O ex-deputado federal paulista Arthur do Val utilizou as redes sociais para atacar a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), e a população sergipana após o anúncio de emendas parlamentares destinadas ao show de Wesley Safadão, realizado no dia 28 de junho durante o Forró Caju.
Em suas declarações, Arthur classificou o artista como “de baixa qualidade” e acusou o uso de dinheiro público em eventos culturais como “prática do Nordeste”. Ele foi além, afirmando que Sergipe é “o Estado que mais recebe Bolsa Família, tem analfabetismo 12% maior que a média nacional, está entre os dez com mais homicídios” e que, segundo ele, “as pessoas mal têm saneamento básico e morrem nas mãos de facções”.
As falas do ex-deputado, cassado por quebra de decoro após áudios sexistas sobre mulheres ucranianas [‘as mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres’], geraram forte reação da cúpula política de Sergipe. A prefeita Emília Corrêa repudiou publicamente as declarações, classificando-as como xenofóbicas e criminosas.
“Pode me criticar, pode criticar a gestão, mas ofender o povo de Aracaju, aí não. Então, aqui fica um recado: tomarei as providências legais cabíveis, repudiando essa fala criminosa. Porque o que ele fez não foi crítica. Ele cometeu crime. E crime de xenofobia tem que ser tratado como tal. É assim que a gente vai fazer”, afirmou Emília.
Ela também ressaltou o valor e a dignidade do povo aracajuano: “A nossa Aracaju é feita de gente trabalhadora, honesta, acolhedora. […] Enquanto eu estiver prefeita, isso não vai acontecer. Meu povo será defendido, protegido com todas as medidas que forem necessárias.”
O vice-prefeito Ricardo Marques também se manifestou, destacando que “aceitamos críticas políticas, mas ofensas ao nosso povo, jamais. Lembro que xenofobia é crime e está enquadrado na Lei do Racismo”. Marques anunciou que irá acionar o Ministério Público Federal para que sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis.
As autoridades sergipanas reforçaram que Sergipe possui rígidos critérios de controle em sua administração, sendo reconhecido como um dos estados mais estruturados do Nordeste, e repudiaram qualquer tentativa de promover preconceito ou desinformação sobre a realidade local.
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