Vitor Abdala, Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) faz hoje (17) ação contra esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo a Fundação Getulio Vargas (FGV), instituição de ensino e pesquisa privada com sede no Rio de Janeiro.ebcebc

A Operação Sofisma cumpre 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio, tanto na capital fluminense quanto na cidade de São Paulo. Também foram expedidas ordens de sequestro e cautelares restritivas.

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Polícia Federal/Divulgação

Segundo a PF, o esquema envolvia órgãos federais e estaduais, que contratavam a FGV com dispensa de licitação. As investigações, iniciadas em 2019, mostram que havia superfaturamento de contratos.

A instituição era usada “para fabricar pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos, que resultaram em pagamento de propinas”.

“Apurou-se que, mais do que emitir pareceres inverídicos que camuflavam a corrupção dos agentes públicos, a entidade superfaturava contratos feitos por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela”, informa nota divulgada pela polícia.

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Os alvos da ação usavam empresas sediadas em paraísos fiscais, como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas, para lavar dinheiro e praticar a evasão de divisas.

Nota da Fundação Getúlio Vargas

A Fundação Getúlio Vargas se manifestou na tarde desta quinta-feira (17) sobre as buscas realizadas na sede da instituição pela Polícia Federal na manhã de hoje (17). Em nota, a Fundação ressaltou que a ação causa profunda estranheza e indignação. A instituição esclareceu que recebeu com surpresa na manhã desta quinta-feira o cumprimento dos mandados de busca e apreensão em suas dependências no Rio de Janeiro e São Paulo.ebcebc

Na nota, a FGV também alega que vêm sendo alvo de perseguição e vítima de imputações quanto há supostos fatos ocorridos há 15 anos atrás. Além disso, a fundação reiterou sua confiança nos poderes constituídos, em particular o Poder Judiciário Brasileiro.