Conforme dados dos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde, já foram registradas, até ontem, dia 25, 554 mortes pelo novo coronavírus em Sergipe, sendo que 396, foram apenas nesses 25 dias de junho, o que representa 71,4% do total de mortes por COVID-19.
Frente ao expressivo crescimento das contaminações e mortes pela covid-19 em Sergipe, registrado nos últimos dias, o Comitê Sergipano Popular pela Vida (COPVIDA/SE) denuncia o aumento acelerado de óbitos por meio da Segunda Carta Aberta Sobre os Óbitos em Sergipe.
Em ofício protocolado ontem no Gabinete do Governador, o COPVIDA/SE, integrado hoje por 46 entidades populares, manifesta insatisfação pela falta de respostas aos documentos encaminhados no sentido de tentar buscar alternativas conjuntas para o enfrentamento da crise, inclusive com apresentação do Plano Popular de Enfrentamento à COVID 19 em Sergipe, protocolado no dia 8 de junho.
É inacreditável que o Estado de Sergipe, tenha reaberto serviços e ainda pense em abrir outros na segunda 29 de junho, quando o Estado se encontra com a taxa de ocupação de 86% das UTI’s públicas e privadas.
Criticando discursos que buscam opor vida e economia, as entidades que integram o COPVIDA/SE compreendem que essa é uma questão que nem deveria estar em discussão, visto que, como defendem no documento, “a vida é a condição fundamental para que todas as demais possibilidades humanas sejam realizadas. Não faz o menor sentido opor à vida qualquer outra alternativa, já que a vida é condição de todas as alternativas possíveis”.
Como medida principal, mas não única, para a preservação das vidas em Sergipe, o COPVIDA defende que o Governo do Estado determine, de forma imediata, o lockdown. “O Estado é o principal responsável pelo sucesso ou não do isolamento social. Infelizmente tal qual colocamos na Carta, podemos exemplificar que as pessoas só se conscientizaram da obrigação do cinto de segurança nos automóveis mediante blitz educativas e aplicação de multas. Essas medidas foram fundamentais para a redução de mortes no trânsito.
Nesse momento, a rigidez com o isolamento por meio do lockdown, aliado a outras medidas de apoio a quem tem fome, é urgente por parte do Estado para evitar ainda mais óbitos pelo coronavírus”, destacou Lídia Anjos, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, que integra o COPVIDA/SE.
Representante da Coordenação Quilombola de Sergipe, Izaltina Santos chama a atenção para a realidade enfrentada por grupos mais vulnerabilizados da sociedade. “As prioridades paras comunidades tradicionais sempre foram deixadas para o segundo plano. Na pandemia nossa situação piorou, pois sequer temos acesso continuo à água, apesar de pagarmos alto esta conta. Há muita dificuldade de acesso aos benefícios, principalmente quem não está Cadastro Único do Governo Federal. A saúde das mulheres agricultoras e pescadoras é muito frágil em razão de nossas atividades. Tudo isso, aliado aos primeiros casos de contaminação pela covid-19 em nossos municípios, é o anúncio de um desastre sem medidas”, alerta.
Integram o COPVIDA:
1. Afronte – Juventude sem Medo
2. Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em
Saúde – ANEPS
3. ASA – Articulação Semiárido Brasileiro
4. Ásè Égbè Sergipano-Coletivo de Terreiros
5. Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – Núcleo Sergipe
6. ABRAPPS – Associação Brasileira de Pesquisadoras e Pesquisadores pela
Justiça Social
7. Advogadas e Advogados pela Democracia
8. Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária Sergipe
9. Associação De Pescadores São José (Povoado Bolivar/Ilha das Flores)
10. Associação de Pós-graduandos da UFS
11. Casa de Mar – Espaço de Arte, Cultura e Educação Omiró
12. CEAGEO – Centro Acadêmico de Geografia Alexandrina Luz/UFS Itabaiana
13. Central Única dos Trabalhadores – CUT
14. Centro Dom José Brandão de Castro – CDJBC
15. Centro Cultural Eurukerê
16. Coletivo de Mulheres Eurukerê
17. Coletivo Paulo Freire
18. Coletivo Resistência e Luta
19. CONAL – Conselho Nacional do Laicato na Arquidiocese de Aracaju
20. Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
21. Coordenação Quilombola de Sergipe
22. CRILIBER – Quilombo da Maloca
23. Federação dos Trabalhadores da agricultura de Sergipe – FETASE
24. Fórum de Entidades Negras
25. Fórum de Mulheres de Sergipe
26. Grupo de Capoeira Mandingueiro
27. Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Trabalho, Questão Social e Movimentos Sociais
28. Instituto Amigos da Inclusão Social – IAIS
29. Instituto Braços – Centro de Direitos Humanos de Sergipe
30. Instituto de Estudos e Pesquisas Sócio Étnico Raciais Comunidade OJú Ifá
31. Instituto Nacional de Inclusão Social – INIS
32. Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
33. Mídia Livre Os Caatingas
34. Movimento de Artistas Periféricos
35. Movimento dos/as Trabalhadores/as Sem Teto – MTST
36. Movimento Humaniza Cidade
37. Movimento de Marisqueiras de Sergipe – MMS
38. Movimento da Mulher Trabalhadora Rural de Sergipe – MMTR
39. Movimento De Mulheres Camponesa – MMC
40. Movimento Nacional de Direitos Humanos de Sergipe – MNDH Sergipe
41. Movimento Popular de Saúde do Estado de Sergipe- MOPS
42. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
43. Movimento Tudo para Todos
44. Pastoral Carcerária
45. Rede Nacional Advogadas e Advogados Populares – RENAP (Articulação de Sergipe e Bahia)
46. RENAFRO Saúde núcleo – Sergipe
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