Mandetta não quer ficar no governo. Bolsonaro não quer Mandetta.
Na noite desta quarta-feira, 15, o ainda ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, desabafou em entrevista ao site da Veja:
Ministro, a sua saída está certa, pelo que o senhor falou na coletiva de hoje. Até quando o senhor fica? Fico até encontrarem uma pessoa para assumir meu lugar.
Não tem mesmo mais jeito de permanecer no governo, ministro? De permanecer no governo? Não, não. São 60 dias nessa batalha. Isso cansa!
Sessenta dias do quê? Sessenta dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante.
O que o senhor vai fazer quando sair do governo? Não sei. Vou trabalhar. Tenho de ganhar o pão. Meu caçula, o Paulo, está no último da faculdade de Direito na USP, em são Paulo. O Pedro, que é médico, está na residência de cirurgia geral na Santa Casa de Campo Grande, e a Marina, que é advogada e mãe do meu netinho.
Mas o senhor vai para o governo de Goiás, com o governador Ronaldo Caiado? Não, não. Não tem nada disso. Eu posso ajudar lá informalmente, como posso ajudar qualquer outro governo ou prefeitura.
Mas o senhor tem plano de sair da vida pública? Eu nunca planejei nada. A vida foi me apresentando oportunidades. Algumas eu aproveitei, outras não.
O senhor pretende ser governador de Mato Grosso do Sul ou de Goiás, como tem sido especulado recentemente? Como ser governador? A eleição é só em 2022! Até lá tem muita coisa para acontecer. Agora tenho de trabalhar, ganhar o pão. Tenho meus filhos na faculdade ainda, tenho uma netinha.
E a carreira parlamentar, o senhor pretende retomar? Não. Já passei oito anos lá e já não queria concorrer na segunda eleição. Já foi o suficiente.
O senhor se arrependeu de ter entrado no governo Bolsonaro? Não. De jeito nenhum. Não me arrependo de nada.
Estar à frente do ministério da Saúde nesse momento de pandemia foi o maior desafio que o senhor já enfrentou? Não, já passei por desafios piores. Ir para os Estados Unidos, deixando a mulher e dois filhos pequenos para estudar foi mais desafiador.
O senhor sabe quem vai substituí-lo? Não, não sei. Mas nós vamos ajudar quem entrar, se quiser nossa ajuda. A gente tem compromisso com o país. Aqui é tudo marinheiro antigo, não tem principiante, ninguém vai torcer contra.
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