Com a continuidade das investigações sobre o estelionato praticado contra uma empresa de geradores de Aracaju, a Delegacia Regional de Estância identificou que os dois investigados presos em flagrante também tentaram aplicar o golpe contra uma segunda empresa de aluguel de maquinário, desta vez em Nossa Senhora da Glória, porém sem êxito. O grupo também havia praticado outro golpe na capital sergipana no mês de maio do ano passado.
O gerador avaliado em R$ 80 mil, que havia sido recuperado com as prisões da última terça-feira (4), já foi devolvido à vítima. Os novos desdobramentos da investigação foram divulgados nesta sexta-feira (7).
Polícia Civil de Sergipe
De acordo com o delegado Renato Tavares, a tentativa de um novo estelionato, registrada no sertão sergipano, foi identificada com a prisão em flagrante de dois homens na última terça-feira. “Eles tentaram emplacar o mesmo golpe praticado em Aracaju na empresa de Nossa Senhora da Glória, mas não obtiveram êxito nesta outra investida”, relatou o delegado.
Ainda em desdobramento da investigação, a Delegacia Regional de Estância identificou que o grupo foi responsável por um golpe contra outra empresa de Aracaju, em maio de 2024. “Deixando um gerador e uma empilhadeira em Estância. A investigação foi remetida ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Portanto, é o mesmo grupo criminoso”, especificou o delegado.
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Renato Tavares relembrou que os dois investigados foram presos com um gerador fruto de estelionato que teve como vítima uma empresa de Aracaju. “A dupla foi interceptada quando tentava fugir para a cidade baiana de Feira de Santana. O gerador avaliado em R$ 80 mil foi recuperado, já tendo sido devolvido à vítima”, relembrou o delegado.
A Polícia Civil solicita que informações e denúncias sobre crimes e suspeitos de ações criminosas sejam repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia no telefone 181. O sigilo do denunciante é garantido.
O meia uruguaio Nicolás De la Cruz está fora do clássico entre Flamengo e Fluminense, neste sábado (10), às 16h30, no Maracanã, pela 9ª rodada do Campeonato Carioca. A ausência do jogador não se deve a lesão, mas sim a um ‘controle de carga’, conforme informou o departamento médico do clube.
Flamengo|Divulgação
“A decisão segue o planejamento físico dos jogadores para a sequência da temporada”, destacou o Flamengo em nota oficial.
Sem De la Cruz, a provável escalação rubro-negra para o clássico tem: Rossi; Wesley, Léo Pereira, Léo Ortiz e Alex Sandro; Everton Araújo (Allan), Erick Pulgar e Gerson; Michael, Plata e Bruno Henrique.
A partir de hoje, sexta-feira, 7, o Hospital Municipal Nestor Piva está sob nova gestão. O Instituto de Gestão e Cidadania (IGC) assume oficialmente a administração da unidade, em substituição ao Centro Médico do Trabalhador. A transição foi concluída com total acompanhamento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), garantindo que o processo ocorresse de forma segura, transparente e sem qualquer impacto para a população.
SMS|Divulgação
O corpo diretivo da SMS, membros estratégicos da pasta e a secretária municipal da Saúde, Débora Leite, participaram ativamente de todas as tratativas e estiveram presentes no ato da transição, reforçando o compromisso com a continuidade e a qualidade dos serviços de saúde. “Nosso objetivo é assegurar que o usuário não sinta qualquer diferença no atendimento, mantendo a assistência humanizada e eficiente”, destacou Débora.
Ao longo do dia, a secretária permanecerá acompanhando todo processo de passagem da gestão, a fim assegurar toda tranquilidade e mensurar os primeiros atos. Nesse sentido e, acolhendo um pedido da prefeita Emília Corrêa, os técnicos de enfermagem e os enfermeiros irão receber o piso nacional da categoria.
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“É uma demonstração de reconhecimento e de valorização dessas categorias profissionais. Vamos aprimorar o fluxo assistencial, investir na segurança do paciente e na motivação dos colaboradores”, ressaltou Débora.
A nova gestão prioriza a permanência dos profissionais que já atuam no hospital, valorizando a experiência e o conhecimento da equipe. Além de adotar medidas que visam aprimorar os serviços e otimizar recursos públicos. Com o novo contrato, haverá uma economia anual de R$ 5,48 milhões, resultado da política de austeridade e uso responsável dos recursos da Prefeitura de Aracaju.
A SMS reafirma que o Hospital Nestor Piva continua funcionando normalmente, 24 horas por dia, com atendimento de qualidade, segurança para os pacientes e compromisso com o bem-estar da população.
Duas pessoas, o piloto Gustavo Medeiros e o dono da aeronave, o advogado Márcio Carpena morreram na queda de um avião de pequeno na manhã de hoje (7) na Avenida Marquês de São Vicente, na região da Barra Funda, em São Paulo. Outras duas pessoas em solo foram socorridas com ferimentos, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
O dono da aeronave, Márcio Carpena e o piloto Gustavo Medeiros|Redes sociais
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 7h20. A aeronave caiu sobre um ônibus.
A assessoria do Aeroporto Campo de Marte informou que a aeronave era um bimotor de pequeno porte – King Air – prefixo PS-FEM, que decolou na capital paulista. “A torre de controle perdeu o contato com a aeronave às 7h16, minutos após a decolagem”, disse a assessoria.
A aeronave, de pequeno porte, é fabricada pela Beechcraft, empresa com sede no estado norte-americana do Kansas
O avião foi adquirido em dezembro de 2024 de forma conjunta pelos empresários Márcio Carpena, de 49 anos, e Felipe Russowsky.
Carpena era professor de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre. Ele era casado e tinha três filhos menores de idade.
Gustavo era tido como piloto experiente, acumulava 3.819 horas de voo como copiloto do modelo Embraer 190, utilizado em voos domésticos, e 1.912 horas como comandante de ATR, aviões de transporte regional, de acordo com informações postadas em seu perfil no LinkedIn.
Com informações da Agência Brasil
Duas pessoas morreram na queda de um avião de pequeno porte que caiu na manhã de hoje (7) na Avenida Marquês de São Vicente, na região da Barra Funda, em São Paulo, provocando a morte de duas pessoas. Outras duas pessoas foram socorridas com ferimentos, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 7h20. A aeronave caiu sobre um ônibus.
A assessoria do Aeroporto Campo de Marte informou que a aeronave era um avião bimotor de pequeno porte – King Air – que decolou nesta manhã do Campo de Marte, na capital paulista. “A torre de controle perdeu o contato com a aeronave às 7h16, minutos após a decolagem”, disse a assessoria.
Causas serão investigadas
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), órgão do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foi acionado para investigar as causas do acidente, de forma a prevenir novas ocorrências.
Um avião de pequeno porte caiu na Avenida Marques de São Vicente, na Barra Funda, zona Oeste de São Paulo, nesta sexta-feira (7). Uma vítima foi encaminhada de ambulância para o hospital. #CNNNovoDiapic.twitter.com/JhSv3xa3FB
Em uma publicação nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, escreveu que as equipes do órgão “estão empenhadas na ocorrência da queda de um avião bimotor na Avenida Marques de São Vicente, em São Paulo. O Corpo de Bombeiros fez o controle das chamas. Equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica também apoiam a ocorrência”.
Reprodução
Em nota, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, lamentou o acidente e informou que está disponibilizando “todas as estruturas de atendimento para socorro às vítimas”.
“Funcionários da Defesa Civil e Samu, além de agentes de trânsito e do setor de transportes, estão no local, juntamente com homens do Corpo de Bombeiros, para atuar no resgate às vítimas”, escreveu o prefeito.
Infelizmente, começamos o dia com esse trágico acidente aéreo na capital paulista, com as mortes confirmadas do piloto e do copiloto da aeronave. Duas pessoas que estavam em solo se feriram e foram encaminhadas para a UPA Vergueiro. Vale destacar a atuação rápida do Corpo de…
O goleiro Hugo Souza defendeu cobrança de pênalti do atacante Estêvão para garantir o empate de 1 a 1 do Corinthians com o Palmeiras, na noite desta quinta-feira (6) no Allianz Parque, pela 7ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista.
Rodrigo Coca|Corinthians
Com a igualdade, o Timão permanece na ponta da classificação do Grupo A, mas agora com 19 pontos conquistados. Já o Verdão ocupa a segunda posição do Grupo D com 12 pontos, quatro atrás do líder São Bernardo, que ficou no 1 a 1 com o Novorizontino.
O primeiro Dérbi de 2025 começou com 30 minutos de atraso, em razão das fortes chuvas que atingiram São Paulo e que deixaram o gramado do Allianz Parque encharcado. Com isso, o juiz optou pelo adiamento da partida para garantir melhores condições de jogo.
Com a bola rolando, o Palmeiras mostrou mais eficiência nos primeiros minutos do clássico para abrir o marcador. Aos 9 minutos do primeiro tempo, o lateral Piquerez lançou em profundidade o meia-atacante Maurício, que, com muita categoria, bateu na saída do goleiro Hugo Souza.
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Em desvantagem no marcador o Corinthians passou a arriscar mais. As oportunidades até começaram a aparecer, mas o goleiro Weverton mostrava segurança. Aos 42 minutos o holandês Memphis Depay roubou a bola do colombiano Richard Ríos e serviu Yuri Alberto, que não perdoou diante do goleiro Weverton para empatar.
Na etapa final o Timão acabou ficando com um homem a menos após a expulsão de Yuri Alberto por acúmulo de cartões amarelos aos 16 minutos. Já o Palmeiras teve uma grande oportunidade de sair com a vitória, quando Estêvão foi derrubado dentro da área por Ryan. O próprio camisa 41 foi para a cobrança, mas Hugo Souza mostrou frieza para defender o chute e segurar o empate.
Veja os melhores momentos:
Paulistão
O Pleno do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) acatou, na sessão desta quinta-feira, 6, voto-vista apresentado pelo conselheiro Flávio Conceição no âmbito do processo que trata da Prestação de Contas Anual do Governo do Estado de Sergipe referente ao exercício financeiro de 2023.
Marcelle Cristinne|TCE-SE
Inicialmente, em sessão do dia 28 de novembro de 2024, o relator do processo, conselheiro Ulices Andrade, votou pela emissão de parecer prévio recomendando a aprovação das contas. No entanto, após pedir vistas, o conselheiro Flávio Conceição apresentou alerta quanto ao cumprimento de determinações anteriores do próprio Tribunal, além de inconsistências nos repasses do duodécimo ao Poder Legislativo e à Corte de Contas.
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Entre os pontos citados no voto-vista é destacada a não observância de decisão anterior do TCE que determinava a inclusão das despesas com pessoal da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) no cálculo das despesas de pessoal do Estado. Além disso, o conselheiro Flávio Conceição salienta que, de acordo com a Constituição de Sergipe, o Executivo deve destinar, no mínimo, 3% da receita estadual à Assembleia Legislativa e 2% ao Tribunal de Contas. No entanto, os valores efetivamente repassados foram inferiores.
Diante dos novos apontamentos, o conselheiro sugeriu a emissão de diligência para que o Governo do Estado apresente defesa no prazo regimental de 15 dias. O voto foi acatado pelo colegiado.
Na sessão plenária do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) ocorrida nesta quinta-feira, 6, o colegiado estabeleceu prazo de cinco dias úteis para a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) se manifestar sobre fatos alegados em denúncias relacionadas a duas dispensas de licitação: uma para contratação de serviços de locação de caminhões-pipa e outra para contratação de empresa especializada na execução dos serviços de coleta, transporte e descarga de resíduos sólidos urbanos.
Marcelle Cristinne|TCE-SE
Ambos os processos têm como relatora a conselheira Angélica Guimarães, que em seus votos seguiu os entendimentos técnicos da 6ª Coordenadoria de Controle e Inspeção (CCI) e os pareceres do Ministério Público de Contas (MPC/SE).
Sobre a dispensa para contratação de empresa que cuidará da limpeza urbana na capital, as denúncias protocoladas no TCE questionam aspectos como o “prazo exíguo para apresentação das propostas, inferior a dois dias úteis”; “sessão fechada para abertura dos envelopes” e “divergências nos itens das planilhas de composição de preços”. Esses e outros apontamentos dos denunciantes deverão ser esclarecidos no prazo estabelecido.
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Ainda acerca da matéria, a relatora destacou que a Dispensa de Licitação Emergencial n° 27/2025 já se encontra suspensa por decisão judicial, sendo desnecessário pedido de suspensão pela Corte de Contas.
Caminhões-pipa
Já em denúncia alusiva à contratação emergencial de serviços de locação de caminhões-pipa, é questionada a exigência de comprovações adicionais não previstas no Termo de Referência, tais como a apresentação prévia da frota para vistoria e a entrega de contratos de contratação de veículos antes da assinatura do contrato.
Neste caso, a relatora estabeleceu o prazo para que a Emsurb apresente manifestação formal e toda a documentação pertinente, mas negou pedido de suspensão do procedimento, “pois poderia comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais, ocasionando prejuízos à administração e à população”.
O final de semana vai começar chuvoso em todo estado de Sergipe. A Gerência de Meteorologia instalada na Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac) renovou o alerta meteorológico de chuvas moderadas a intensas acompanhadas de ventos fortes, trovoadas, chuvas de granizo e descargas elétricas até esta sexta-feira, 7.
Thiago Santos|ASN
O boletim emitido nesta quinta-feira, 6, prevê que acumulado de chuva deve ultrapassar 50 mm, e os ventos intensos podem variar entre 40 e 60 km/h nas próximas 24h. A equipe de meteorologia da Semac orienta a população para a possibilidade de ocorrência de situações de risco como alagamentos, deslizamentos de encostas, e transbordamento de pequenos córregos, riachos, rios e lagoas.
Esta instabilidade está presente no Nordeste do Brasil devido ao escoamento em médios e altos níveis da atmosfera sobre o continente e nuvens convectivas associadas a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN). Outro fator é o aquecimento e umidade do Oceano Atlântico adjacente. Somados, eles favorecem o transporte de nuvens carregadas para o estado.
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No alto sertão sergipano, o município de Gararu teve o acumulado de 13,mm de chuvas em 24 horas. Já a capital sergipana, registrou acumulado de 30 mm entre a tarde desta quarta-feira, 5 e o começo da manhã desta quinta-feira, 6. Dos 75 municípios de Sergipe, a cidade de Ilha das Flores foi a mais atingida com 47 mm. A Gerência de Meteorologia e Mudanças Climáticas segue monitorando as condições sinóticas e novas atualizações poderão ser enviadas a qualquer momento.
Sociólogos e psicólogos consultados pela Agência Brasil afirmam: situações como esta são apenas a ponta do iceberg, em uma sociedade onde a violência se apresenta de forma quase onipresente. Na avaliação deles, muitas pessoas acabam exagerando, ao levar tão a sério este esporte que, segundo o jargão popular, é apontado como “a coisa mais importante entre as menos importantes”.
Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília (NEVIS/UnB), Edergênio Vieira diz que as pessoas precisam aprender a brincar não só com as vitórias, mas também com as derrotas de seus times.
ESPANCARAM E ESTUPRARAM UM HOMEM COM UMA BARRA DE FERRO SÓ POR ELE SER TORCEDOR DO TIME RIVAL DURANTE OS ATOS SELVAGENS ENTRE TORCIDAS DE SANTA CRUZ E SPORT, NO RECIFE, PERNAMBUCO. QUANTA SELVAGERIA 😥 pic.twitter.com/6JLUeFR4S8
“Vale zoar, claro que respeitosamente, o amigo. Mas vale também brincar com as derrotas, como fazem, por exemplo, os torcedores do Ibis”, sugere o sociólogo, referindo-se ao time pernambucano que é motivo de orgulho para seus torcedores pela fama de pior time do mundo.
Vieira explica que, para o próprio bem do futebol, ele precisa ser visto como algo que proporciona lazer e diversão. “Não pode servir de pretexto para extremos de violência”, acrescentou o pesquisador que se apresenta como “corintiano, maloqueiro e sofredor”.
Dimensões
Segundo Vieira, em um país como o Brasil, o futebol assume dimensões que vão além da esportiva, estando associado até mesmo à ideia do que é ser brasileiro.
“O futebol nos explica, enquanto brasileiros, para o mundo. Explica também nossas paixões, impulsos e motivações diante do cotidiano. Isso está presente até mesmo nas metáforas usadas em todas as dimensões da vida”, argumenta.
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De acordo com o sociólogo, o futebol carrega consigo muitas das expressões que permeiam a vida dos brasileiros. “Inclusive a violência contida em nosso dia a dia. Nesse caso, potencializado, devido aos aspectos de catarse coletiva proporcionada por ele”, ressalta o autor de estudos sobre as performances da violência na sociedade.
Torcer é…
Ele cita alguns historiadores que publicaram trabalhos sobre o medo no futebol brasileiro e sobre o surgimento das torcidas. Vieira explica que, após chegar ao Brasil, o futebol era tido como um esporte de elite.
“As pessoas iam aos estádios segurando lenços [para secar o suor] e observar os jovens da elite praticando o novo ‘esporte bretão’. Durante a partida, em meio às angústias, elas seguravam o lenço e o torciam. Foi daí que surgiu a palavra torcedor”, disse ele ao relatar as montanhas-russas de emoções associadas ao futebol.
São Paulo FC
Com o tempo, o acesso ao futebol foi ficando barato e acessível, para uma população que não tinha muitas outras formas de diversão. “O público, então, passou a ser, em geral, de jovens moradores de bairros com alta vulnerabilidade social. E eles passaram a encontram, na torcida, um lugar de pertencimento”, acrescentou.
Esse viver em grupo ganhou então proporções ainda maiores por se tratar de um ambiente de catarse coletiva semelhante ao que se observa, por exemplo, em algumas igrejas. “Torcidas e fiéis vivem seus momentos de celebração e culto. Cada um com seu manto sagrado”, relata o sociólogo.
Psicólogo e diretor de torcida organizada
Especialista em psicologia clínica e ex-diretor da torcida organizada Rubra, do time goiano Anapolina, Pedro Henrique Borges passou por experiências que possibilitaram, a ele, um olhar privilegiado tanto para o interior dessas torcidas, como para o íntimo de seus torcedores.
Pedro Henrique Borges, Especialista em psicologia clínica e ex-diretor de torcida organizada Rubra|Arquivo pessoal
“As torcidas organizadas são movimentos de massa. Sigmound Freud [o pai da psicanálise] falou [sobre situações como esta] em seus textos sobre psicologia das massas; sobre o sentimento de pertencimento das pessoas ao serem aceitas entre seus pares”, disse o psicólogo.
Ele explica que, segundo essa linha da psicanálise, a massa não precisa de verdades e nem de concordar com verdades, mas de um líder que dite ideias e discursos. “Não se concorda com a ideia, mas com o líder, até pela sensação de pertencimento. E, para se sentir pertencente, ele acaba fazendo coisas que, talvez fora do grupo, não faria”.
Violência
Essa visão mais abrangente, enquanto psicólogo e integrante de torcida organizada, possibilitou a Borges acompanhar de perto todo o processo pelo qual alguns torcedores passaram, desde os momentos iniciais de acolhimento pelo grupo até a participação em atos de extrema violência praticada supostamente como prova de amor ao clube.
Ele explica que, geralmente, o torcedor é acolhido e aceito pela organizada. “Ali, ele pode ingressar mesmo tendo sido expulso ou rejeitado de outros lugares. Nesse ambiente, acaba sendo muito comum encontrar pessoas extremamente violentas e problemáticas”, disse ele ao citar estudos indicando que a incidência de pessoas com perfil psicopático varia entre 4% e 6%.
@Miltonneves no Recife, o que deveria ser uma festa no clássico entre Sport e Santa Cruz acaba manchado por cenas lamentáveis. Infelizmente, a violência de alguns torcedores se sobrepõe à verdadeira paixão pelo futebol. Nesse vídeo, tem muito bandido com cara de torcedor. pic.twitter.com/vBFWqWGSqm
“Pessoas com perfil de psicopatias costumam aproveitar grupos como torcidas organizadas para exercer toda sua perversidade”, acrescenta.
Machismo e afeto
Somado a isso, Borges lembra que, em uma sociedade machista que não permite ao homem manifestar afeto, as torcidas organizadas acabam sendo, para muitos, a única forma onde expressar afeto é algo permitido, o que amplia a relação passional com o clube e com os demais integrantes da torcida.
“Ali, eles podem expressar os afetos que, em outros espaços, são negados ao homem. Na hora do gol, ele pode abraçar e beijar o colega; pode expressar amor ao clube. Pode até mesmo chorar, sem ter sua masculinidade questionada. Em outros ambientes, isso o inferiorizaria em relação aos demais”, explica.
Edergênio Vieira lembra que, desde criança, o futebol representa sociabilidade para os homens, exigindo deles comportamentos másculos, atitudes fortes. “É aquela velha história: ‘futebol é coisa para homem’. Ouvimos isso a todo momento, mesmo com as mulheres conquistando seus espaços, seja na torcida ou em campo”, pontuou.
Essa violência impregnada no homem acaba sendo cultuada pela sociedade, tendo como reflexos o menosprezo e a desvalorização do outro. “O futebol não está à parte disso, e evidencia a dificuldade de se ver as qualidades ou admirar o time adversário. Veja bem: valorizar o adversário seria também uma forma de valorizar tanto as vitórias como as derrotas diante dele”, complementa.
“Além disso, pessoas que se sentem fracassadas podem ter, nas vitórias de seu time, motivos para se sentirem felizes. Elas se realizam com o futebol. Quando dá certo, tudo bem. Mas quando dá errado, elas encontram qualquer motivo para extravasar a frustração com o time”, acrescentou.
Comportamento fascista
Para Borges, a violência ocorrida na véspera da partida entre Sport e Santa Cruz foi um caso “evidente e flagrante de psicopatia que rompe todo e qualquer pacto civilizatório”. “Vemos ali algo muito parecido com os movimentos nazistas e fascistas, no sentido de animalizar e aniquilar o outro, considerado diferente”.
O psicólogo diz ver “predominância clara” de pessoas de perfil conservador nessas torcidas, mas que há, também, torcidas que apesar de adotarem discursos progressistas, acabam se comportando de forma preconceituosa e agressiva, quando diante do efeito manada.
Selvageria e brutalidade são registradas antes do clássico Santa Cruz x Sport Club do Recife|Redes sociais
“É importante deixar claro que não há ideologia no torcer, e que brigar e confrontar estão relacionados a uma suposta honra do indivíduo ao grupo que o acolheu”, disse.
Percepção semelhante tem o sociólogo Edergênio Vieira. “É estranho vermos torcidas que se dizem progressistas, inclusive adotando discursos antifascistas, serem flagradas praticando atos enquadrados exatamente no campo do fascismo. O mesmo com relação à homofobia. O bom pensamento surge, mas o indivíduo acaba perdido em meio à multidão, porque não há controle sobre ela”.
Protegido pelas massas
Vieira explica que, em meio a esse “efeito manada”, o indivíduo tem a sensação de estar protegido pelas massas. “Ele, que muitas vezes se sente fraco e inofensivo individualmente, quando cercado pela multidão tira de si essa perspectiva e se sente integrante de algo maior. Em muitos casos, da marginalidade”.
Edergênio Vieira, pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília – Foto: Carlos Costa|Divulgação
Associado a isso, acrescenta, tem também um processo de negação do outro. “Isso é muito presente nas torcidas organizadas, inclusive em seus cânticos que, muitas vezes, chegam a celebrar a morte de um adversário. Em várias situações as torcidas organizadas relembram pessoas assassinadas por torcedores”, complementou o sociólogo.
Vieira lembra que, em alguns casos, é notória a relação próxima entre integrantes da torcida organizada e facções criminosas, mas que seria um erro generalizar esse problema, criminalizando as torcidas organizadas como um todo.
“Essas facções chegam a interferir no processo de organização de algumas torcidas, inclusive visando venda de entorpecentes e receptação de mercadorias roubadas”, disse.
Soluções
De acordo com os especialistas consultados pela Agência Brasil, algumas medidas podem amenizar a violência praticada entre torcidas organizadas.
Para Vieira, uma das coisas mais frustrantes para aqueles que amam o futebol são as partidas jogadas com estádios vazios ou com torcida única. “Essa é uma medida que faz o futebol perder o que tem de bonito e espetacular”, diz ele ao se referir a uma das medidas punitivas mais adotadas contra torcidas violentas.
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Uma solução, segundo o sociólogo, seria a criação de um cadastro nacional de torcedores, algo que pode ser ajudado até mesmo pelos ingressos que exigem reconhecimento facial, na hora da entrada no estádio. “Tecnologias como esta podem ajudar a endurecer a punição contra os maus torcedores, inclusive banindo-os das torcidas, poupando os demais”, disse.
Segundo Borges, a exclusão de torcidas não resolveria, a longo prazo, o problema da violência. “Isso já foi tentado várias vezes e nunca deu certo”, disse ao afirmar que pessoas não melhoram quando isoladas, seja de um estádio, seja da sociedade.
“O que precisa é um processo educativo que desenvolva, nas pessoas, senso crítico. São necessárias, portanto, políticas voltadas a esses sujeitos mais problemáticos, até porque eles continuarão existindo fora do estádios”.
Polícias
Vieira chama atenção para o papel das polícias, que não precisam ser necessariamente violentas. “Um elemento fundamental é a atuação de batalhões especiais de policiais, inclusive para se comunicarem de forma mais direta com as torcidas organizadas”.
“Isso possibilita a execução de plano de prevenção em conjunto com chefes das organizadas. Várias experiências já mostraram que isso dá certo”, acrescentou.
PM-SE
É o que o psicólogo Borges fazia quando era diretor de torcida organizada. “Sempre pensávamos juntos [com a polícia] formas de ajudar os torcedores a se conciêntizarem sobre os perigos desse efeito manada, quando a multidão perde o controle e parte para ações violentas”, disse.
Vieira acrescenta que as polícias deveriam dar atenção especial aos grandes eventos esportivos. “Muitas brigas são marcadas via redes sociais. Elas poderiam ter sido evitadas, caso houvesse um trabalho de inteligência mais eficiente, por parte das polícias”.
O sociólogo considera necessário, também, uma dissociação entre instituições e torcedores. “Clubes e torcidas organizadas têm CNPJ diferentes. Têm formas de organização e dinâmica diferentes, ainda que, sabemos, alguns clubes tenham relações nebulosas, para não dizer umbilicais, com algumas torcidas organizadas”.
O sociólogo, no entanto, alerta: muitos torcedores atuam de forma violenta porque têm certeza da impunidade. “Isso é ruim porque, sem punição a essas atrocidades, dá-se salvo conduto ao indivíduo para repeti-la. Eles não podem receber anistia, porque isso acabará estimulando outros a fazerem o mesmo”, concluiu.
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