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Na última semana, a tribuna livre da Câmara Municipal de Propriá foi ocupada pela propriaense Maria Lídia Soares, idealizadora do Instituto São Peregrino de Assistência Social e Educacional, que utilizou o espaço para relatar uma série de abusos praticados pela gerência regional da Deso.

Moradora do Bairro Matadouro, Maria Lídia afirmou que tem sido lesada pela companhia há anos. “Sou atingida pela Deso há muito tempo. Eu pago uma conta de quatro mil reais, de uma casa onde vivem apenas quatro pessoas, porque eles disseram que havia um vazamento em minha residência. Na época, eu estava doente e nem questionei, apenas deixei parcelar esse valor”, disse, complementando.

Divulgação / Câmara de Propriá

“Agora esse parcelamento tem girado mensalmente e cada mês eu acabo pagando a mais. Em agosto, eu paguei R$ 400,00, com quatro pessoas dentro de casa. Já essa semana eu recebi outro boleto, com o valor da minha conta mais o do parcelamento, com o total de R$ 2.400,00”, relatou.

De acordo com ela, além de ser surpreendida com esse tipo de situação, a população de Propriá ainda precisa lidar com o desrespeito dos profissionais que atuam na companhia. “Minha filha foi questionar o valor da conta e eles afirmam que eu teria condições de pagar porque possuo dois imóveis”.

Segundo Lídia, ela é apenas uma das vítimas da Deso no município. “Não estou aqui para resolver um problema que é só meu, estou aqui porque sei que muita gente está passando pela mesma situação. Essa não é uma causa minha, mas todos os propriaenses que observam suas contas altas sem nenhuma justificativa e se desesperam por não ter como pagar”.

Concluindo sua fala, a morada pediu o apoio dos vereadores para solucionar essa problemática que afetado diversas famílias. “Não deixem que a população de Propriá continue passando por isso. Se existe algo que vocês possam fazer em relação a essa coisa chamada Deso, que deveria nos dar água, mas na realidade nos sufoca e nos tira o pão de cada dia, peço que por favor façam”.

Providências

Solidários ao pronunciamento da propriaense, os vereadores Aelson dos Santos (presidente da Casa Legislativa), Heldes Guimarães, Júnior de São Miguel, Marcos da Graça e Matheus Silva mencionaram algumas experiências pessoais e casos vivenciados por pessoas próximas que reforçam o descaso da gerência regional da Deso em Propriá.

“Além de realizar um trabalho de péssima qualidade, muitas vezes a água que chega em nossas torneiras é imprópria, vem até com a areia. Pagamos caro e não temos um serviço compatível com a nossa realidade. Temos que tomar uma providência. A Deso precisa ver o que está acontecendo. Não se pode cobrar de um trabalhador esse valor em uma casa com poucas pessoas”, ressaltou Júnior de São Miguel.

Afirmando ser perseguido pela companhia há vários meses, o vereador Heldes Guimarães assumiu o compromisso de apresentar na Câmara Municipal proposituras com o objetivo de solucionar essa questão no município. “Farei um requerimento solicitando uma auditoria na Deso e um projeto que proíba o corte de água durante o final de semana. Quantas pessoas em Propriá passam pelo mesmo problema que dona Lídia? Quem está sofrendo é a população e não podemos ficar de braços cruzados diante disso”.