Professores de Aracaju estão com atividades paralisadas

Em Assembleia realizada na tarde desta terça, 9 de maio, professoras e professores da rede municipal de ensino de Aracaju deliberaram a paralisação das atividades nesta sexta, 12, onde participarão de vigília em frente à Prefeitura de Aracaju para acompanhar os representantes do Sindicato na mesa de negociação com o secretariado da gestão municipal. Convocada em caráter de urgência, a assembleia foi realizada no auditório do Sindipema (Sindicato dos Profissionais do Ensino do Município de Aracaju) e reuniu mais de 150 professores, entre ativos e aposentados, para debater sobre a mesa de negociação com o governo municipal de Aracaju.

A paralisação foi aprovada por unanimidade, devido à postura do governo municipal de Aracaju em não priorizar a mesa de negociação com o magistério da rede municipal para o cumprimento do piso salarial. A reunião da mesa de negociação com o governo municipal de Aracaju estava marcada para a terça, 9, mas foi remarcada.  

Os/as professores/as relembram que existe uma prática recorrente do governo municipal em tentar desmobilizar a categoria. “Eles desmarcaram a mesa de negociação que aconteceria hoje justamente para desestabilizar o que já estava encaminhado. Uma das coisas que sempre se cobra do professor é planejamento, então precisamos nos manter firmes e mobilizar mais pessoas, planejar bem as nossas ações”, defenderam professoras/es do magistério público municipal.

O secretário de Formação do Sindipema, Cláudio de Brito, destacou a importância de toda a categoria aderir às mobilizações. “Sexta-feira será um dia estratégico para darmos um pontapé inicial rumo a uma série de mobilizações, tendo como horizonte a conquista do piso na carreira. Ano passado conseguimos, enquanto categoria, um avanço muito grande como consequência da nossa mobilização, levando em consideração o desrespeito dessa gestão municipal. Precisamos ir às ruas e nos mantermos mobilizados para fazer os devidos enfrentamentos”, destacou Cláudio.

O Presidente do Sindipema, professor Obanshe Severo, contextualizou a campanha salarial de 2023, desde a reunião com o prefeito na câmara de vereadores até a última reunião da mesa de negociação, dia 5 de abril. “A proposta da categoria inegociável é o Piso no vencimento inicial e sua repercussão na carreira, como determina a legislação vigente”. Obanshe destacou, também, que “a GEA é mais uma das ações do executivo para dividir a categoria com objetivo de enfraquecer a luta do magistério e assim encontrar maior facilidade para manter a desvalorização da categoria”. 

Em sua fala, o professor Obanshe aproveitou ainda para convocar todas e todos a se somarem a mobilização e ampliar o engajamento nas ações do sindicato, colocando isso como única forma de manter os direitos e conquistas do magistério público.

Na sexta-feira (12), dia da paralisação, a categoria do magistério estará em vigília em frente à PMA, para acompanhar a reunião de negociação.

Assembleia Extraordinária

Além da paralisação nesta sexta, também ficou encaminhada a realização de uma Assembleia Extraordinária na próxima terça, 16 de maio. A secretária de Comunicação do Sindipema, Cátia Oliveira, ressaltou que é hora de permanecer em luta. “O que Edvaldo quer é nos dividir e desmobilizar a categoria, mas estamos juntas e juntos, e a carreira é nossa. Tem que ser coletivamente, nada sobre nós sem nós. Independente da ação da Prefeitura, cabe a nós lutarmos até o fim. E sobre os vereadores que votam contra nós e legislam para Edvaldo, temos que lembrar deles quando chegarem as eleições”, afirmou.

A secretária-geral do Sindipema, Patrícia Seixas, destacou a importância de toda a categoria se manter atenta à GEA, ressaltando que é uma gratificação que gera ilusão, pois não é piso salarial. “A proposta criada pela gestão de Edvaldo Nogueira, a da GEA, não é a que defendemos. A direção do Sindipema tem convicção de que o piso na carreira, com reflexo para toda a categoria, é uma pauta inegociável. E precisamos nos manter mobilizados/as e ocupar a frente do Centro Administrativo para lutar pelo nosso piso na carreira, contemplando ativos e aposentados”. A professora Patrícia ainda destacou que, após a reforma da previdência (2019), gratificações temporárias não têm sido incorporadas à remuneração e que teremos muitos desafios para que a Gratificação Especial de Atividade (GEA) seja incorporada aos proventos de aposentadoria.

O Sindipema ressalta que a categoria continua em estado permanente de Assembleia.