Como NE Notícias informou, no último dia 23, a Lava-Jato cumpriu mandado de busca e apreensão em empresa localizada no município de Barra dos Coqueiros e fez vistoria no gabinete do então CEO da Golar Power, Eduardo Antonello.
Veja o que o que diz a decisão da juíza Gabriela Hardt:
“Há notícia do envolvimento de EDUARDO NAVARRO ANTONELLO em corrupção e lavagem de dinheiro para fornecimento de informações privilegiadas obtidas do setor técnico da Petrobras para a empresa Sapura Kencana, que venceu a licitação para a contratação de três navios lançadores de linha (PLSV), e contratação da estaleira IHC para a construção dos navios para a Sapura.
“A Sapura teria pago o equivalente a 1,5% do valor do contrato junto à Petrobras. O valor foi combinado com Antonello, que acabou recebendo também uma parte do valor combinado.
“O MPF afirma ainda que a Urca Offshore Management LTD teria recebido, em conta no Bank Cayman Branch (conta no 6725631207) cerca de US$ 4,3 milhões, e em seguida repassado cerca de US$ 3,1 milhões para a empresa Constellation Holdings Group Corporation, em conta bancária mantida na BSI Overseas (Bahamas) Ltd (conta no 61174381) que seria offshore de Eduardo Antonello, entre agosto de 2012 e julho de 2014.
“Os pagamentos indevidos a ANTONELLO teriam sido realizados na conta da CONSTELLATION, conta não declarada às autoridades brasileiras, bem como na conta da CASALINA TITTE & ESCROW INC, da qual era beneficiária a BLACK RIVER ASSETS LLC. Da quebra do sigilo telemático de EDUARDO ANTONELLO constata-se que este está de fato vinculado à BLACK RIVER: ‘Black River is a company which is wholly owned by Eduardo. Eduardo is furthermore associated with Black River by way of an employment or similar arrangement pursuant to which Black River is in a position to second him to work for other entities and/or to provide consultancy services’.
“Além dos fatos ilícitos relacionados à contratação da SAPURA pela Petrobras (…) narra o MPF a possível ocorrência de ilícitos envolvendo outros contratos firmados pela SEADRILL, então presidida por EDUARDO ANTONELLO, relativos ao afretamento de sondas”.
Governo de Sergipe
Publicou o jornal A Tarde:
O governo do Estado de Sergipe, por meio de seu secretário de Desenvolvimento Econômico, José Augusto Carvalho, decidiu permitir a alteração da legislação da distribuição de gás estadual, prejudicando a empresa local Sergás. Por que o governo sergipano fez isso, se com essa decisão desvalorizou o patrimônio da Sergás e acabou beneficiando a Golar?
Deputado Laércio Oliveira
Sobre essa fase da Lava-Jato o jornal A Tarde, de Salvador, informou:

Atitude do governo de Sergipe – a administração estadual sergipana e o deputado federal Laércio Oliveira (filiado ao Progressistas de Sergipe, acabaram se envolvendo com uma empresa (Golar) e seu presidente Antonello, investigados no Brasil e também pelo Poder Judiciário da Holanda desde 2016. Como o governo de Sergipe reagirá agora? Vai manter a parceria? Colocará à disposição do público todos os detalhes dos negócios mantidos com a Golar e Antonello?
4) A Lei do Gás e Sergipe – o deputado Laércio Oliveira foi relator da Lei do Gás, projeto recentemente aprovado pela Câmara e agora em tramitação no Senado. Por que Laércio quis direcionar o texto do projeto da Lei do Gás para privilegiar a utilização de gás importado para térmicas em vez de propor uma política que ajudasse a induzir o uso do gás natural brasileiro, do pré-sal?
Hoje, como se sabe, a maior beneficiária em Sergipe da Lei do Gás é a Golar: a norueguesa terá farto mercado para vender GNL importado para o Estado e outras regiões nordestinas.
(…)
Também chama a atenção na 75ª fase da Lava Jato o deputado federal Laércio Oliveira não ter sido um dos alvos da investigação. Possivelmente, como a Lava Jato tem estado em atrito com a Procuradoria Geral da República, os procuradores envolvidos nessa apuração podem ter preferido não envolver algum congressista, pois o foro privilegiado acabaria atrasando todo o processo.
Por fim, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deveriam apurar se o presidente da Golar, Eduardo Antonello, utiliza intermediários em seus negócios.
O jornal também publicou declaração do governador Belivaldo Chagas (PSD):
Já o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, declarou que “a apuração realizada pelas autoridades brasileiras relativamente ao empresário Eduardo Antonello, segundo as informações até agora tornadas públicas, referem-se a 1 período anterior à constituição da empresa CELSE – Central Elétrica de Sergipe e não guardam qualquer relação com a atividades da termoelétrica em Sergipe”.
(…)
Informou ainda que “se solicitado, o governo irá colaborar com quaisquer atividades investigativas da Justiça brasileira”. A respeito da Lei do Gás, declarou que será “1 estímulo à exploração e comercialização do gás das nossas reservas”.
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