O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou Ação Civil Pública contra a União e o Estado de Sergipe para garantir o direito à memória, à verdade e à justiça, diante das graves violações cometidas por agentes públicos durante a chamada Operação Cajueiro, realizada em fevereiro de 1976, em Aracaju, no contexto da ditadura militar.

Grupo de militares durante a ditadura
EBC|Arquivo

A iniciativa integra a atuação do MPF no campo da Justiça de Transição, que tem o objetivo de enfrentar as consequências de regimes autoritários por meio do esclarecimento da verdade, realização da justiça, responsabilização dos violadores de direitos humanos, reparação dos danos às vítimas, criação de espaços de memória e reforma institucional dos serviços de segurança para alcançar o objetivo da não-repetição.

A ação tem como base o Inquérito Civil nº 1.35.000.000742/2021-05, aberto a partir das investigações da Comissão Estadual da Verdade de Sergipe. Entre as provas estão depoimentos de vítimas, testemunhas e documentos históricos que comprovam a ocorrência de prisões arbitrárias, tortura e perseguições políticas contra opositores do regime militar em Sergipe.

Operação Cajueiro

A Operação Cajueiro foi iniciada em 20 fevereiro de 1976, em Aracaju, por agentes das forças de segurança estadual e federal, todos coordenados pelas Forças Armadas, através da 6ª Região Militar, à época sob comando do General Adyr Fiúza de Castro. Ao todo, 24 pessoas foram presas sem a apresentação de mandado, vendadas com borracha e conduzidas à força à garagem do 28º Batalhão de Caçadores.

No batalhão, os presos foram mantidos incomunicáveis e sofreram torturas físicas e psicológicas por diversos dias. A borracha usada para vendá-los durante a detenção feriu as pessoas na região entre as sobrancelhas, sobre o nariz. O uso dessas vendas de borracha causou descolamento das retinas e cegou Milton Coelho de Carvalho.

Milton Coelho Carvalho
Comissão Estadual da Verdade|Arquivo

Além de terem permanecido vendadas por dias, as vítimas sofreram espancamentos, sessões de afogamento e eletrochoques nas partes sensíveis do corpo como língua, orelhas e partes íntimas. Houve também tortura psicológica em razão da escuta das sessões de tortura dos demais presos e pela ameaça de que, se não confirmassem as acusações ou se denunciassem as violências sofridas, seriam reconduzidos para sessões de tortura ainda piores.

As torturas contra as vítimas da Operação Cajueiro foram relatadas em depoimentos prestados à Comissão Estadual da Verdade, mas já haviam sido narradas durante o processo criminal ao qual as vítimas responderam, na época, perante a Justiça Militar. Todos os processados foram absolvidos das acusações feitas com base na Lei de Segurança Nacional porque a Justiça Militar entendeu que as provas tinham sido colhidas por métodos ilegais.

Apesar de o Brasil ter sido condenado diversas vezes pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por descumprir as obrigações assumidas quanto à proteção de Direitos Humanos, o Estado brasileiro nunca assumiu formalmente a responsabilidade pelas violações ocorridas na Operação Cajueiro. Também não foram adotadas medidas para investigar e punir os responsáveis pelas prisões ilegais e torturas, pela preservação da memória e verdade nem reforma institucional dos serviços de segurança como polícias e forças armadas.

Pedidos

Para a procuradora da República Martha Figueiredo, que assina a ação, o caso representa uma oportunidade histórica de reafirmar os compromissos do Estado com os direitos humanos e a democracia.

“A reparação da verdade histórica é um compromisso inegociável com as vítimas, com a sociedade e com a própria democracia. O reconhecimento da ilicitude desses atos, ainda que tardiamente, é essencial para impedir o esquecimento e reafirmar o nunca mais”, observa a procuradora.

Na ação, o MPF requer o reconhecimento judicial de que as prisões, torturas, os tratamentos cruéis e desumanos cometidos durante a Operação Cajueiro foram ilegais e violaram os direitos fundamentais das vítimas e de toda a sociedade brasileira. Além disso, pede a condenação da União e do Estado de Sergipe pela omissão na adoção de medidas de apuração, responsabilização, reparação e preservação da memória relacionada aos fatos

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Por fim, pede à Justiça Federal a condenação do Estado e União a reparar os danos imateriais causados à coletividade pelas violações de direitos humanos na Operação Cajueiro por meio das seguintes medidas: 

  • A realização pela União e Estado de um ato público de reconhecimento da responsabilidade e de um pedido de desculpas público e formal a toda a sociedade brasileira e, em específico, às vítimas da operação e aos familiares das vítimas falecidas, a ser preferencialmente proferido pelo presidente da República e governador do Estado;
  • A construção de memorial em homenagem às vítimas da Operação Cajueiro, em local de destaque, em Aracaju, lugar em que se deram as torturas físicas e psicológicas a que foram submetidas;
  • A inclusão da divulgação dos fatos relativos às vítimas da operação cajueiro em equipamento(s) público(s) permanente(s) destinado(s) à memória da violação de direitos humanos durante o regime militar;
  • A obrigação de revelar os nomes e cargos dos servidores da Administração direta ou indireta que, em qualquer tempo, foram requisitados, designados ou cedidos, sob qualquer título ou forma, para atuar na Operação Cajueiro;
  • A obrigação de proceder à localização e abertura dos arquivos dos órgãos federais e estaduais vinculados à repressão política, tornando públicas à sociedade brasileira todas as informações relativas às atividades desenvolvidas na Operação Cajueiro;
  • Obrigar a União e Estado a reparar os danos morais coletivos de toda a sociedade, mediante pagamento de indenização, fixada para cada um deles em montante não inferior a R$ 1 milhão, a ser revertida em projetos educativos e informativos sobre a justiça de transição e projetos de promoção do direito à memória e à verdade em Sergipe;
  • A conservação do acervo de documentos coletado pela Comissão Estadual da Verdade, através de sua integral digitalização, armazenando-o em mais de um local, com as respectivas cópias de segurança, assim como para que seja disponibilizado para consulta pública, além de sua ampla divulgação, através de meio impresso e audiovisual, e distribuição nas escolas das redes estadual e municipais de ensino, nas bibliotecas e arquivos públicos e privados do Estado de Sergipe;

Justiça de Transição

O MPF destaca que a ação está em conformidade com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que impõe aos Estados o dever de apurar, punir e reparar graves violações aos direitos humanos cometidas num contexto sistemático e generalizado de ataques à população civil, mesmo quando ocorridas há décadas.

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Para o MPF, o enfrentamento desses episódios é essencial para fortalecer o Estado Democrático de Direito, resguardar os direitos da sociedade à memória, à verdade e à garantia da não repetição dessas violências. Além disso, a dimensão pública de ações simbólicas é decisiva para facilitar o reconhecimento da sociedade em geral sobre o que ocorreu e quem foram as vítimas.

Conheça as vítimas

Foram presos e torturados na Operação Cajueiro Marcélio Bomfim Rocha; Milton Coelho de Carvalho; Carivaldo Lima Santos; Jackson de Sá Figueiredo; Antônio Bittencourt; Antônio José de Góis; Asclepíades José dos Santos; Carlos Alberto Menezes; Delmo Naziazeno; Edgar Odilon Francisco dos Santos; Durval José de Santana; Edson Sales; Gervásio Santos; João Francisco Océa; João Santana Sobrinho; José Elias Pinho de Oliveira; José Soares dos Santos; Luiz Mario Santos da Silva; Virgílio de Oliveira; Walter Santos; Rosalvo Alexandre Lima Filho; Pedro Hilário dos Santos; Francisco Gomes Filho e Wellington Dantas Mangueira Marques.

Também foram investigadas, embora não chegaram a ser presos na Operação Cajueiro Jackson Barreto Lima, Laura Maria Ribeiro Marques, José Carlos Teixeira e Jonas da Silva Amaral Neto.

Íntegra da ACP


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Petrobras anunciou nesta segunda-feira (31) a redução de R$ 0,17 por litro no preço do óleo diesel A (utilizado na produção do óleo que chega aos consumidores). A diminuição de 4,6% passa a valer a partir de terça-feira (1º). O anúncio foi feito pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante lançamento de um programa para aquisição de crédito de carbono, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.

Tabela de preços de combustíveis nos postos de combustíveis
Marcelo Camargo / Agência Brasil

novo valor do combustível vendido às refinarias será, em média, de R$ 3,55 por litro. De acordo com cálculos da empresa, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,05/litro, uma redução de R$ 0,15 a cada litro de diesel B.

A última mudança no preço do diesel tinha sido em 1º de fevereiro, quando houve alta de R$ 0,22.

A Petrobras informou que, como o novo preço de abril, o diesel barateou R$ 0,94 por litro, representando recuo de 20,9% desde dezembro de 2022, quando houve a mudança de governo Bolsonaro para Lula. Considerando a inflação do período, a redução chega 29%, informou a estatal.

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Magda Chambriard reforçou a defesa da política de preços da companhia, alterada em 2023. A atual política é considerada como “abrasileiramento” dos valores, pois leva em conta fatores como o custo da produção de petróleo no Brasil e a participação da Petrobras no mercado consumidor.

A intenção é não trazer para o consumidor brasileiro as flutuações bruscas dos preços internacionais e manter a estatal competitiva, para não perder mercado para concorrentes. “A gente olha preço a cada 15 dias”, afirmou a presidente.

Se precisar subir, a gente sobe, se precisar descer, a gente desce. Neste momento, o que a gente está dizendo é: o abrasileiramento de preços de combustível no Brasil gerou uma economia relevante para a sociedade brasileira.”

Magda Chambriard

Policiais militares do Batalhão de Radiopatrulha (BPRp) prenderam um homem pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. O flagrante aconteceu neste sábado (29), na Zona Sul da capital.

Homem armado é preso na final do Campeonato Sergipano
BPRp|Divulgação

As equipes do BPRp reforçavam o esquema de policiamento no entorno da Arena Batistão, onde acontecia a final do campeonato sergipano de futebol, quando foram acionadas para averiguar a denúncia de que um homem estaria armado dentro de um bar.

O suspeito foi descrito como alto, de barba e vestindo uma camisa azul do Confiança.

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No momento da abordagem, o suspeito se mostrou agressivo e resistiu às ordens dos policiais. Apesar disso, os agentes conseguiram conter o homem e realizar a revista pessoal. Durante o procedimento, o denunciado foi flagrado com uma pistola calibre 9 mm com 11 munições, escondida na cintura.

O homem, que apresentava sinais de consumo de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, foi encaminhado à delegacia para adoção dos procedimentos legais cabíveis ao caso.


Com informações da Polícia Militar de Sergipe

Os contribuintes que desejarem pagar o IPVA em cota única com 10% de desconto devem efetuar o pagamento até esta segunda-feira, 31, utilizando o Documento Único de Arrecadação (DUA) emitido pelo Detran.

Carros circulando pelas vias de Aracaju
Arquivo

Os valores do IPVA são calculados com base na Lei 7655/2013 e na tabela Fipe para veículos usados. Para veículos novos, considera-se o valor da nota fiscal.

Alíquotas do IPVA:

  • Automóveis e utilitários até R$ 120 mil: 2,5% do valor Fipe.
  • Automóveis e utilitários acima de R$ 120 mil: 3%.
  • Ônibus, microônibus e caminhões: 1%.
  • Motocicletas e similares: 2%.

Prazos para pagamento parcelado (sem desconto):

  • Placas 1 e 2: até 30 de abril.
  • Placas 3 e 4: até 30 de maio.
  • O cronograma segue até novembro (placa final 0).
  • Parcelamento em até 10 vezes no cartão de crédito, com acréscimos.
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Consequências da inadimplência:

  • Veículo não poderá ser licenciado.
  • Apreensão do veículo, multa e 7 pontos na CNH.
  • Multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% após 60 dias.
  • Inscrição na Dívida Ativa em caso de inadimplência prolongada.

Isenção do IPVA:

Prazo para solicitação: até a data correspondente ao vencimento do IPVA/licenciamento do veículo. A solicitação deve ser feita online no site da Sefaz.

Têm direito à isenção:

  • Pessoas com deficiência.
  • Proprietários de máquinas agrícolas, táxi e ônibus de transporte urbano.
  • Veículos com mais de 15 anos de fabricação.
  • Motos de até 50 cilindradas.
  • Motos entre 50 e 165 cilindradas (Programa Rode Bem), desde que o proprietário resida em Sergipe, receba até dois salários-mínimos, tenha apenas um veículo e ele seja de fabricação nacional. (O prazo para esse grupo encerrou em 31 de dezembro.)

As circunstâncias do acidente de jet ski que resultou na morte do cardiologista Eduardo José Pereira Ferreira, de 49 anos, ainda estão sendo investigadas. Natural de Maceió, o médico sofreu o acidente no último sábado (29), na Orla Pôr do Sol, em Aracaju, e faleceu no domingo (30) após não resistir aos ferimentos.

Sede da Capitania dos Portos, em Aracaju
Capitania dos Portos de Sergipe

A Capitania dos Portos instaurou um inquérito administrativo para apurar o que teria provocado o acidente e possíveis responsabilidades. Até o momento, não há detalhes sobre a dinâmica do ocorrido, como se Eduardo perdeu o controle do jet ski, colidiu com algum obstáculo ou se houve a participação de terceiros.

O cardiologista atuava no setor de hemodinâmica do Hospital de Cirurgia, que emitiu nota lamentando sua perda. Ele foi sepultado na tarde de ontem no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju, deixando esposa e um filho.

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Um grave acidente envolvendo uma carreta e uma van tirou a vida de 11 pessoas na noite de domingo (30). A colisão ocorreu na BR-242, próximo da cidade de Ruy Barbosa, na região da Chapada Diamantina.

Grave acidente na BR-242 deixa 11 mortos na Chapada Diamantina
Redes sociais|Reprodução

Entre as vítimas, dez eram da mesma família e morreram no local do acidente. Os sobreviventes foram socorridos para hospitais da região, enquanto os motoristas dos dois veículos sofreram apenas ferimentos leves.

A van transportava 13 passageiros e seguia de Boa Vista do Tupim para Ruy Barbosa quando ocorreu a colisão. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas.

VÍDEOVeja as imagens do local do acidente:

Os ônibus que chegaram recentemente a Aracaju pertencem à empresa Auto Viação Nossa Senhora Aparecida, vencedora da licitação realizada em 2024, ainda na gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). A informação foi divulgada pelo portal FanF1 e apurada pela jornalista Magna Santana [veja mais abaixo].

Segundo a apuração, são 70 ônibus seminovos que ainda estariam na garagem da empresa. Os veículos são originários de Minas Gerais e fabricados nos anos 2013, 2014, 2015 e 2022.

Ainda não há informação oficial sobre quando os veículos entrarão em circulação. Veja as imagens:

Atual gestão

Recentemente, a Prefeitura de Aracaju anunciou que cerca de 160 ônibus seriam retirados de circulação ainda neste mês, em cumprimento ao Decreto Municipal 8.042/2025.

A normativa estabelece que apenas veículos com até 12 anos de vida útil podem operar no serviço. A promessa é que 30% da frota atual seja renovada.

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Na madrugada da última terça-feira (25), um grupo de meliantes invadiu um condomínio no bairro Farolândia, em Aracaju, e furtou ao menos três bicicletas. O crime foi registrado pelas câmeras de segurança da garagem do edifício por volta das 2h50. As imagens foram divulgadas na última sexta-feira (28).

Criminosos invadem condomínio e furtam bicicletas em Aracaju
Reprodução

Segundo um morador, este é o segundo furto de bicicletas ocorrido no local em menos de 90 dias. Ele relatou ao portal Fan F1 que os suspeitos entraram pelos fundos do condomínio, cortando a cerca que, em tese, serviria para dar mais segurança.

Até o momento, os autores do crime não foram identificados.

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O condomínio registrou um boletim de ocorrência na 4ª Delegacia, e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais estão apurando o caso para localizar os suspeitos. As imagens das câmeras de segurança foram anexadas ao inquérito policial [veja mais abaixo].

VÍDEOVeja as imagens da ação dos criminosos:

Reprodução

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Quatro municípios sergipanos enfrentam falta de água nesta segunda-feira (31). Em Itabaiana, a suspensão segue até às 17h de hoje, enquanto Propriá, Telha e Cedro de São João devem permanecer sem abastecimento até às 20h.

Municípios sem água em Sergipe
Brenda Monteiro|Deso

Os locais afetados incluem:

  • Propriá: zona urbana, São Vicente, Assentamento Padre Cícero e Distrito Industrial de Propriá;
  • Itabaiana: bairros São Cristóvão, Anísio Amâncio de Oliveira, Chiara Lubich, povoados Serra, Lagamar, Barro Preto e Bula Cinza;
  • Telha: zona urbana, povoados Bela Vista, Lelê e Santiago;
  • Cedro de São João: zona urbana e adjacências.
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A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) informou que, em Itabaiana, a interrupção ocorre devido à manutenção corretiva na Adutora do Morumbi. Nos demais municípios, a causa é um problema no sistema elétrico da subestação de energia.

Como de costume, o fornecimento será retomado gradualmente e pode levar até 72 horas para normalização completa!

Para emergências ou meter a boca no trombone, a Deso disponibiliza a Agência Virtual e o WhatsApp (79) 3142-3000.

Está sem água na sua região?

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Resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), publicada nesta segunda-feira (31) no Diário Oficial da União, estabelece o novo teto para reajuste de preços de remédios vendidos em farmácias e drogarias de todo o país.

Interior de uma farmácia
Jefferson Rudy/Agência Senado

Com a publicação, empresas detentoras de registro de medicamentos poderão ajustar os preços de seus remédios, sendo o ajuste máximo permitido da seguinte forma:

❯ nível 1: 5,06%;

❯ nível 2: 3,83%;

❯ nível 3: 2,60%.

A CMED é composta pelos ministérios da Saúde, a Casa Civil, da Justiça e Segurança Pública, Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exerce a função de secretaria executiva, fornecendo o suporte técnico às decisões.

Cálculo

Para a definição dos novos valores, o conselho de ministros da CMED leva em consideração fatores como a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos e os custos não captados pela inflação, como o câmbio, a tarifa de energia elétrica e a concorrência de mercado.

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Entenda

As farmácias e drogarias, assim como os laboratórios, distribuidores e importadores, não podem cobrar pelos medicamentos preço acima do permitido pela CMED. A Lei nº 10.742, de 2003, que trata da regulação do setor farmacêutico, prevê o reajuste anual dos medicamentos.

Isso não significa, entretanto, que haverá aumento automático dos preços praticados, mas uma definição de teto permitido de reajuste. Cabe aos fornecedores – farmacêuticas, distribuidores e lojistas – fixarem o preço de cada produto, respeitados o teto legal e estratégias diante da concorrência.

Em 2024, por exemplo, o reajuste anual do preço de medicamentos foi de 4,5%, equivalente ao índice de inflação do período anterior.

Lista de medicamentos

A lista com os preços máximos que podem ser cobrados por cada produto fica disponível no site da Anvisa e é atualizada mensalmente.

Segundo a agência, a legislação prevê um reajuste anual do teto de preços com o objetivo de proteger os consumidores de aumentos abusivos, garantir o acesso a medicamentos e preservar o poder aquisitivo da população.

Ao mesmo tempo, o cálculo estabelecido na lei busca compensar eventuais perdas do setor farmacêutico devido à inflação e aos impactos nos custos de produção, possibilitando a continuidade no fornecimento de medicamentos.

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Irregularidades

De acordo com a CMED, além da lista da Anvisa, os consumidores podem consultar revistas especializadas na publicação de preços de medicamentos, que devem ser disponibilizadas obrigatoriamente pelas farmácias e drogarias.

“Essas revistas não devem ser confundidas com o material de publicidade do estabelecimento e os preços nelas contidos podem ser menores que aqueles da lista da CMED, pois refletem descontos concedidos pela indústria, mas jamais superiores.”

Caso o consumidor encontre irregularidades, a orientação é acionar os órgãos de defesa do consumidor, como os Procons e a plataforma consumidor.gov.br. Também é possível encaminhar denúncias diretamente à CMED, por meio de formulário disponível na página da Anvisa.