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Os números da consultoria Atlas Político mostram, na mesma linha do Datafolha, como avança a rejeição de Bolsonaro —ultrapassou 50% os que dizem que ter uma imagem negativa do ocupante do Planalto. As cifras do Atlas, no entanto, mostram que não foi só o presidente que viu minguar a simpatia do eleitorado. As imagens de todos os políticos avaliados pioraram, com exceção nada desprezível do ministro da Justiça, Sergio Moro, que se manteve na liderança do ranking de imagem, com mais de 50% opinando positivamente sobre ele.

Chama atenção, por exemplo, a performance ruim do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), outro nome da direita que tenta se descolar de Bolsonaro após a união superexplorada na campanha. O tucano outsider viu sua imagem negativa disparar no último mês. Entre julho e agosto, a visão negativa do governador passou de 42,5% para 58,3%, segundo a pesquisa. O Atlas Político ouviu 2.000 pessoas recrutadas aleatoriamente na Internet, com amostra rebalanceada por meio de um algoritmo para ter representatividade nacional. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

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Rodrigo Maia, herói do mercado financeiro por ter liderado a aprovação da reforma da Previdência, também viu sua imagem negativa avançar, de 60,7% para 66%, também em um mês. Maia é um dos símbolos em Brasília da ideia de que é preciso preencher um espaço que fuja do radicalismo e de “propostas exageradas”, como o retrocesso dos direitos da mulher, ou a abertura escancarada para a venda de armas. A rejeição ao extremismo adotado por Jair Bolsonaro vem tanto de nomes como o presidente da Câmara como de integrantes do próprio partido do presidente. “Estamos trabalhando na construção de uma candidatura de centro direita”, disse um deputado do PSL, pouco antes de se encontrar com Maia, que também enxerga nessa via o caminho natural para encontrar um candidato que venha a presidir o Brasil em 2022.

Nenhum avanço da oposição tampouco

“O centro está abandonando o Bolsonaro, mas a base bolsonarista é ainda bastante coesa. A centro-direita sofre com a polarização política igual à centro-esquerda”, analisa Andrei Roman, diretor do Atlas Político. “Outro aspecto surpreendente da queda de popularidade do presidente é que ela não resulta tampouco no avanço de nenhuma figura da oposição à esquerda. Os níveis de aprovação e desaprovação de Lula, Haddad e Ciro estão estagnados”, segue Roman.

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