Vivemos no Brasil um dos períodos mais tenebrosos da nossa história recente. Nos últimos anos, a nossa tão cara e sonhada democracia, fruto da luta e sofrimento de tantos, vem sendo vilipendiada e cotidianamente agredida por personagens mesquinhos que só pensam nos seus interesses privados em detrimento do bem coletivo.

Somos de uma geração parceira e herdeira dos ideais daqueles que combateram o arbítrio e derrotaram a ditadura, que crescemos construindo o processo de redemocratização no Brasil, na luta pela liberdade e comprometidos com um país para todos, não aceitaremos retrocessos.

Esse ambiente onde a política, além de criminalizada, adquire ares de vale tudo, hostilidades e incivilidades, ganha terreno no país a fora e faz Sergipe voltar ao tempo da república velha, onde a vendeta, a perseguição e as traições predominam nas relações políticas.

Temos, ainda na memória, um exemplo recente da boa política, praticada no âmbito do republicanismo. Quando o nosso campo político, liderado pelo então governador Marcelo Déda, assumiu o comando político no Estado, a política passou a ser escrita com letras maiúsculas. O compadrio, as perseguições e as práticas nefastas, cederam lugar para a ética, o justo, a civilidade e as práticas republicanas. Os aliados foram valorizados e tratados como parte do corpo político e não como potenciais adversários.

Foi assim que o PT, partido do então prefeito Déda, cortou na carne para dar a oportunidade ao aliado, Edvaldo Nogueira, sucedê-lo como prefeito da capital. Foi assim que Déda foi buscar o recém fundado PSD para dar guarida aos aliados Ulices Andrade, Mitidieri, Bosco Costa, entre outros que haviam sido defenestrados pelo PSDB. Poderíamos passar horas citando exemplos iguais a estes.

Mesmo depois da morte de Marcelo Déda, continuamos fiéis a sua prática republicana e ao nosso ideário, mas, infelizmente, muitos desses nossos aliados não aprenderam as lições que lhes foram dadas. O que vemos hoje é a volta da velha e ultrapassada política dos coronéis. Às vésperas das eleições somos paparicados, passado o pleito, somos descartados.

Em 2018, o PSD através de seus líderes, fez romaria à casa de Eliane Aquino para que ela se tornasse candidata a vice-governadora e ajudasse a eleger o governador que, àquela altura, patinava nas pesquisas.

Hoje é esse mesmo PSD, aquele que fora trazido por Déda para dar teto aos seus aliados, partido liderado em Sergipe pelo governador Belivaldo Chagas, maior beneficiário do apoio de Eliane e do PT em 2018, juntamente com seu candidato Fábio Mitidieri, que de forma vil, traiçoeira e covarde, tenta impedir Eliane Aquino de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, solicitando na justiça a sua impugnação.

Queremos aqui deixar expresso o nosso repúdio e a nossa indignação a essa prática persecutória por parte dos que detém o poder político no estado hoje e, como os velhos coronéis de antigamente, acham que podem tudo. Não podem. Estaremos sempre a postos e não aceitaremos retrocessos sem lutar. O legado de Marcelo Déda é uma conquista do nosso povo e os autoritários não passarão.

À Eliane Aquino toda a nossa solidariedade e a certeza de que estaremos todos juntos na defesa de sua honra e de seus direitos.

Edval Góis – Presidente do PCdoB/SE

Jackson Barreto – Presidente do MDB/SE

João Daniel – Deputado Federal e Presidente do PT/SE

João Augusto Gama – Ex-prefeito de Aracaju e dirigente do MDB

Jefferson Lima – Presidente do PT Aracaju

Márcio Macedo – Vice-Presidente nacional do PT

Reynaldo Nunes – Presidente do PV/SE

Rogério Carvalho – Senador da República e candidato a governador

Sérgio Gama – Empresário, dirigente do MDB e candidato a vice-governador

Silvio Monteiro – Presidente do Solidariedade/SE

Silvio Santos – Ex-vice prefeito de Aracaju e dirigente do PT/SE

Valadares Filho – Ex-Deputado Federal e Presidente do PSB/SE