Luana Capistrano - Sintese

Pelo segundo ano consecutivo, a política educacional do Governo do Estado de Sergipe foi reprovada por professoras e professores da Rede Estadual. A gestão de Fábio Mitidieri teve nota 1,67. Mais baixa do que a de 2024, que foi de 1,82.

Professores reprovam Educação do Governo de Sergipe
Sintese|Divulgação

Já dos 74 municípios no quais o SINTESE representa o conjunto de professoras e professores, 69 foram reprovados, o que significa que apenas cinco municípios sergipanos tiveram notas acima de 5,0.

As notas dadas às gestões das políticas de educação em Sergipe fazem parte do já tradicional ato de final de ano, organizado pelo SINTESE, a “Prova Final”. Nela, prefeitas, prefeitos e o governador do Estado são avaliados à luz da legislação educacional e recebem notas de zero a 10, diante da política implantada na educação ao longo de 2025.

O ato aconteceu na sexta-feira, dia 19, no calçadão da João Pessoa, Centro de Aracaju.

Governo do Estado não cumpre com o mínimo de investimento na educação determinado por Lei

Não satisfeito em fechar a negociação de forma unilateral e, após um ano de audiências, não cumprir com sua palavra de apresentar proposta às pautas das professoras e professores da Rede Estadual, afirmando não ter verba – mesmo com um crescimento de receita de 3 bilhões de reais em 2025 –, nos últimos 3 anos, a gestão do governador Fábio Mitidieri, não aplicou corretamente os investimentos mínimos educação, descumprindo o estabelecido pelo Plano Estadual de Educação (PEE), a Constituição do Estado de Sergipe e a Constituição Federal.

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Em 2023, o overno de Mitidieri deixou de investir na educação R$ 74.990.544,82 (setenta e quatro milhões, novecentos e noventa mil, quinhentos e quarenta e quatro reais e oitenta e dois centavos).

Em 2024, foi deixado de investir em educação R$ 72.167.436,86 (setenta e dois milhões, cento e sessenta e sete mil, quatrocentos e trinta e seis reais e oitenta e seis centavos).

E, até outubro de 2025, foram deixados de investir R$ 301.480.115,98 (trezentos e um milhões, quatrocentos e oitenta mil, cento e quinze reais e noventa e oito centavos).

O presidente do SINTESE, professor Roberto Silva, taxa como escândalo a aplicação incorreta dos recursos da educação, por parte do Governo do Estado, e coloca que o sindicato já fez denúncia aos órgãos fiscalizadores.

“O que está acontecendo na educação de Sergipe é escandaloso e, por isso, o SINTESE já enviou ofícios ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público de Contas, do Tribunal de Contas do Estado, para que se investigue sobre estes altos montantes que deixaram de ser investidos na educação de Sergipe ao longo da gestão de Fábio Mitidieri. As autoridades precisam saber e cobrar o porquê este dinheiro não foi investido. Onde está este dinheiro? E precisa obrigar o Governo de Sergipe a cumprir com o que estabelece a legislação e destinar estes recursos ao seu devido lugar, que é a educação”, cobra o presidente do SINTESE.

A vice-presidenta do SINTESE, professora Leila Moraes, explica que a baixa nota atribuída à gestão de Fábio Mitidieri na educação é fruto de descaso, da desvalorização e da falta do investimento correto na educação.

“A nota atribuída ao Governo do Estado na gestão da educação, 1,67, é um reflexo de todo este descaso com a negociação, com o desrespeito a diretos, acentuando a política de empobrecimento de professoras e professores, hoje com uma perda salarial que ultrapassa os 54%, e culminando em algo escandaloso, que são estes altos montantes que deixaram de ser investidos na educação. Esperamos que os órgãos responsáveis tomem as devidas providências”, enfatiza a professora Leila.

Veja quanto o Governo de Sergipe deixou de investir em educação e quais Leis estão sendo infringidas [PDF]

Professores reprovam Educação de 69 municípios de Sergipe
Sintese

Maiores e menores notas nas Redes Municipais

O município com pior nota em 2025 foi Canindé de São Francisco, com 1,15; seguido de Pacatuba, 1,25; e de Nossa Senhora do Socorro, 1,37.

Vale lembrar que nestes 3 municípios os prefeitos José Machado Feitosa Neto (Machadinho), Iara Martins e Samuel Carvalho, respectivamente, enviaram às Câmaras de vereadores, e conseguiram aprovar, Projetos de Lei cruéis, que passam por cima da carreira de professoras e professores, promovendo perdas de direitos nunca antes vistas na história nosso Estado, em uma política de perseguição e de criminalização da valorização daqueles e daquelas que dedicam suas vidas à educação e ao futuro das crianças e jovens de seus municípios.

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Outros quatro municípios tiram notas abaixo de 2,0. São eles: Tomar do Geru, 1,50; Aquidabã, 1,52; Santana do São Franciso, 1,62; e Tobias Barreto, 1,64.

Já os cinco municípios com as notas mais altas são: Itabaiana, 5,55; Muribeca, 5,52; Estância, 5,42; Pinhão, 5,22; e Pedra Mole, 5,0.

“As notas apresentadas neste ato público são o resultado de um conjunto de análises a partir da legislação e constatamos que, mais uma vez, a grande maioria dos gestores são reprovados, no que tange ao direito à Educação e ao direito do magistério. O que nos demonstra que 2026 também será um ano de muita luta para revertermos este cenário. Esperamos que os gestores municipais passem a olhar para educação como elemento fundamental para o desenvolvimento de seus municípios e cumpram com a legislação”.

Professor Roberto Silva, presidente do SINTESE

Por Sintese

Este texto reflete exclusivamente a OPINIÃO DO AUTOR e não representa necessariamente a posição de NE NOTÍCIAS.