago aos homens brancos trabalhadores do setor e 56% do valor recebido por mulheres brancas, no último trimestre de 2023.

Confira o painel completo de dados aqui.


Com informações da Agência Sergipe de Notícias.