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Uma megaoperação deflagrada nesta terça-feira (2) pelo Ministério Público de Minas Gerais, em conjunto com a Receita Federal e polícias estaduais, revelou um esquema estruturado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo atacadistas, redes de supermercados e empresas do setor varejista.

Marcos Valério
Marcos Valério, operador do mensalão, em 2022 – Polícia Federal|Arquivo

A Operação Ambiente 186 aponta um prejuízo superior a R$ 215 milhões em ICMS não recolhido ao estado.

Entre os alvos da ação está o publicitário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como operador do Mensalão e que atualmente cumpre pena em regime domiciliar na Grande Belo Horizonte. De acordo com as investigações, ele é apontado como um dos articuladores do grupo criminoso.

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Outro nome de peso envolvido é a rede de supermercados Coelho Diniz, que detém cerca de 25% das ações do Grupo Pão de Açúcar. A operação teve como alvo mais de 30 empresas suspeitas de integrar o esquema fraudulento.

Como funcionava o esquema

Segundo o Ministério Público, o grupo criava empresas de fachada para simular operações interestaduais e suprimir o pagamento de ICMS próprio e o imposto devido por substituição tributária. A estratégia reduzia artificialmente o custo das mercadorias, ampliando os ganhos ilícitos e distorcendo a concorrência, prejudicando empresas que operam legalmente.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas e nas residências de empresários e funcionários envolvidos. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, aparelhos eletrônicos, documentos e veículos de luxo utilizados pela organização para lavagem de dinheiro.

Além disso, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (CIRA-MG) obteve a indisponibilidade de bens dos investigados no valor de R$ 476 milhões.

G1

NE Notícias, com informações do MPMG