Agência Brasil

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O.J. Simpson, o ex-astro do futebol americano e ex-ator, morreu na última quarta-feira (10), aos 76 anos, após uma batalha contra o câncer. A informação foi divulgada pela família em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (11).

Em 1994, Simpson evitou a prisão quando foi considerado inocente das mortes a facadas da ex-mulher Nicole Brown Simpson e de seu amigo Ronald Goldman, em Los Angeles. Mais tarde, ele cumpriu 9 anos em uma prisão de Nevada após ser condenado em 2008 por 12 acusações de assalto à mão armada e sequestro de dois vendedores de itens esportivos de colecionador em um hotel de Las Vegas.

O.J.Simpson|Creative Commons

Simpson foi um dos melhores e mais populares atletas do final da década de 1960 e da década de 1970 nos EUA. Ele superou uma enfermidade da infância para se tornar um jogador eletrizante na Universidade do Sul da Califórnia. Depois de uma carreira de sucesso na NFL, ele foi incluído no Hall da Fama do Futebol Americano Profissional.

Anos depois, Simpson transformou seu estrelato no esporte em uma carreira como comentarista esportivo, garoto-propaganda e ator de Hollywood, incluindo em filmes da franquia “Corra que a Polícia Vem Aí!”.

Tudo isso mudou depois que Nicole Brown Simpson e Goldman foram encontrados mortos em uma cena sangrenta do lado de fora de sua casa em Los Angeles, em 12 de junho de 1994.

Simpson rapidamente foi apontado como suspeito. Ele foi ordenado a se entregar para a polícia, mas cinco dias após os assassinatos, fugiu em seu Ford Bronco branco com um ex-companheiro de equipe, levando seu passaporte e um disfarce. Uma perseguição policial pelas ruas de Los Angeles terminou na mansão de Simpson, que mais tarde foi acusado dos assassinatos.

O que se seguiu foi um dos julgamentos mais notórios do século 20 nos EUA e um circo na imprensa. Tinha de tudo: um réu rico e famoso; um homem negro acusado de matar sua ex-esposa branca por ciúmes; um “time dos sonhos” de advogados de defesa caros e carismáticos; e uma grande gafe dos promotores.

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Simpson, que no início do caso se declarou “absolutamente 100% inocente”, acenou para os jurados e disse as palavras “obrigado” depois que o painel predominantemente negro de 10 mulheres e dois homens o absolveu em 3 de outubro de 1995.

Os promotores argumentaram que Simpson matou Nicole em um ataque de ciúmes e apresentaram testes de sangue, cabelo e fibras que ligavam Simpson aos assassinatos. A defesa argumentou que o réu famoso foi incriminado por policiais brancos racistas.

O julgamento dividiu os Estados Unidos. Na Casa Branca, o então presidente Bill Clinton deixou o Salão Oval e assistiu ao veredicto em uma televisão. Muitos negros norte-americanos comemoraram a absolvição, vendo Simpson como vítima de uma polícia racista. Muitos norte-americanos brancos ficaram chocados com sua absolvição.

Posteriormente, as famílias Goldman e Brown entraram com um processo por homicídio culposo contra Simpson no tribunal civil. Em 1997, um júri predominantemente branco em Santa Monica, no Estado da Califórnia, considerou Simpson responsável pelas duas mortes e o condenou a pagar 33,5 milhões de dólares (R$ 170,2 milhões) em indenizações.

A saga de sua vida foi contada no documentário vencedor do Oscar em 2016 “O.J.: Made in America”, bem como em várias dramatizações para a TV.

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