David Leite

A empresa que deveria ser a autoridade máxima de tecnologia e responder pela elaboração e gestão de todos os projetos e serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) do Governo de Sergipe “pode fechar as portas a qualquer momento”. A denúncia parte de fontes da própria gestão de Belivaldo Chagas, ouvidas pelo NE Notícias, preocupadas com o destino da Emgetis.

Para esse grupo, a Empresa Sergipana de Tecnologia da Informação passa por um “processo deliberado de desmonte, um verdadeiro sucateamento da estrutura da Emgetis”. De acordo com uma das fontes, neste quarto de século não houve concurso público em uma atividade que é dinâmica. “O processo de TIC exige oxigenação. Sem sangue novo, perde-se competitividade”, explica.

Da mesma forma, no tocante à renovação de equipamentos, a fonte também denuncia a falta de investimento há quase uma década. “No ano passado, o governo repassou R$ 20 mil para aplicação em TIC, o que é uma quantia risível. Hoje, sobrevivemos das sucatas doadas pelo TJ/SE (Tribunal de Justiça de Sergipe), TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e Banese”, diz.

Outra fonte critica a falta de pessoal especializado em TIC no comando da Emgetis. “O presidente da empresa de tecnologia do Estado, o engenheiro civil Ézio Prata Faro, há quase dez anos no cargo, faz questão de dizer que é leigo no assunto. No Conselho Administrativo, presidido pelo político João Augusto Gama, só a representante dos funcionários tem formação na área”.

Clima de terror – Entre os funcionários, a situação é de dúvida quanto ao destino da empresa. “O governador podia ser verdadeiro e dizer ‘olha, vou privatizar, vou extinguir a Emgetis’, seria mais humano e justo. A insegurança tira a paz e interfere no desempenho da equipe, que em vez de focar no trabalho vive um clima de terror, de perseguição e pânico”, diz uma terceira fonte.

Ela cita ainda outras questões pontuais que sugerem que os dias da Emgetis estariam contados. “Fecharam a creche, deram salas para a SSP implantar laboratórios e até o estacionamento da sede está sendo repassado para uso da Casa Civil. Agora, fica a questão: a quem interessa fechar a empresa, quem lucrará com isso? E as atividades estratégicas de TIC, quem cuidará delas? Isso preocupa”.