Diógenes Brayner, FaxAju

O PSC não vai expulsar o deputado estadual Gilmar Carvalho. Isso está decidido dentro do partido. A razão é que não houve qualquer problema que justifique essa ação e pode inclusive servir de leitura para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que o ato de expulsão tenha outros interesses, assim como se desconfiou dos chamados candidatos laranja. “Não tem jeito desta expulsão ocorrer”, disse ontem um dos membros do PSC que defende isenção da legenda quanto ações do deputado para disputar a Prefeitura de Aracaju.

César de Oliveira / Alese

Gilmar Carvalho não abre mão de sua candidatura a prefeito da Capital, mas não encontra espaço para isso dentro do seu partido, mesmo que antes tenha declarado apoio à sua pretensão. O próprio Gilmar também não deseja e nem ficará no PSC. Tenta migrar para outra legenda e levar adiante o seu projeto de administrar Aracaju. Passa a impressão que deseja filiar-se ao DEM, mas a legislação não permite a troca e cada dia fica mais complicado conseguir a melhor forma para vê-lo nos palanques no pleito de 2020.

Gilmar talvez não saiba, mas dentro do seu provável novo partido há lideranças que não acreditam no êxito dessa mudança, porque consideram muito difícil que aconteça essa expulsão. Caso consiga, o DEM não recusará sua filiação e vai ouvir os demais novos e velhos filiados sobre a candidatura: “na política as coisas não se amarram sem que haja decisão da maioria”, disse um democrata que deixou o partido e está querendo voltar.

Um detalhe que faz o PSC recuar da expulsão é que o próprio partido anunciou publicamente, durante encontro na Assembleia Legislativa, que apoiava a candidatura do radialista a prefeito da Capital, mas poucos meses depois o expulsa sem justificar as razões da punição: “não será fácil explicar para a sociedade esse duplo comportamento em menos de três meses”, admitem líderes da legenda.

Nesse final de semana, Gilmar Carvalho terá uma conversa com o presidente regional do PSC, ex-deputado federal André Moura, com quem tem amizade declarada. O assunto será expulsão da sigla. Dentro do partido o comentário é de que Moura não atenderá ao pedido, exatamente por não ter acontecido nada para esse ato de punição máxima. Também para não abrir precedentes para outros requererem as suas saídas, dando como exemplo o deputado federal Valdevan Noventa, que também pretende deixar o PSC.

Apesar dessa posição possível, Gilmar demonstra otimismo com a possibilidade de trocar de partido.

A Expulsão De Gilmar Do PSC – por Diógenes Brayner (FaxAju)