O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) negou, na manhã desta quinta-feira (27), os embargos de declaração apresentados pela defesa do prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), mantendo sua inelegibilidade por quatro anos [veja mais abaixo].

Prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho
OAB Sergipe / arquivo

A decisão judicial também determina o ressarcimento integral dos danos ao erário, além do pagamento de uma multa civil proporcional ao prejuízo identificado.

O caso está relacionado a um suposto esquema de desvio de dinheiro no matadouro municipal de Itabaiana, ocorrido entre 2015 e 2017, período em que Francisquinho exercia o cargo de prefeito em outro mandato.

Veja o documento na íntegra:

Justiça mantém Valmir de Francisquinho inelegível by NE Notícias


Com informações de RO Acontece

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, na última quarta-feira (26), a interdição em todo o território nacional do creme dental Colgate Total Prevenção Ativa Clean Mint. A decisão ocorre após o registro de “eventos adversos” relacionados ao uso do produto. As informações são do portal UOL.

Segundo a Anvisa, entre 1º de janeiro e 19 de março de 2025, foram notificadas ao menos oito reclamações envolvendo 13 casos de reações adversas. Os principais sintomas relatados incluem inchaço em amígdalas, lábios e mucosa oral, sensação de ardência, dormência nos lábios e na boca, boca seca, gengiva irritada e vermelhidão [veja mais abaixo].

Anvisa interdita creme dental da Colgate após relatos de reações adversas
Colgate|Divulgação

O prazo de interdição do produto está previsto em lei e é de 90 dias. A Colgate-Palmolive ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão, mas pode recorrer.

Em nota divulgada anteriormente após relatos de consumidores, a empresa afirmou que o fluoreto de estanho, presente na fórmula do creme dental, é seguro, eficaz e amplamente utilizado em produtos semelhantes ao redor do mundo. No entanto, a companhia reconheceu que “uma pequena minoria das pessoas pode apresentar sensibilidade a determinados ingredientes – como fluoreto de estanho, corantes ou sabores”.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

A nova fórmula da Colgate Total Prevenção Ativa foi lançada em julho de 2024, e a relação entre essa atualização e os casos relatados ainda não foi esclarecida.

A Anvisa orienta que consumidores que apresentarem reações adversas após o uso do produto procurem atendimento médico e registrem a ocorrência no sistema e-Notivisa para monitoramento e investigação dos casos.

VÍDEORelatos dos usuários postados nas redes sociais:

UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta quarta-feira (26) – manhã de quinta-feira (27) no Japão –, que a Justiça brasileira está cumprindo seu dever no julgamento que aceitou a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, sobre a tentativa de golpe de Estado no país.

Mais cedo, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva à imprensa. Hotel Imperial, Tóquio - Japão 27/03/2025
Entrevista coletiva no Japão – Ricardo Stuckert|PR

“O que é correto é que a Suprema Corte está se baseando e se manifestando nos autos do processo, depois de meses e meses de investigação, muito bem feita pela Polícia Federal, muito bem feita pelo Ministério Público, e com muita delação de gente importante que está acusando o que tentou acontecer no Brasil”, afirmou o presidente ao responder a pergunta de um jornalista durante coletiva de imprensa em Tóquio, onde o presidente cumpre agenda.

É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. É visível, por todas as provas, que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente e para o assassinato do ex-presidente da Justiça Eleitoral brasileira. Todo mundo sabe o que aconteceu nesse país”, prosseguiu Lula. 

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

O presidente ainda criticou os pedidos de Bolsonaro e setores da oposição para conceder perdão de crimes que ainda estão em processo de julgamento.

“Não adianta, agora, ele ficar fazendo bravata, dizendo que está sendo perseguido. Só ele sabe o que ele fez, sabe que não é correto. E não adianta ficar pedindo anistia antes do julgamento. Quando ele pede anistia antes do julgamento significa que está dizendo que foi culpado. Ele deveria provar a inocência dele porque não precisava pedir anistia”, observou.

VÍDEOVeja a declaração do presidente Lula:

A entrevista coletiva em Tóquio foi o último compromisso do presidente no Japão, onde esteve em visita de Estado nos últimos dias, incluindo encontros com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, e com o imperador Nahurito.

Na declaração aos jornalistas, Lula destacou que esta foi “a visita mais importante” que ele já fez ao Japão desde a primeira, em 1975, quando ainda era sindicalista e participou de um congresso dos trabalhadores da Toyota.

Lula reforçou que a viagem fortaleceu as convergências entre Brasil e Japão em temas como defesa da democracia e multilateralismo.


Manifeste sua opinião na seção de comentários desta página e acompanhe o NE Notícias nas redes sociais: X (Twitter), Facebook, Instagram, YouTube, Threads e no canal do WhatsApp.

Os estudantes interessados em participar da lista de espera do Programa Universidade Para Todos (Prouni) para o primeiro semestre de 2025 devem manifestar a intenção até as 23h59 de quinta-feira (27).

Programa Universidade Para Todos (Prouni)
Rafa Neddermeyer|Agência Brasil

O Prouni oferta bolsas de estudo (integrais e parciais, 50%) em cursos de graduação em instituições de educação superior privadas.  Em 2025, o programa comemora 20 anos de existência, com mais de 3,4 milhões de estudantes beneficiados entre 2005 e 2024. 

Podem participar todos os estudantes inscritos que não foram pré-selecionados nas chamadas regulares do Prouni 2025/1 ou que foram reprovados por não formação de turma.

O registro na lista de espera de março deve ser feito online na página do Prouni no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Prouni, com Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha da conta da plataforma Gov.br.

Pré-selecionados

A nova divulgação dos pré-selecionados por meio da lista de espera ocorrerá em 1º de abril.

Quem estiver na lista de espera deverá comparecer à faculdade privada escolhida entre 1º e 11 de abril, para comprovar as informações prestadas no momento da inscrição.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

Os documentos exigidos são de identificação do candidato e dos membros do grupo familiar, além dos comprovantes de residência; de ensino médio; de rendimentos; de professor da educação básica, quando for o caso; de separação, divórcio ou óbito dos pais; e de deficiência, quando for o caso.

Para bolsas integrais, a renda familiar bruta mensal per capita do candidato inscrito não pode exceder o valor de um salário mínimo e meio (R$ 2.277, em 2025). No caso de bolsas parciais, o candidato deve comprovar que a renda familiar bruta mensal por pessoa exigida é de até três salários mínimos (R$ 4.554, em 2025).

As instituições de ensino ainda podem fazer exigências adicionais.

Todo o processo é gratuito e as informações oficiais são divulgadas nos canais de comunicação do MEC.

Prouni 2025/1

A edição de 2025 do Prouni teve 1,5 milhão de inscrições, sendo 768.296 pessoas inscritas — cada participante pode escolher até dois cursos para concorrer à bolsa.

Nesta edição, foram ofertadas 338.444 bolsas em 403 cursos de 1.031 instituições privadas por todo o país. Dessas bolsas, 203.539 são integrais (100% do valor da mensalidade) e 134.905 parciais (50%).

Na primeira chamada do Prouni 2025/1, divulgada no início de fevereiro, 197.080 estudantes foram pré-selecionados

Já a segunda chamada, no fim de fevereiro, foram convocados 86.373 pré-selecionados.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 27/3, a Operação Teatro, que investiga supostas fraudes em duas licitações públicas de cidade do interior sergipano, cujas contratações somadas amontam R$ 860.719,98.

A operação ocorre nas cidades de Aracaju/SE, Nossa Senhora Aparecida/SE, Nossa Senhora do Socorro/SE e Cedro/PE.

Ao todo, 28 policiais federais e 2 servidores da CGU cumprem 7 mandados de busca e apreensão em endereços de empresa, repartição pública e residências ligadas aos envolvidos.

A investigação, que foi originada em auditoria da Controladoria-Geral da União – CGU, aponta indícios de superfaturamento dos valores contratados e de que os certames licitatórios foram fraudados por meio da montagem de processo e do emprego de orçamentos de cobertura, direcionando-os para a vitória de empresas específicas.

Operação Teatro investiga supostas fraudes em duas licitações públicas de combate à Covid-19
Polícia Federal

Nessa fase, a apuração busca aprofundar as evidências do suposto esquema, que pode incluir crimes de fraude ao caráter competitivo de procedimento licitatório, corrupção, peculato e
associação criminosa.

A operação foi denominada de “Teatro” pelos indícios de conluio entre os envolvidos, entre particulares e servidores públicos, para ensaiar uma concorrência na disputa das licitações que, de fato, não teria ocorrido.

HOJE, às 18h, o Espaço Alquimia Cultural, em Aracaju, será palco do lançamento do livro Judicialização Partidária – Controle de Constitucionalidade e Conflito Político, de autoria do professor e pesquisador Isaac Kofi Medeiros.

A obra, publicada pela Editora Lumen Juris, é baseada na tese de doutorado de Medeiros, defendida na Universidade de São Paulo (USP).

Advogado Isaac Kofi Medeiros lança livro em Aracaju
Divulgação

O livro analisa o impacto das ações judiciais movidas por partidos políticos no Supremo Tribunal Federal (STF) e propõe mudanças significativas no sistema constitucional brasileiro.

Atualmente, qualquer partido com representação no Congresso pode acionar o STF para questionar a constitucionalidade de leis, e Medeiros sugere uma reforma nesse modelo para reduzir os efeitos negativos dessa prática.    

O evento é aberto ao público e representa uma oportunidade única para discutir os desafios do cenário político-jurídico atual, além de promover um diálogo sobre a relação entre partidos políticos e o STF. 

Serviço:

• Data: 27 de março de 2025

• Horário: 18h

• Local: Espaço Alquimia Cultural• Endereço: Rua Euclides Paes Mendonça, 560 – Aracaju/SE

A prefeita de Palmeira dos Índios, Luiza Júlia, está internada no Hospital Regional Santa Rita.

Conhecida como “Tia Júlia”, a gestora teve sua agenda oficial suspensa.

Prefeita de Palmeira dos Índios, Luiza Júlia
Assessoria de imprensa

Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre seu estado de saúde.

Em comunicado, a prefeitura da cidade alagoana informou que a administração municipal segue funcionando normalmente.

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu, nesta quarta-feira (26), a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado. Segundo a denúncia, esses oito acusados integram o Núcleo 1, ou “Núcleo Crucial”, de uma organização criminosa que buscava impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor o governo legitimamente eleito.

Nessa fase processual, foi examinado apenas se a denúncia atendeu aos requisitos legais mínimos exigidos pelo Código de Processo Penal para a abertura de uma ação penal. A conclusão foi de que a PGR demonstrou adequadamente que os fatos investigados configuram crimes e que há indícios de que os denunciados participaram deles.

Primeira Turma do STF julga denúncia contra Bolsonaro
Antonio Augusto|STF

Com o recebimento da denúncia, os oito acusados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal pelos crimes descritos pela PGR: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Materialidade

O ministro Alexandre de Moraes, relator da Petição (PET) 12100), concluiu que a PGR descreveu de forma detalhada a prática dos crimes e evidências da participação dos envolvidos, o que permite que eles entendam claramente do que estão sendo acusados.

Na sua avaliação, a denúncia demonstra que houve uma ação coordenada para praticar crimes contra as instituições democráticas e romper a normalidade do processo sucessório da Presidência da República. Para o relator, a materialidade dos crimes está comprovada, pois houve violência e grave ameaça, e já foi reconhecida pelo STF na análise de 474 denúncias que envolvem os mesmos crimes, embora com participações diversas.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

Segundo o ministro Alexandre, os atos apontados na denúncia culminaram no ataque de 8/1, que “não foi um passeio no parque”, porque os manifestantes romperam violentamente as barreiras da Polícia Militar, e policiais foram gravemente feridos.

Vídeos exibidos pelo relator com imagens dos acampamentos, das tentativas de invasão da sede da Polícia Federal e de explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília e a depredação da Praça dos Três Poderes confirmam, para o relator, os crimes indicados na denúncia e não deixam dúvida sobre a materialidade e a gravidade dos delitos.

Autoria individualizada

Em relação à autoria, o ministro Alexandre detalhou as evidências da participação individualizada dos denunciados. A seu ver, há fortes indícios da participação do ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na disseminação de notícias falsas sobre suposta fraude às eleições. Ele também considerou evidente a adesão do almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos na elaboração da “minuta do golpe”, cuja presença na reunião que discutiu o assunto foi comprovada por meio de uma lista de entrada e saída de pessoas do Palácio do Alvorada.

Na parte relativa ao ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, a PGR revelou que ele teria utilizado o cargo para atacar instituições, especialmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a denúncia, Torres teve papel importante na live em que Bolsonaro inaugurou os ataques e também atuou no episódio em que a Polícia Rodoviária Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, preparou operações para dificultar o acesso de eleitores às seções de votação em 2022.

Primeira Turma do STF julga denúncia contra Bolsonaro – 25/03/2025
Gustavo Moreno|STF

O ministro também concluiu que há indícios razoáveis de que o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno ajudou a estruturar o discurso de desinformação divulgado por Bolsonaro, incentivando o ataque ao sistema eleitoral e à descredibilização das instituições, bem como participação no plano para descumprir decisões judiciais.

O relator também votou pelo recebimento da denúncia em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o ministro, a denúncia traz indícios detalhados de que ele seria o líder da organização criminosa. Segundo a PGR, foi ele quem iniciou a organização de uma estratégia para divulgar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e atacar as urnas eletrônicas sem fundamento. Por meio de uma live, incitou publicamente a intervenção das Forças Armadas e coordenou integrantes do governo federal para atuar de forma ilícita na construção de uma narrativa que visava deslegitimar o sistema eleitoral.

Entre outros pontos citados pelo ministro, a PGR demonstrou que Bolsonaro proibiu o ministro da Defesa de apresentar conclusão da comissão das Forças Armadas de que não havia fraude nas urnas. Ele também teria conhecimento do plano criminoso “Punhal Verde e Amarelo”, que visava monitorar e executar autoridades públicas. Além disso, o então presidente conhecia, manuseava e discutia o conteúdo da minuta do golpe e tentou buscar apoio do alto escalão das Forças Armadas para a quebra da normalidade democrática.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

O ministro Alexandre de Moraes também votou pelo recebimento da denúncia em relação ao tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, que confessou os atos praticados e fez acordo de colaboração premiada.

Na parte relativa ao general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o relator verificou que a denúncia narra a participação do militar na reunião de 7/12/2022, quando a minuta do plano golpista foi apresentada pela primeira vez. De acordo com a PGR, Nogueira participou da decisão de alterar a conclusão de uma comissão que, sob determinação de Bolsonaro, atuou na verificação da lisura das urnas e concluiu que não houve fraude nas eleições.

Por fim, conforme o ministro Alexandre, a PGR narrou de forma concisa e detalhada os indícios de autoria do general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto. A denúncia descreve a incitação de Braga Netto aos movimentos populares e sua ideia de multiplicar a adesão à tentativa de golpe a partir de notícias fraudulentas. Após as eleições de 2022, ele teria dito aos manifestantes em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, que havia esperança, que o processo não havia terminado e que algo aconteceria até o final do ano.

Galeria de fotos:

Primeira Turma do STF julga denúncia sobre o núcleo 1 da Pet 12.100 - 26/03/2025

Ministro Flávio Dino

Primeiro a votar após o relator, o ministro Flávio Dino entendeu que estão comprovados os indícios de autoria e a materialidade dos crimes descritos na denúncia. Ele ressaltou que a conduta punida na lei é a de atentar contra o Estado de Direito ou contra o governo eleito. “Por uma razão simples: se fosse consumado o golpe de Estado, não haveria Justiça para julgar”, afirmou.

Dino também rejeitou o raciocínio de que, por não resultar em morte, a tentativa de golpe teria menor potencial ofensivo. “Golpe de Estado mata, não importa se no dia, no dia seguinte ou alguns anos depois”. O ministro ainda afirmou que, uma vez aberta a ação penal, o STF terá as condições de avaliar e identificar, durante a instrução, a participação concreta de cada um dos denunciados.

Ministro Luiz Fux

O ministro também considerou que a PGR conseguiu preencher os critérios de autoria e materialidade para a abertura da ação penal e ressaltou que os fatos ocorridos antes e durante o 8 de janeiro de 2023 não podem cair no esquecimento. ”Não se pode ficar indiferente à ameaça à democracia e fingir que nada aconteceu”, afirmou.

Fux acompanhou integralmente o voto do relator pelo recebimento da denúncia e disse que, na fase da instrução da ação penal, irá analisar com mais profundidade as características previstas na lei para o crime de tentativa de golpe de Estado.

Ministra Cármen Lúcia

Ao acompanhar o relator pela aceitação da denúncia, a ministra Cármen Lúcia ressaltou que a peça de acusação da PGR descreve a tentativa contínua de desmontar a democracia. “É um fato”, afirmou. “Todo mundo assistiu ao quebra-quebra e à tentativa de ‘matar o Supremo’ e, antes, de matar o TSE”.

Para a ministra, os graves fatos narrados na denúncia, como a contínua tomada de atos, providências e medidas ilícitas e criminosas culminaram na “Festa da Selma”, código utilizado pelos golpistas para se referir aos atos de 8 de janeiro.

Ministro Cristiano Zanin

O último a votar foi o presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin. Ele disse que a PGR apresentou uma série de elementos para amparar os fatos apontados na denúncia. Também destacou que a acusação não está baseada exclusivamente em colaboração premiada. “São diversos documentos, vídeos, dispositivos, diversos materiais que dão amparo ao que foi apresentado pela acusação”, afirmou.

Conforme o ministro, as provas levantadas até aqui mostram fatos extremamente graves que, em tese, configuram os crimes descritos na denúncia. Zanin ressaltou que a autoria de cada denunciado e a materialidade das imputações serão avaliadas durante a tramitação da ação penal. “Não adianta dizer que a pessoa não estava no dia 8 de janeiro se ela participou de uma série de atos que culminaram nesse evento”, concluiu.

VÍDEOAssista à sessão na íntegra:

STF

Logo após virar réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou se defender, nesta quarta-feira (26), negando que tenha articulado a minuta para um golpe com os comandantes das Forças Armadas para suspender as eleições de 2022, conforme sustenta a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ex-presidente Jair Bolsonaro durante declaração a imprensa após virar Réu no STF – Brasília (DF), 26/03/2025
Lula Marques|Agência Brasil

“Antes de uma hipotética assinatura de um decreto de um Estado de Defesa, como está no artigo 136 da Constituição, o presidente da República tem que convocar os conselhos da República e da Defesa. Aí seria o primeiro passo. Não adianta botar um decreto na frente do presidente e assinar. Não convoquei os conselhos, nem atos preparatórios houve para isso”, destacou o ex-presidente.

Sem responder aos questionamentos dos jornalistas, Bolsonaro falou por 50 minutos em frente ao Senado, em Brasília, ao lado de aliados no parlamento, logo após o resultado do julgamento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que o tornou réu hoje [veja mais abaixo]

O ex-presidente voltou a sugerir, sem provas, que as urnas eletrônicas não são seguras, afirmou que é um perseguido e criticou o ministro do STF, Alexandre de Moraes. 

A denúncia da PGR contra Bolsonaro sustenta que o ex-presidente realizou uma reunião no dia 7 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, com os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha, onde teria sido apresentada a minuta do golpe para suspender as eleições, o que consolidaria uma ruptura democrática na visão do Ministério Público.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

A denúncia afirma que o comandante da Marinha, Almir Garnier, teria topado o golpe, sendo a proposta rejeitada pelos demais comandantes. Ainda segundo a PGR, Bolsonaro tinha um discurso pronto para após o golpe encontrado na sala dele na sede do Partido Liberal (PL).

Ao comentar o julgamento que o tornou réu, o ex-presidente Bolsonaro argumentou que os comandantes militares jamais embarcariam em uma “aventura” de golpe de Estado. Disse ainda que “discutir hipóteses de dispositivos constitucionais não é crime”, em referência à minuta de Estado de Sítio ou de Defesa que tem sido interpretada pela PGR com o ato decisivo para o golpe de Estado.

Nesse momento, um jornalista questionou: “Então o senhor discutiu [sobre o decreto]?”. Após encarar o repórter, Bolsonaro disse que não iria “sair do sério”

“Acho que a maioria já aprendeu aqui como é que eu ajo. Se quiser tumultuar com você, vamos embora”, retrucou. Durante seu governo, era comum o ataque do então presidente a jornalistas nas coletivas de imprensa.  

Sergipe food delivery

Reprodução

Perseguido

O ex-presidente ainda reforçou a versão que vem sustentando desde o início das investigações, de que é uma vítima de perseguição política e de que o Brasil não seria mais uma democracia.

Em uma rede social, Bolsonaro disse que o querem julgar rapidamente para evitar que “chegue livre às eleições de 2026”, apesar dele já estar inelegível até 2031

A comunidade internacional acompanha de perto o que está acontecendo no Brasil. Juristas, diplomatas e lideranças políticas já reconhecem o padrão: é o mesmo roteiro que se viu na Nicarágua e na Venezuela”, afirmou.

O discurso de que o Brasil estaria perseguindo opositores tem sido questionado por especialistas, que avaliam ser uma estratégia de defesa dos apoiadores de Bolsonaro para se livrar das acusações de golpe de Estado

O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), contrariou essa versão e tem defendido que o Brasil segue com uma democracia, sem perseguições políticas ou censuras.


Manifeste sua opinião na seção de comentários desta página e acompanhe o NE Notícias nas redes sociais: X (Twitter), Facebook, Instagram, YouTube, Threads e no canal do WhatsApp.

Nesta quarta-feira, 26, a Polícia Civil, através da 3ª Delegacia Metropolitana de Aracaju, prendeu em flagrante um homem investigado por vender um veículo alugado, configurando o crime de apropriação indébita. O suspeito, identificado como locatário do carro, repassou o automóvel para compradores na cidade de Alagoinhas, no interior da Bahia.

Viatura da Polícia Civil de Sergipe
Polícia Civil de Alagoas|Divulgação

O investigado foi preso enquanto conversava com a vítima, falando inverdades sobre a localização do carro. À equipe supervisionada pelo delegado Elder Sanches, responsável pela investigação, o suspeito confessou o crime, dando ciência à vítima sobre a apropriação e a posterior venda do carro em Alagoinhas.

Diante do ocorrido, a Polícia Civil solicitou a rescisão de venda e circulação do carro à Justiça. 

“A Polícia Civil tem adotado uma postura firme para combater esse tipo de crime e reforçado as ações de repressão qualificada”, cita o delegado.

A investigação segue em andamento, para verificar a possível participação de outras pessoas no esquema criminoso. O locatário preso está à disposição da Justiça e deve responder por apropriação indébita.