Os festejos juninos continuam a todo vapor em Sergipe; veja a agenda de shows
Apesar de o período dos festejos juninos estar chegando ao fim, ainda há atrações de shows programadas para este final de semana. Corre que ainda tem muita diversão nesta reta final!
Erick O’Hara ⏐ ASN
Aracaju
1º de julho
Arraiá do Povo – Orla da Atalaia
19: Skama de Peixe
21h: Santana O Cantador
23h: Samyra Show
01h: Fabiano Guimarães
Nossa Senhora do Socorro
1º de julho – João Alves
Palco Principal
Kevi Jonny
Felipe Amorim
Silvano Sales
Cintura Fina
Limão com Mel
Forró Siri 2023
Palco da Diversidade Cultural
Xuxa e Samba
Nara Pressão
Chico Queiroga e Antônio Rogério
Maxwell Silva
Cana com Limão
Banda Prime
Palco Vila Cultural
Capitão do Forró
La Lambada
Forró Sorriso de Prata
Maykiss Ferreira
Leo e Lenilson
Prefeitura de Estância
Estância
2 de julho – Local: Sindisa – Horário: 13h
Fábio de Estância
Lagarto
2 de julho – Povoado Colônia 13
Casamento do Matuto do Povoado
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Capela
1º de julho – 20h, Praça Dário do Acordeon
Danielzinho O Kaceteiro do Forró
Samyra Show
Elba Ramalho
Erick Land
Felipe Amorim
2 de julho
8h – Busca do Mastro – sede da prefeitura
Arrastão com Bell Marques
Assessoria
Areia Branca
2 de julho
Bafafa (percorrendo as principais ruas da cidade)
Danielzinho o Kaceteiro
Alma Gêmea
Piseiro do Cidão
Flamengo enfrenta Fortaleza de olho na vice-liderança
Ouça
Três dias após garantir a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores, o Flamengo volta ao Maracanã na noite deste sábado (1º) para encarar o Fortaleza pela 13ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Terceiro colocado, com 22 pontos, o Rubro-Negro carioca quer garantir mais três para subir à vice-liderança. Do outro lado do campo estará o Leão do Pici (8º), com 20 pontos, que também busca a vitória para se aproximar do G6 da tabela.
À beira do campo, comandando as equipes, estarão dois técnicos argentinos: Jorge Sampaoli, pelo Flamengo, e Juan Pablo Vojvoda, pelo Fortaleza. O duelo no Rio de Janeiro, a partir das 18h30 (horário de Brasília).
Na última quarta (28), o Rubro-Negro carioca deixou o gramado do Maracanã aplaudido, após aplicar 4 a 0 no Aucas (Equador), diante de quase 63 mil torcedores, resultado que garantiu a classificação do time carioca às oitavas de final da Copa Libertadores. Um dos destaques foi o atacante Bruno Henrique, que balançou a rede uma vez na primeira partida em que começou como titular, desde que voltou a jogar, após dez meses afastado devido a uma lesão no joelho direito.
“O retorno [de Bruno Henrique] é importante, pois ele é uma referência no elenco e porque tem grande capacidade para criar oportunidades de gol. Aguardamos esse retorno e, devagar, ele está acontecendo. Estamos torcendo para ele alcançar a sua melhor versão”, disse o técnico argentino Jorge Sampaoli durante coletiva.
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No Brasileirão, o Mais Querido subiu para a terceira posição na última rodada, ao derrotar o Santos por 3 a 2 fora de casa. Esta noite, no Maracanã, o time contará mais uma vez com casa cheia: a torcida esgotou os 60 mil no final da tarde de sexta (30).
O Fortaleza também chega com moral alto no confronto desta noite, após uma sequência de três vitórias consecutivas, a última delas na terça (28), por 2 a 1, sobre o Palestino (Chile), pela Copa Sul-Americana. Ao triunfar na última rodada da fase de grupos, o Leão do Pici – já classificado antecipadamente – garantiu a liderança na chave H e vai decidir em casa o jogo da volta das oitavas. Já no Brasileirão, o Fortaleza bateu em casa o Atlético-MG (2 a 1) na rodada passada, e na retrasada superou o Cruzeiro (1 a 0) em Belo Horizonte.
— Fortaleza Esporte Clube 🦁 (@FortalezaEC) June 30, 2023
Reprodução
Para a partida desta noite, o técnico Vojvoda não poderá contar com o zagueiro Titi – suspenso após levar o terceiro cartão amarelo -, nem com Pedro Rocha, Zanocelo e Fernando Miguel, que seguem em recuperação no departamento médico.
Situação jurídica da Livraria Cultura
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Raul Araújo concedeu liminar para suspender os efeitos da decisão da Justiça de São Paulo que havia determinado a convolação (transformação de situação jurídica) da recuperação judicial da Livraria Cultura em falência. O relator levou em conta o princípio da preservação de empresa, que, segundo ele, tem “inegável e relevante função social e cultural, cuja quebra causa enorme prejuízo tanto à comunidade de credores como à coletividade em geral”.
A liminar garante efeito suspensivo ao recurso especial que vai discutir a questão no STJ, o qual ainda não foi admitido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O ministro entendeu que estão presentes a plausibilidade do direito invocado e o risco de dano irreparável ou de difícil reparação, decorrente de eventual demora na solução da causa, pois a reação do mercado a uma medida desse tipo é imediata.
Wilfredor⎥Wikimedia Commons
Para Raul Araújo, em relação ao faturamento da livraria e ao estágio em que se encontra a recuperação judicial, o montante da dívida que se alega não ter sido paga não parece substancial a ponto de inviabilizar a continuidade da atividade econômica.
O ministro destacou que o objetivo principal da recuperação é viabilizar a superação efetiva da situação de crise econômico-financeira enfrentada pelo devedor, mantendo a fonte produtora, o emprego dos trabalhadores e os interesses dos credores. “Embora o procedimento de recuperação judicial, sempre instável, conviva com o risco presente de convolação em falência, é de se priorizar sempre a preservação da empresa, possibilitando a superação da crise e incentivando a negociação, porque o objetivo da lei é que se propiciem medidas que viabilizem a reestruturação e o soerguimento da empresa”, disse.
Descumprimento de obrigações assumidas no plano de recuperação
Em 9 de fevereiro deste ano, a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo convolou a recuperação judicial em falência, por descumprimento do aditivo ao plano de recuperação. O juiz acolheu a manifestação da administradora judicial, que registrou pendências que somariam R$ 1.679.790,62, “sem perspectiva quanto à possibilidade de adimplemento do montante ou de soerguimento as sociedades em recuperação”.
O TJSP negou provimento ao recurso, confirmando a convolação da recuperação da Livraria Cultura em falência, por entender que foi reconhecido “o descumprimento generalizado do plano de recuperação judicial”, situação que se amoldaria ao previsto na Lei 11.101/2005.
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A Livraria Cultura alegou, então, vício de fundamentação, pois a decisão não discriminou quais obrigações, especificamente, foram descumpridas durante o período fiscalizatório, tampouco em que momento essas obrigações teriam vencido, com o fim de esclarecer se seu vencimento se deu ao longo do biênio de fiscalização. A defesa da empresa afirmou que a falência não poderia ter sido decretada por hipóteses não previstas no artigo73daLei11.101/2005, como entende que ocorreu.
Necessidade da discriminação das obrigações descumpridas
Ao analisar o pedido de tutela antecipada, Raul Araújo constatou que a decisão do TJSP se limitou a observar que o “descumprimento generalizado do plano” se amoldaria à Lei 11.101/2005, deixando de estabelecer, com clareza, quais hipóteses de descumprimento foram efetivamente compreendidas durante o período legal de fiscalização, única causa que ensejaria, como consequência, a convolação da recuperação judicial em falência.
O relator chamou atenção para a pouca significância do alegado inadimplemento (R$ 1.679.790,62), menor do que o faturamento mensal da empresa, para ensejar decreto de quebra, “o que, aparentemente, revela um contrassenso com a conclusão de inviabilidade econômica da atividade empresária de pessoa jurídica de tamanha relevância social como a Livraria Cultura”.
“Desse modo, convolada a recuperação judicial em falência, com o início da prática dos atos necessários para lacração do estabelecimento e arrecadação dos ativos, resta notório o risco ao resultado útil do processo, caso não seja conferido efeito suspensivo ao apelo especial”, concluiu o ministro.
➥ Esta notícia refere-se ao(s) processo(s): TutAntAnt25
Piso da Enfermagem: entenda o que deve ocorrer
Todos os votos foram computados no plenário virtual do STF.
Ministros decidiram que a União deve pagar, sem exceções.
Myke Sena ⏐ MS
Estados e municípios
Piso deve ser pago, desde que seja feito provisionamento de recursos, transferidos pela União. Se a União, ou seja, o governo federal não fizer isso o pagamento não será exigível por parte dos municípios e Estados.
Setor privado
Para as entidades privadas, não há consenso entre os ministros.
Valores do piso
R$ 4.750 para os profissionais de enfermagem; R$ 3.325 para os técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.
Isso, para os trabalhadores dos setores públicos e privados.
Julho terá bandeira verde, sem custos extras nas tarifas de energia elétrica
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) definiu nesta sexta-feira (30/6) que a bandeira tarifária do mês de julho será verde. A sinalização demonstra que não haverá cobrança complementar na conta de energia elétrica em julho para todos os consumidores de energia elétrica conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Energisa / Arquivo
O diretor geral da Agência, Sandoval Feitosa, destacou o acionamento de hoje. “A manutenção da bandeira verde é um alento para o cidadão, que cada vez mais está alerta para o consumo consciente de energia. Toda a sociedade é beneficiada com as condições de geração favoráveis”.
A bandeira verde está vigorando desde abril de 2022 em decorrência das condições favoráveis de geração de energia no país. A ANEEL mantém o posicionamento de que é bastante provável que haja bandeira verde em todo o ano de 2023, a julgar pelos dados disponíveis que permitem a atualização permanente de projeções de acionamento das bandeiras tarifárias.
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O SIN é a malha de linhas de transmissão de energia elétrica que conecta as usinas aos consumidores. A bandeira verde indica a melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas.
O mecanismo das bandeiras tarifárias, criado em 2015, tem o objetivo de propiciar transparência ao custo real da energia.
Saiba mais sobre consumo consciente de energia elétrica:
Agência Nacional de Energia Elétrica
SSP garante reforma do Presmil
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informa que, com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e da Procuradoria do Estado de Sergipe, os trâmites legais para a reforma do Presídio Militar se encontram em andamento.
AMESE
E como parte desse processo, foi realizada uma nova reunião no dia 22 de junho do corrente ano, que envolveu os membros do Conselho de Reestruturação e Ajuste Fiscal (Crafi) e abrangeu as delimitações para abertura do procedimento licitatório para a reforma do PRESMIL no valor de pouco mais de R$ 3,2 milhões, sendo deferido o pleito por unanimidade.
Assim, a SSP reforça o compromisso do Governo do Estado com os assuntos relacionados à segurança pública.
Agora é oficial: Botafogo anuncia saída
Vítor Silva ⏐ Botafogo
O Botafogo, através de sua diretoria, emitiu a seguinte nota:
Luis Castro não é mais o técnico do Botafogo. O Botafogo foi comunicado nesta sexta-feira (30) pelo técnico Luís Castro sobre a sua decisão de aceitar proposta de um clube do exterior, o que encerra a atuação no comando técnico da equipe. Também deixam o Clube os auxiliares Vitor Severino e João Brandão; o preparador físico Roberto de Oliveira; o preparador de goleiros Daniel Correia; e o analista de desempenho Nuno Baptista. O Clube agradece aos profissionais pelo serviços prestados e deseja sucesso nos futuros desafios
O Botafogo foi comunicado nesta sexta-feira (30) pelo técnico Luís Castro sobre a sua decisão de aceitar proposta de um clube do exterior, o que encerra a atuação no comando técnico da equipe. Também deixam o Clube os auxiliares Vitor… pic.twitter.com/qqVel9Yxsi
A Prefeitura de Aracaju convida a imprensa para a cerimônia de posse do novo secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Victor Rollemberg Machado.
A cerimônia será realizada nesta segunda-feira, dia 3, às 10h, no auditório do Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos de Noronha.
Empresário Victor Rollemberg e Edvaldo Nogueira – Foto: Arthur D’Avila ⏐ PMA
Serviço
O quê: cerimônia de posse do novo secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Victor Rollemberg Machado.
Quando: segunda-feira, dia 3.
Horário: às 10h.
Onde: auditório do Centro Administrativo da Prefeitura de Aracaju, na rua Frei Luís Canelo de Noronha, 42, conjunto Costa e Silva.
Deputada de Sergipe ameaçada de morte; vídeo
A deputada Linda Brasil (PSOL) sofreu constrangimentos morais e até ameaça de morte, na última quarta-feira, 28, durante a realização de uma Sessão Especial na Assembleia que celebrava o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+. Um e-mail foi encaminhado ao um endereço oficial da Alese, censurando grosseiramente o exercício livre e democrático dos mandatos da deputada Linda Brasil e também de outros parlamentares.
FUI AMEAÇADA DE MORTE E PRESSIONADA A RENUNCIAR AO CARGO DE DEPUTADA ⚠️
Ontem, no Dia do Orgulho LGBTQIA+, recebi, através da Escola do Legislativo da @assembleiase, um e-mail contendo diversos ataques transfóbicos, discurso de ódio e uma explícita ameaça de morte. pic.twitter.com/o0Bz4aQsCB
Em nota, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (ALESE), deputado Jeferson Andrade (PSD), lamentou profundamente o ocorrido, considerando como absurdo:
“Puro e intolerável discurso de ódio. Um absurdo! Imediatamente, prestamos nossa solidariedade à deputada, passamos o assunto ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e à Diretoria Jurídica da Casa, para os devidos cuidados de segurança pessoal e apoio legal, bem como determinamos o acompanhamento institucional nos encaminhamentos processuais que a deputada promoveu junto às esferas da Polícia Civil e da Polícia Federal, onde os fatos serão devidamente esclarecidos.
Atentar contra a livre e soberana ação política e legislativa de um deputado é atentar também contra o parlamento, contra o estado de direito e contra a democracia. Nossa solidariedade, portanto, à deputada Linda Brasil e a todos os parlamentares estaduais de Sergipe”.
Deputado Jeferson Andrade PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SERGIPE
Bolsonaro inelegível: Como votou cada ministro
Por maioria de votos (5 a 2), o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro por oito anos, contados a partir das Eleições 2022. Ficou reconhecida a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do ano passado. Walter Braga Netto, que compôs a chapa de Bolsonaro à reeleição, foi excluído da sanção, uma vez que não ficou demonstrada sua responsabilidade na conduta. Nesse ponto, a decisão foi unânime.
O julgamento foi encerrado na tarde desta sexta-feira (30) com a proclamação do resultado pelo presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.
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Consequências
A maioria dos ministros seguiu o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. Com isso, ficou determinada a imediata comunicação da decisão à Secretaria da Corregedoria-Geral Eleitoral (CGE), para que, independentemente da publicação do acórdão, se promova a devida anotação no histórico de Jair Bolsonaro no cadastro eleitoral da restrição à sua capacidade eleitoral passiva, ou seja, da impossibilidade de se candidatar e ser votado em eleições.
A decisão também será comunicada imediatamente à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), para que analise eventuais providências na área penal; ao Tribunal de Contas da União (TCU), devido ao provável emprego de bens e recursos públicos na preparação de eventos em que se consumou o desvio de finalidade eleitoreira; ao ministro Alexandre de Moraes, relator, no Supremo Tribunal Federal (STF), dos Inquéritos nº 4878 e nº 4879; e ao ministro Luiz Fux, relator da Petição nº 10.477, para conhecimento e providências que entender cabíveis.
Mentiras e desinformação ameaçam a democracia
Ao proclamar o resultado, o presidente do TSE fez uma defesa firme da Justiça Eleitoral e do sistema eletrônico de votação, vigente no país desde 1996. Moraes advertiu contra as mentiras e a desinformação propagadas por indivíduos, grupos e ocupantes de cargos eletivos, com a finalidade de desacreditar, sem qualquer prova, a integridade das urnas eletrônicas, visando desestabilizar a própria democracia.
No voto, o presidente do TSE enfatizou que houve desvio de finalidade na conduta de Bolsonaro ao defender uma pauta pessoal e eleitoral faltando pouco mais de dois meses para a eleição. O discurso, segundo o ministro, instigou o seu eleitorado e outros eleitores indecisos contra o sistema eleitoral e contra as urnas eletrônicas. O ministro lembrou que, independentemente do público que ali estava, a repercussão nas redes sociais era voltada especificamente a quem poderia votar no então candidato à reeleição. Para Moraes, o desvio de finalidade foi patente, uma vez que a reunião como chefe de Estado serviu para autopromoção do candidato e para atacar o sistema eleitoral pelo qual ele mesmo foi eleito em 2018. “Não são opiniões possíveis, são mentiras fraudulentas”, enfatizou.
A ministra Cármen Lúcia apresentou o voto que formou a maioria pela inelegibilidade na sessão de hoje. Para ela, o evento teve nítido caráter eleitoreiro.
Já o ministro Nunes Marques acompanhou a divergência aberta pelo ministro Raul Araújo, ao votar pela improcedência da ação. Na opinião do ministro, o evento com embaixadores não foi “capaz de minimamente perturbar a legitimidade e a normalidade de um pleito do tamanho da eleição presidencial”.
O relator da Aije foi o primeiro a votar pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro e destacou que houve responsabilidade direta e pessoal do ex-presidente ao praticar “conduta ilícita em benefício de sua candidatura à reeleição”. Na sessão do dia 22 de junho, o ministro ressaltou que o abuso de poder político se caracteriza como ato do agente público praticado mediante desvio de finalidade, com a intenção de causar interferência no processo eleitoral. Ele ressaltou que o uso indevido dos meios de comunicação ficou caracterizado na exposição desproporcional de um candidato em detrimento dos demais, ocasionando desequilíbrio na disputa eleitoral.
Para o relator, a Aije possui balizas sólidas para a aferição da gravidade, desdobrando-se em dois aspectos: qualitativo, no alto grau de reprovabilidade da conduta; e quantitativo, na significativa repercussão sobre a disputa eleitoral.
Primeiro a votar após o relator, o ministro Raul Araújo abriu divergência para julgar improcedente a Aije do PDT. Araújo considerou que o discurso feito por Bolsonaro aos embaixadores não teve gravidade suficiente para quebrar a igualdade entre futuros candidatos ao pleito nem influenciar negativamente o comparecimento massivo de eleitores às urnas eletrônicas nas eleições de 2022. “A intensidade do comportamento concretamente imputado, a reunião de 18 de julho de 2022, e o conteúdo do discurso não foram tamanhos a ponto de justificar a medida extrema da inelegibilidade”, afirmou o ministro.
Araújo destacou que a Justiça Eleitoral deve ter uma intervenção mínima no processo eleitoral e que o TSE tomou, em análise de representações, as medidas cabíveis para preservar a normalidade do pleito contra discursos de eventuais candidatos que se mostraram excessivos e que desrespeitaram a legislação eleitoral.
O ministro também divergiu do relator quanto a uma preliminar proposta pela defesa de Bolsonaro que pedia a exclusão – dos autos do processo – da minuta de decreto de estado de defesa encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Em fevereiro deste ano, o Plenário do TSE já havia referendado, por unanimidade, decisão do relator que incluiu no processo a minuta. Raul Araújo disse que concordou com a inclusão da minuta naquele momento, mas, ao analisar o mérito, entendeu que o vínculo daquele documento com os termos da Aije não ficou comprovado ao longo da instrução do processo.
Ao acompanhar o relator, o ministro Floriano de Azevedo Marques dissecou o discurso do ex-presidente no evento com embaixadores e identificou quatro linhas de retórica, todas com conotação eleitoral, ressaltando ainda que o enquadramento jurídico está focado no artigo 22 da Lei Complementar nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidade), particularmente em condutas que caracterizem desvio ou abuso de poder ou utilização indevida dos veículos ou meios de comunicação. “Diz a lei: apurada essa conduta abusiva, a Justiça Eleitoral aplicará a sanção de inelegibilidade para as eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes à eleição que se verificou”, destacou. O ministro analisou detalhadamente a fala do ex-presidente na ocasião da reunião e destacou sete pontos.
1) O evento em questão não se inseriu nas atividades diplomáticas de representação do país perante autoridades estrangeiras. 2) A organização da reunião não ficou a cargo dos órgãos que seriam competentes para fazê-lo, o que demonstra não se tratar de um ato regular de governo. 3) O evento foi realizado fora dos lugares próprios e adequados para atos de governo, sendo realizado na residência oficial (Palácio da Alvorada). 4) O discurso proferido teve nítido caráter de estratégia eleitoral para valorizar a imagem do candidato, bem como para manchar a imagem do principal opositor e tentar criar empatia com o eleitorado, apresentando-se como candidato perseguido e contra o sistema. 5) O discurso teve também caráter voltado a deslegitimar e colocar sob suspeita o processo eleitoral, gerando potencialmente um desincentivo à participação do eleitor com vistas à obtenção de benefícios. 6) O discurso primou pela desinformação e por acusações sabidamente falsas ou no mínimo improváveis. 7) O discurso visava trazer benefício eleitoral.
“Houve desvio de finalidade, na medida em que o primeiro investigado usou das suas competências de chefe de Estado para criar uma aparente reunião diplomática com o objetivo, na verdade, de responder ao TSE e construir uma persona de candidato, servindo-se dos meios e instrumentos oficiais, inclusive de comunicação social, para alcançar o seu real destinatário, o eleitor, seja o já cativado ou aquele a conquistar”, afirmou. Ainda de acordo com o ministro, houve abuso de poder político, pois o primeiro investigado mobilizou todo o poder de presidente da República para emular sua estratégia eleitoral em benefício próprio, agindo de maneira anormal, imoral e, principalmente, grave. “Portanto, para mim, o abuso e o desvio da autoridade estão claros”, asseverou.
Na mesma linha, o ministro André Ramos Tavares votou pela inelegibilidade de Bolsonaro. Segundo ele, houve o uso indevido dos meios de comunicação para promover a reunião, e o impacto social do uso das redes digitais nesse contexto não deve ser menosprezado. “É grave quando o caos informacional se instala na sociedade, e é ainda mais grave se esse estado é planejado e advém de um discurso do presidente da República”, advertiu o ministro, ao destacar que “a confiança dos eleitores nas instituições democráticas deixa de existir e, com isso, a própria liberdade de voto fica viciada”, acrescentou.
O ministro ainda pontuou que não se ignora, no caso, que o acusado se beneficiou da liberdade de expressão para expor ideias que atacavam a democracia “por mais incisivas que sejam determinadas colocações, críticas, discordâncias e embates ideológicos”. André Ramos Tavares também esclareceu que o foco do discurso da Aije são os ataques “comprovadamente infundados e absolutamente falsos, sistemáticos e notórios contra a urna eletrônica, o processo e a Justiça Eleitoral”. Dessa forma, considerou não ser possível se convencer da tese de que o discurso teria ocorrido no sentido de melhoramento do sistema eleitoral.
Ele lembrou que Bolsonaro questionou o sistema eleitoral brasileiro por pelo menos 23 vezes no ano de 2021. De acordo com o ministro, é inviável ignorar esses fatos. “É possível constatar ataques infundados que se escoraram em boatos”, enfatizou. Outro impacto evidenciado pelo ministro diz respeito aos receptores das falas proferidas por Bolsonaro na reunião. “O discurso foi dirigido para todo e qualquer interessado. Resta em total desacordo com as provas dos autos a afirmativa de que o discurso dirigia-se apenas a embaixadores estrangeiros”, finalizou.
Cármen Lúcia
Ao votar pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro, acompanhando o relator, a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, afirmou que a reunião entre o então presidente e embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, foi um monólogo de caráter eleitoreiro em que Bolsonaro lançou dúvidas, sem qualquer prova, sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e da Justiça Eleitoral, condutora das eleições. A ministra destacou os ataques agressivos feitos por Bolsonaro à honradez de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do próprio TSE.
“Não há democracia sem o Poder Judiciário independente. Os ataques não tinham razão de ser, a não ser desqualificar a Justiça Eleitoral, o próprio Poder Judiciário e atacar a própria democracia“, disse Cármen Lúcia.
A ministra salientou que, na ótica qualitativa da gravidade da conduta, o então presidente fez uso indevido dos meios de comunicação, com a transmissão do evento feita ao vivo pela emissora estatal TV Brasil e também em redes sociais. No aspecto quantitativo, Cármen Lúcia disse que a divulgação do encontro de Bolsonaro com os diplomatas alcançou um número expressivo de pessoas que votariam nas eleições, que ocorreriam dali a três meses.
“Isso tudo de desqualificar, essa consciência de perverter, faz com que não apenas o ilícito tenha acontecido, mas coloca em risco a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral e, portanto, da própria democracia. Mas isso [o discurso de Bolsonaro] foi divulgado, ou seja, com o uso indevido dos meios de comunicação, para solapar a confiabilidade de um processo sem o qual nós não teríamos sequer o Estado de Direito, porque a Constituição não se sustentaria”, afirmou Cármen Lúcia.
Nunes Marques
O ministro Nunes Marques acompanhou a divergência aberta pelo ministro Raul Araújo para julgar improcedente a Aije do PDT por entender que a conduta não foi suficiente para impor a inelegibilidade de Bolsonaro. “Não identifico conduta atribuída ao ex-presidente que justifique a aplicação das graves sanções previstas na legislação”, ressaltou, ao considerar que o discurso feito pelo ex-presidente aos embaixadores não teve gravidade suficiente para quebrar a igualdade entre futuros candidatos ao pleito nem influenciar negativamente o comparecimento massivo de eleitores às urnas eletrônicas.
Em contraponto ao discurso de Bolsonaro, Nunes Marques reiterou que o sistema de votação tem “irrefutável integridade” e ressaltou que temos um processo eleitoral confiável reconhecido como uma pedra angular de nossa democracia, acrescentando que a urna eletrônica é símbolo da nossa eleição desde 1996 e representa um marco importante da plena liberdade da expressão do voto.
Entretanto, afirmou que a integridade não significa que o sistema de votação mais avançado do mundo não seja passível de quesitonamento ou de debate em busca de aperfeiçoamento. Para Nunes Marques, a atuação de Bolsonaro na reunião não se voltou para obter vantagens políticas com o discurso ou desacreditar o sistema, mas para debater melhorias.
Antonio Augusto ⏐ TSE
Alexandre de Moraes
Último a se manifestar, o ministro Alexandre de Moraes também acompanhou integralmente o relator. Ele lembrou que Bolsonaro violou parâmetros definidos pelo Tribunal desde 2021 sobre condutas em que eventuais candidatos às Eleições 2022 não deveriam incorrer, no sentido de tentar desacreditar o sistema eletrônico de voto perante a população, em um ataque direto à Justiça Eleitoral e à própria democracia. O Plenário já havia definido que tal conduta poderia ser considerada abuso de poder.
“Isso ficou pacificado e como um alerta para se evitar exatamente o que estamos fazendo hoje, que é evitar que o descumprimento do que já era pacífico gerasse a inelegibilidade daqueles que insistissem em praticar esses ilícitos eleitorais”, explicou Moraes.
Durante o episódio debatido na Aije, de acordo com o ministro, o então candidato à reeleição fez mau uso da função para o qual foi eleito e deturpou a atribuição a ele conferida quando:
organizou o evento, convocou embaixadores utilizando-se do cargo e do cerimonial da Presidência a menos de dois meses do primeiro turno das Eleições Gerais de 2022;
empregou recursos públicos e a estrutura do Palácio da Alvorada;
transmitiu o encontro com estrangeiros ao vivo pela TV Brasil;
propagou o vídeo pela redes sociais com o objetivo de levantar dúvidas sobre o voto eletrônico e insuflar eleitores contra a Justiça Eleitoral e as demais candidaturas
“Um presidente da República que ataca a Justiça Eleitoral, ataca a lisura do sistema eleitoral que o elege há 40 anos? Isso não é exercício de liberdade de expressão. Isso é conduta vedada, e, ao fazer isso utilizando-se do cargo de presidente, do dinheiro público, da estrutura do Alvorada e da TV pública, é abuso de poder. Ao preparar tudo isso para imediatamente bombardear o eleitorado via redes sociais, é uso indevido dos meios de comunicação”, pontuou.
Todos os atos, segundo Moraes, ocorreram de forma encadeada, seguindo um plano traçado com claro objetivo de atacar a credibilidade das instituições democráticas brasileiras e influenciar negativamente o eleitorado. Na avaliação do ministro, a resposta dada pelo TSE durante a análise do caso confirma a fé no Estado Democrático de Direito e na democracia, além de demonstrar repúdio ao populismo “renascido a partir das chamas” dos discursos de ódio e que disseminam desinformação.
Histórico do julgamento
O julgamento teve duração de quatro sessões (dias 22, 27, 29 e 30 de junho) até ser concluído nesta sexta-feira. O ponto de partida foi a apresentação do relatório pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves. Na sequência, a sustentação oral foi feita pelo representante do Partido Democrático Trabalhista (PDT), autor da ação, e a defesa foi feita pelo advogado que representou Bolsonaro e Braga Netto. Também foi anunciado o parecer do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) pelo vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco. Ele opinou pela inelegibilidade somente de Bolsonaro e para que fosse absolvido Braga Netto.
A segunda sessão foi destinada exclusivamente ao extenso voto do relator, que analisou detalhadamente o caso e fez uma rigorosa avaliação de todas as provas produzidas ao longo da instrução do processo. Na terceira sessão, votaram os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Já a sessão de hoje foi destinada aos votos da ministra Cármen Lúcia, do ministro Nunes Marques e do ministro Alexandre de Moraes.
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