“A eleição de Rogério Carvalho, caso Lula da Silva seja o candidato do PT à Presidência da República, será favas contadas”. Quem faz a aposta é um jornalista com experiência em marketing político, para logo em seguida trazer a seguinte ressalva: “Mas, se Ulices Andrade for o candidato do governo, bem, aí a coisa muda de figura. A máquina teria um nome competitivo”.
Já um calejado ex-deputado diz: “É quase certo que [o conselheiro do TCE] não seja de fato candidato, como ele mesmo já disse em várias entrevistas à imprensa. Pense bem, concorrer contra a máquina do PT e também contra o delegado Alessandro Vieira, ambos sem nada a perder, pode vir a ser bastante desgastante para uma vida bem organizada e tranquila. Isso pesa muito”.

Opiniões díspares unidas por um detalhe: todo mundo tem falado sobre a tal “candidatura” de Ulices Andrade para substituir Belivaldo Chagas. Muitas seriam as “virtudes” do conselheiro, entre as mais citadas estão o perfil sereno e conciliador, e ser cumpridor da palavra empenhada. Teria ele ainda a liga necessária para reintegrar as forças governistas, por ora separadas em facções.
Existe até um plano arquitetado: na vaga de Ulices Andrade na Corte de Contas assume o governador, cujo sonho de consumo é integrar o TCE; outra vaga aberta com a aposentadoria de um conselheiro em 2022 fica pra família Mitidieri. A vice-governadoria agasalharia a jornalista Candisse Matos, atual consorte de Rogério Carvalho, que permanece no Senado em função estratégica num eventual governo de Lula da Silva. Laércio Oliveira seria a opção pru Senado.
Os “russos” não foram chamados a opinar! Mas isso se discute mais adiante…
Pesam contra o brilhante desenho o fato de Rogério Carvalho ter tara priápica em sentar na cadeira que um dia foi de Marcelo Déda – algo para além de uma simples vaidade, frise-se –, de ter o governo já acionado equipes para “trabalhar a imagem” de Fábio Mitidieri, e de Edvaldo Nogueira passar ao largo de tudo isso, como se ele não existisse. Sem contar algumas outras ausências.
Por mim, ainda é cedo para fazer apostas ou sepultar candidaturas. Ulices Andrade aparenta ter poderes alquímicos. Há quem diga que ele será candidato, sim, mas prefira não entregar o jogo agora. Acha que o momento não seria “oportuno”. Por outro lado, entre os governistas, busca-se um candidato capaz de manter tudo como está, o que incluiria o PT e demais penduricalhos.
Para fechar a reflexão, avaliando a aposta do colega e o vaticínio do ex-parlamentar, tendo mais a juntar fichas com o primeiro. Na política, mais das vezes, tudo é exatamente o oposto do que sugere a vã filosofia…
Por: David Leite – Jornalista e Marquetólogo.

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