Saulo Ramos foi um dos mais brilhantes integrantes do mundo jurídico brasileiro.
Advogado, jurista, político, escritor e ministro da Justiça, como NE Notícias lembrou, considerou o ainda decano do Supremo Tribunal federal, Celso de Mello, um juiz de merda.
Relembre o que está no livro Código da Vida, de Saulo Ramos:
José Sarney candidatou-se a senador pelo estado do Amapá e o caso foi parar no Supremo, pois Sarney jamais residira, votara ou militara politicamente por lá; apenas vislumbrou a chance de uma eleição mais fácil, após uma presidência das mais desastrosas, e seus adversários pediram a impugnação da candidatura.
Pois bem. No julgamento, Celso de Mello votou pela impugnação. Em seguida, mais que depressa, telefonou a Saulo Ramos — que o indicara para a corte e havia sido ministro de Sarney — para explicar sua posição. Reproduzo o diálogo tal qual descrito no livro:
— Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do presidente.
— Claro! O que deu em você?
— É que a Folha de S.Paulo, na véspera da votação, noticiou a afirmação de que o presidente Sarney tinha os votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou minha vez de votar, o presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do presidente
— Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo noticiou que você votaria a favor?
— Sim.
— E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele
— Exatamente. O senhor entendeu?
— Entendi. Entendi que você é um juiz de merda.
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