Sintese

A decisão de suspender as atividades por um dia, na próxima segunda-feira, 13, foi tomada, por professoras e professores da Rede Estadual de Ensino, em assembleia da categoria ocorrida na última quinta-feira, 9, no Cotinguiba Esporte Clube, em Aracaju.

Na segunda-feira a mobilização iniciará logo cedo, às 5h30 da manhã, nos terminais de integração da capital e da grande Aracaju, onde professoras e professores farão panfletagem para dialogar com a sociedade sobre os motivos da nossa paralisação. Estaremos nos seguintes terminais: Terminal DIA, Terminal do Mercado, Terminal da Rodoviária Nova, Terminal Maracaju, Terminal da UFS e Terminal do Marcos Freire.

Logo após, às 8h, vamos nos concentrar em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no bairro Jardins, em Aracaju.

Por que as professoras e professores da Rede Estadual vão parar?

Diante da ausência de proposta e de uma ação efetiva por parte do Governo do Estado para a restruturação do triênio, vinculado ao vencimento, as professoras e professores da Rede Estadual de Ensino de Sergipe decidiram paralisar suas atividades.

O triênio não é vantagem, não é aumento ou privilégio. É um direito, que valoriza o professor pelo tempo prestado à educação, a cada 3 anos os professores tinham um acréscimo remuneratório, o que fazia do triênio um adicional fundamental na garantia de valorização dos professores. O adicional de triênio foi congelado em 2022, pelo então governador Belivaldo Chagas.

Desde o início de 2025, em março, que o SINTESE tem participado de diversas audiências com o próprio Governador, com as secretarias de estado da Educação, da Fazenda e da Administração, a fim de buscar a construção de uma proposta, dentro de viabilidade financeira, que assegure a retoma do triênio para as professoras e professores da Rede Estadual, mas não de maneira rebaixada.

Dentro deste processo, o governador, Fábio Mitidieri, afirmou publicamente que dispunha de um limite de 70 milhões anual, por três anos, para a restauração do triênio. O SINTESE construiu uma proposta com base neste valor apontado pelo governador. O Sindicato buscou aprofundar estudos técnicos e financeiros sobre o impacto na folha de pagamento da Secretaria de Estado da Educação e do Sergipe Previdência e comprovou a viabilidade da restauração do adicional do triênio vinculado ao vencimento, sem comprometer o orçamento estadual.

Vale ressaltar que os dados levantados pelo SINTESE, dentro do seu estudo e da proposta apresentada, sempre foram muito próximos ou iguais aos estudos realizados pela Secretaria de Estado da Administração (Sead), não sendo contestados em nenhum momento.

No entanto, até a presente data, nenhuma resposta concreta foi dada pelo Governo do Estado ao SINTESE. As professoras e professores da Rede Estadual esperaram pacientemente, até aqui, por sete meses, e agora não dá mais para esperar, chegou a hora do governador, Fábio Mitidieri, honrar com sua palavra.

“O que esperamos, neste momento, é o envio do Projeto Lei para a Assembleia Legislativa de Sergipe, retomando o direito do triênio, assegurando o nosso direito. Apresentamos uma contraproposta dentro limite financeiro de 70 milhões/ano, durante três anos, seguindo o que foi apontado pelo próprio governador. O que não dá mais é essa indefinição sem fim. Precisamos de resposta concreta”, afirma o presidente do SINTESE professor, Roberto Silva.

Disputa política interna no Governo do Estado prejudica avanço da pauta

O que tem sido notado, na verdade, é que, infelizmente, há interesses e disputas políticas internas, dentro do próprio Governo do Estado, que estão inviabilizando e impedindo a conclusão da negociação da pauta de reivindicações das professoras e professores da Rede Estadual.

Uma demonstração disso foi a tentativa de audiência na Secretaria de Estado da Administração, na última segunda-feira, dia 8. O Secretário Executivo da SEED (Secretaria de Estado da Educação), agiu abertamente, na frente dos dirigentes do SINTESE, para impedir que a Secretária de Estado da Administração, apresentasse na audiência a proposta do Governo Estadual, desconsiderando aquela rodada de negociação coletiva, agendada e articulada por determinação do Governador, fazendo com que o SINTESE não levasse proposta para a assembleia, o que culminou na paralisação da categoria.

O presidente do SINTESE lamenta o episódio e coloca que a paralisação é uma forma de demonstrar a insatisfação do magistério, mas também de apelar, publicamente, a Fábio Mitidieri, para que chame o feito a ordem dentro do Governo de Sergipe, reafirme o seu compromisso em recuperar a carreira das professoras e professores e determine a restauração da vinculação do adicional de triênio ao vencimento.

“Para nós é um absurdo este tipo de conflito e disputa política dentro do Governo do Estado, que tem prejudicado professoras e professores. Esperamos que o governador, Fábio Mitidieri, assuma esse processo de negociação e apresente efetivamente uma resposta a nossa proposta. A paralisação é um alerta para mostrar ao governo que o magistério não está satisfeito com o que está acontecendo, e que precisamos de reposta já”, enfatiza o professor, Roberto Silva.