O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, marcou para esta quinta-feira, 17, julgamento da prisão de condenados em 2ª instância.
Os olhos, ouvidos e letras do País e de boa parte do mundo se voltam para a possibilidade de liberdade do ex-presidente Lula (PT), preso em carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), desde a noite de 7 de abril de 2018.
Uma possível mudança da maioria na Suprema Corte Corte, segundo a Folha de São Paulo, favoreceria Lula e mais 12 presos na Lava-Jato.
O entendimento atual, que levou Lula para a cadeia, é de que condenado em 2ª instância deve ser preso.
Veja o que escreve o jornalista Elio Gaspari na edição desta quarta-feira do Globo e da folha de São Paulo:
Lula deixará a carceragem de Curitiba. Talvez seja logo, talvez demore algumas semanas ou poucos meses. Quando isso acontecer, alterará o medíocre cenário político que se instalou no país.
Livre ou, pelo menos, falando à vontade, Lula ocupará um espaço que há um ano seria impensável.
O fator Lula Livre tem muito de imprevisível. Afinal, ele mesmo já se definiu como uma “metamorfose ambulante”. Olhando-se para os 40 anos de sua atividade política, pode-se apenas especular que repita o jogo de espelhos em que usa um discurso radical e moralista para assustar os adversários, transformando-se em seguida num tolerante moderado capaz de pacificar suas próprias fileiras, apagando incêndios que ajudou a soprar.
Esse foi o dirigente sindical de grandes greves perdidas do ABC e esse foi o “sapo barbudo” do temido PT do final do século passado. Esse foi também o candidato a presidente que em 2002 assustou o andar de cima e adoçou-o com a “Carta aos Brasileiros” de Antonio Palocci. Ele viria a se transformar num petista milionário, quindim dos amedrontados.
Mesmo na carceragem de Curitiba, esse foi o cacique que bancou a permanência de Gleisi Hoffmann na presidência do partido, contendo articulações mais moderadas. A moderação, quando tiver que vir, se vier, virá dele.
Elio Gaspari
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