Assessoria

Questionado pelo senador Alessandro Vieira (SE), líder do Cidadania, nesta terça-feira (11), durante a CPI da Pandemia, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou que partiu do então ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, a convocação da notória reunião para discutir mudanças na bula da cloroquina, por meio de decreto.

Barra Torres confirmou que a reunião, no Planalto, com a presença do então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, e da médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, tinha como único objetivo massificar o uso do tratamento precoce com o medicamento, incluindo na sua bula o combate à Covid-19.

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) 11.5.2021 – Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Barra Torres disse que rejeitou prontamente a ideia por “não ter cabimento”. Alessandro Vieira lembrou que, no entanto, após uma sequência de atos normativos restringindo ainda mais o uso da cloroquina, a Anvisa mudou de posição e passou a liberar o remédio com mais facilidade.

“Passou a haver um consumo bem maior que a produção, e numa velocidade avassaladora”, explicou Barra Torres, “então precisávamos garantir o uso para quem efetivamente precisasse, caso do uso para pacientes lúpicos, maláricos e artríticos. Como o medicamento sumiu das prateleiras, entendemos que era hora de desburocratizar.” A Anvisa, porém, nunca referendou o uso da cloroquina para Covid-19.

Compra de vacinas

Durante o depoimento na CPI da Pandemia, o diretor da Anvisa destacou que não existe a obrigatoriedade de autorização do órgão para compra de vacinas. “Ou seja, o presidente podia ter comprado a vacina da Pfizer, já que não era necessária a autorização da Anvisa para compra, apenas para o uso”, pontua o senador Alessandro Vieira.