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O cenário político fluminense e sergipano se cruzou na CPI do Crime Organizado. O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (Republicanos), prestou depoimento e mirou sua artilharia contra o ex-deputado sergipano e pré-candidato ao Senado, André Moura (União Brasil), atual secretário de governo de Cláudio Castro.

Ex-governador Anthony Garotinho, durante depoimento na CPI do Crime Organizado
Anthony Garotinho e o senador Alessandro Vieira – Foto: Carlos Moura|Agência Senado

Sem apresentar provas materiais durante a fala, Garotinho acusou André de ser um dos líderes de um suposto esquema criminoso e membro de uma elite dentro do governo fluminense, denominada por ele como a ‘turma do charuto’, composta por secretários e aliados políticos.

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O ex-governador chegou a citar episódios envolvendo Moura, como um suposto desaparecimento de dinheiro de sua residência, mas não apresentou comprovação do fato [vídeo mais abaixo].

Fator Alessandro Vieira

Um detalhe curioso marcou a sessão: o relator da CPI é o senador Alessandro Vieira, que, apesar de divergências históricas, compõe a mesma chapa majoritária de André Moura em Sergipe, liderada pelo governador Fábio Mitidieri.

Antes de comparecer à comissão, Garotinho se manifestou na rede social X sobre essa configuração política:

“Logo que publiquei o convite para prestar informações sobre a ligação do governo do Rio com o crime organizado comecei a receber diversos vídeos de políticos e jornalistas do Estado de Sergipe me alertando que isso poderia ser uma armadilha montada pelo próprio André Moura para descredibilizar minhas informações”.

Anthony Garotinho

Ele completou elogiando a postura do relator: “Quero deixar claro que isso, para mim, não faz a menor diferença. […] Também conheço, embora à distância, o mandato do Senador Alessandro Vieira, que tem se portado de maneira ética e defendendo bandeiras que também acredito […]. Se alguém acha que vai me intimidar com vídeos de André Moura, não me conhece.”

Reprodução

A Resposta de André Moura

Diante das acusações, André Moura reagiu prontamente. Por meio de nota divulgada pelo O Sergipense, sua assessoria classificou as falas como “estapafúrdias” e anunciou medidas legais.

“A assessoria de André Moura esclarece que as declarações feitas por Anthony Garotinho e Victor Travancas carecem de qualquer comprovação factual ou prova concreta que sustente as ilações apresentadas. Diante do caráter claramente estapafúrdio e surreal das alegações, o secretário já adotou medidas judiciais cabíveis contra ambos a fim de que sejam provadas em Juízo as acusações, consciente da completa falta de evidências para sustentá-las”, diz o texto.

AssCom/André Moura

A nota ainda ataca a credibilidade do ex-governador: “Anthony Garotinho, preso cinco vezes em apenas três anos sob acusações de corrupção […] possui históricos amplamente conhecidos de envolvimento em controvérsias policiais e judiciais […] o que compromete a credibilidade de suas afirmações”.

Veja o depoimento do ex-governador na CPI do Crime Organizado:

TV Senado

Caso Bacellar

Recentemente, o nome de André Moura também foi citado na coluna do jornalista Leandro Resende, da CBN Rio, em outro contexto polêmico. Segundo a apuração, Moura teria atuado como peça-chave na articulação política para garantir a liberdade de Rodrigo Bacellar.

Bacellar, ex-presidente da Alerj, foi preso preventivamente durante a Operação Unha e Carne, que investiga vazamento de informações sigilosas e ligações com o Comando Vermelho (CV).

Dias após a prisão, a Alerj votou pela revogação da medida cautelar. André Moura, no entanto, negou veementemente a informação de que tenha influenciado na soltura do deputado. NE Notícias repercutiu o caso aqui.

Este espaço permanece aberto para manifestações das partes interessadas sobre o assunto.


NE Notícias, da redação