NE Notícias

Uma médica foi vítima de uma tentativa de estupro dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Almeida, no Povoado Colônia 13, em Lagarto. O crime ocorreu no dia 9 de setembro, mas ganhou nova repercussão após uma denúncia do Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (CREMESE).

Clínica De Saúde Colônia Treze (Padre Almeida) em Lagarto
Prefeitura de Lagarto

Segundo o CREMESE, após registrar um boletim de ocorrência sobre a agressão, a médica foi demitida.

O crime aconteceu quando um homem invadiu o consultório da profissional sem passar pela triagem da unidade. De acordo com o Conselho, o suspeito não tinha qualquer relação com a vítima.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Atendimento à Mulher e Grupos Vulneráveis (DAGV) de Lagarto, instaurou uma investigação para apurar a denúncia da tentativa de estupro.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

Em nota, a Prefeitura de Lagarto repudiou o ocorrido e afirmou que um procedimento interno foi aberto para apurar as circunstâncias. A gestão garantiu que a médica será acolhida e terá suporte jurídico, psicológico e administrativo. No entanto, o comunicado não esclareceu o motivo da demissão da profissional.

A prefeitura declarou que, “caso seja constatada qualquer forma de omissão ou falha administrativa, as medidas legais e disciplinares cabíveis serão adotadas”.

Leia nota do CREMESE na íntegra:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (CREMESE) manifesta repúdio à tentativa de estupro sofrida por uma jovem médica no dia 9 de setembro, durante o exercício de sua função na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Almeida, localizada no Povoado Colônia 13, no município de Lagarto.

O fato, que configura grave violação à integridade física, sexual e psicológica da profissional, representa uma afronta à dignidade de todos os médicos e médicas que atuam na linha de frente, prestando atendimento à população, muitas vezes em condições precárias de segurança.

O CREMESE também lamenta, com indignação, o comportamento da gestão da referida unidade de saúde, que, ao invés de acolher a vítima, demonstrou completo descaso diante da gravidade da ocorrência, desestimulando-a registrar boletim de ocorrência e minimizando os fatos. Como agravante, a médica foi demitida após ter formalizado a denúncia às autoridades, o que reforça o cenário de negligência institucional e retaliação à vítima.

O Conselho considera inadmissível qualquer forma de omissão ou tentativa de silenciamento em casos de violência, sobretudo quando envolvem profissionais em ambiente de trabalho. É dever das instituições de saúde assegurar condições mínimas de segurança e acolhimento – o que claramente não ocorreu neste episódio.

Reafirmando o compromisso com a valorização, segurança e respeito à classe médica, o CREMESE acompanhará o desdobramento das investigações e irá adotar as medidas pertinentes.