Equipes da Polícia Civil de Sergipe, com o apoio da Polícia Civil do Mato Grosso, deflagraram nesta quarta-feira (19), em Cuiabá (MT) e São Paulo, a Operação Siriema. A investigação teve início em agosto de 2021, quando um homem de Itabaiana registrou boletim de ocorrência noticiando ter sido vítima de estelionato qualificado pela fraude eletrônica. Até o momento, seis pessoas foram presas.
O trabalho realizado nesta quarta-feira tem como objetivo tirar de circulação uma organização criminosa especializada na aplicação de golpes virtuais em praticamente todo o território nacional.
O começo da investigação foi possível depois que um morador de Itabaiana relatou ter sido vítima de golpe. Ele ofertou sua motocicleta na venda pela internet. Em seguida, foi contatado pelo golpista através do WhatsApp e, mediante emprego de argumento ardiloso, foi induzido a entregar o veículo a terceiro interessado. Sofrendo, assim, prejuízo de aproximadamente R$ 12 mil.
De acordo com o delegado Antonio Gledson, a investigação teve início no mês de agosto de 2021. “A vítima noticiou que teria colocado uma motocicleta à venda e um golpista teria entrado em contato, promovendo o encontro com um terceiro interessado, que seria o comprador do veículo. O golpista, residente do Mato Grosso, ludibriou os dois, induzindo a erro e obteve vantagem indevida”, detalhou.
Diante dos relatos colhidos, representou-se por medida cautelar específica para investigar o grupo criminoso. Durante os levantamentos, no curso da qual os analistas da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) de Sergipe e da Divisão de Inteligência de Mato Grosso encontraram indícios do envolvimento da titular da conta beneficiária, juntamente com um filho dela, ambos residentes em Cuiabá/MT.
Na sequência, os investigadores sergipanos aprofundaram a investigação com emprego de técnicas especializadas. E com o avanço do trabalho feito pela Dipol e da Polícia Civil do Mato Grosso foi identificada vasta rede criminosa que atuava desde 2020, ao menos, aplicando golpes virtuais em vários estados do território nacional. Por fim, diante do apurado, o Judiciário decretou a prisão preventiva e busca domiciliar dos suspeitos.
Conforme Antonio Gledson, mãe e filho, residentes no Mato Grosso, foram identificados como suspeitos do crime. “E conseguimos ampliar os alvos da operação e constatamos uma organização criminosa com fluxo determinado das vantagens indevidas através de transferências entre contas bancárias de pessoas de Cuiaba e Varzea Grande, caracterizando também a lavagem de capital”, acrescentou.
O delegado Victor Hugo, do Mato Grosso, ressaltou a importância da integração das forças de segurança pública. “Conseguimos efetuar as prisões e cumprir os mandados de busca e apreensão de um crime que vem se tornando rotineiro e que tem causado um grande transtorno à sociedade. Consideramos que a operação foi um sucesso e principalmente na coleta de provas que vão subsidiar toda a investigação”, considerou.
O nome da Operação lembra a Siriema, uma ave do sertão nordestino difícil de ser encontrada, mas que pode ser ouvida à distância. Foi assim que o criterioso trabalho dos investigadores chegou aos criminosos, mesmo distantes do estado de Sergipe.
A Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), responsável pelos cemitérios públicos da capital, já está alinhando as ações necessárias para garantir a limpeza e conservação dos espaços que receberão milhares de pessoas no Dia de Finados, 2 de novembro.
Neste sentido, no final da tarde desta terça-feira, 18, representantes das diretorias de Operações (Dirop) e de Espaços Públicos e Abastecimento (Direpa) estiveram reunidos para definir a atuação das equipes que desempenharão frentes variadas que contemplam serviços de poda, paisagismo, capinagem, recolhimento de resíduos e fiscalização dos espaços públicos.
De acordo com o gestor da Dirop, Vinícius Almeida, os trabalhos de manutenção iniciam no próximo dia 20 com um mutirão nas áreas interna e externa do cemitério São João Batista, no bairro Ponto Novo, um dos maiores da cidade em número de sepultamentos, e, na sequência, o Helena Bandeira, na Atalaia, e o do ABC, no bairro Jardins, que apesar de inativo recebe visitação.
“Paralelo a isso, daremos um suporte na limpeza dos cemitérios situados em bairros da Zona de Expansão e no entorno dos cemitérios privados, o Santa Isabel, da Cruz Vermelha e Colina da Saudade. Os trabalhos prosseguem até a véspera do feriado com o repasse na limpeza. Já no dia 2, disponibilizaremos duas equipes volantes e uma fixa e distribuiremos 24 contentores no SJB e Helena Bandeira, de modo a otimizar a coleta do lixo”, informa Vinícius.
Além da higienização dos espaços de visitação, a empresa municipal instalará toldos e cadeiras para proporcionar mais conforto à população que participará das missas, conforme programação a ser divulgada posteriormente pela Arquidiocese.
“No São João Batista serão instalados seis toldos, doze banheiros químicos e 200 cadeiras. Já no Helena Bandeira a população contará com dois toldos, quatro banheiros e 100 cadeiras”, detalha o diretor de Espaços Públicos, Bira Rabelo.
Devido ao grande número de pessoas circulando nestes locais, a empresa municipal reforçará, ainda, a fiscalização no intuito manter organizado o espaço público para que não haja obstrução na passagem dos visitantes. “Ao longo do dia, teremos a presença de dez fiscais atuando em dois turnos no SJB e dois na organização do Helena”, acrescenta o diretor.
O músico e empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla, foi preso nesta quarta-feira (19).
Prisão em condomínio de luxo:
Além de expedir 6 mandados de prisão e 41 de busca, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande (MS) também determinou o bloqueio no valor de 20 milhões de dólares (R$ 105,7 milhões, no câmbio atual).
Patrick Abrahão e Perlla estão juntos desde maio de 2021 – Foto: Instagram/Reprodução
Ainda foi deferido o sequestro “de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas”.
Os mandados foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. Patrick foi preso em casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
Segundo a PF, Patrick é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.
O ex-governador de São Paulo João Doria anunciou nesta quarta-feira (19) sua desfiliação do PSDB, após 22 anos no partido. Na rede social, o ex-tucano disse que encerra a etapa “de cabeça erguida”.
“Inspirado na social-democracia e em nomes como Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e Fernando Henrique Cardoso, cumpri minha missão político-partidária pautado na excelência da gestão pública e em uma sociedade mais justa e menos desigual.
Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha olhar atento ao seu grandioso passado, em busca de inspiração para o futuro. E sempre em defesa da democracia, da liberdade e do progresso social do Brasil”, disse em sua conta no Twitter.
Doria disse ainda que tem orgulho da contribuição que pôde dar a São Paulo e ao Brasil, “graças à generosidade e à confiança de todos aqueles que optaram pelo meu nome em três prévias e duas eleições”.
Flamengo e Corinthians têm um encontro marcado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. A partir das 21h45 (horário de Brasília) desta quarta-feira (19) as equipes disputam o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil. Após um empate sem gols no confronto de ida, na última semana em Itaquera, o troféu fica com aquele que vencer, no tempo regulamentar ou na disputa de pênaltis (em caso de empate nos 90 minutos).
O Rubro-Negro chega ao confronto com um retrospecto positivo. Nos últimos dez confrontos com o Timão, a equipe da Gávea soma sete vitórias, dois empates e apenas um revés. Além disso, o Corinthians não vence o Flamengo no Maracanã desde o ano de 2015.
Porém, mesmo com números tão positivos, o técnico Dorival Júnior afirmou, em entrevista coletiva após o primeiro jogo da final, que não se deve apontar um favorito em uma final como essa: “Foi um jogo [o primeiro da final] bem jogado, as duas equipes procuraram o gol. São duas grandes equipes, não há favorito. Temos que jogar com muito cuidado e jogar mais se quisermos a busca pelo resultado”.
A esperança da torcida rubro-negra está concentrada nos homens de frente da equipe. Pedro, que assumiu o papel de centroavante do Flamengo, vem se destacando muito, enquanto Gabriel Barbosa deixou de jogar centralizado para cair mais pelas pontas.
Sem poder contar com o volante João Gomes, suspenso após receber o terceiro cartão amarelo, Dorival Júnior deve mandar a campo: Santos; Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, Vidal, Éverton Ribeiro e Arrascaeta; Pedro e Gabriel Barbosa.
Já o Corinthians confia demais na dupla Róger Guedes e Yuri Alberto, que, junto com Renato Augusto, têm sido decisivos para o time de Parque São Jorge. Mas, logo após o 0 a 0 da partida de ida, o técnico português deixou claro que, para alcançar o triunfo final, competitividade é fundamental: “Vamos ter que ser competitivos no Maracanã e ganhar a Copa lá. Eles vão jogar o jogo deles e nós o nosso”.
Para tentar cumprir esta missão, o Corinthians deposita suas esperanças em: Cássio; Fágner, Gil, Balbuena e Fábio Santos; Du Queiroz, Fausto Vera e Renato Augusto; Adson, Róger Guedes e Yuri Alberto.
Equipes da Polícia Civil de Sergipe, com o apoio da Polícia Civil do Mato Grosso, deflagraram nesta quarta-feira (19), em Cuiabá (MT) e São Paulo a Operação Siriema. A investigação teve início em agosto de 2021, quando um homem em Itabaiana registrou boletim de ocorrência noticiando ter sido vítima de estelionato qualificado pela fraude eletrônica.
O trabalho realizado nesta quarta-feira tem como objetivo tirar de circulação uma organização criminosa especializada na aplicação de golpes virtuais em praticamente todo o território nacional.
O começo da investigação foi possível depois que um morador de Itabaiana relatou ter sido vítima de golpe. Ele ofertou sua motocicleta na venda pela internet. Em seguida, foi contatado pelo golpista através do WhatsApp e, mediante emprego de argumento ardiloso, foi induzido a entregar o veículo a terceiro interessado. Sofrendo, assim, prejuízo de aproximadamente R$ 12 mil.
Diante dos relatos colhidos, representou-se por medida cautelar para investigar o grupo criminoso. Durante os levantamentos, no curso da qual os analistas da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) de Sergipe’ encontraram indícios do envolvimento da titular da conta beneficiária, juntamente com um filho dela, ambos residentes em Cuiabá/MT.
Na sequência, os investigadores sergipanos aprofundaram a investigação com emprego de técnicas especializadas. E com o avanço do trabalho feito pela Dipol e da Polícia Civil do Mato Grosso foi identificada vasta rede criminosa que atuava desde 2020, ao menos, aplicando golpes virtuais em vários estados do território nacional.
Por fim, diante do apurado, o Judiciário decretou a prisão preventiva e busca domiciliar dos suspeitos.
O nome da Operação lembra a Siriema, uma ave do sertão nordestino difícil de ser encontrada, mas que pode ser ouvida a distância. Foi assim que o criterioso trabalho dos investigadores chegaram aos criminosos, mesmo distantes do estado de Sergipe
Foi deflagrada uma operação para o cumprimento de mandado de prisão no âmbito de investigação contra o tráfico de drogas e violência urbana em Maruim. A ação policial ocorreu na manhã desta quarta-feira (19).
De acordo com o delegado Alexandre Felipe, durante o cumprimento do mandado de prisão do homem identificado como Vanderson de Souza Santos Andrade, de 22 anos, ele reagiu à abordagem policial, acabou sendo atingido, socorrido, mas veio a óbito.
Conforme o apurado, ele também já havia atirado anteriormente contra uma equipe da Polícia Militar no Alto da Boa Vista, de onde tinha conseguido fugir deixando uma grande quantidade de drogas no local.
Nesta terça-feira (18), o governador Belivaldo Chagas recebeu em seu gabinete, no Palácio dos Despachos, representantes do Ministério Público de Sergipe, que foram entregar a lista tríplice para escolha do novo procurador-geral de Justiça (MPSE) para o biênio 2022/2024.
“Sempre prezando pela harmonia e independência entre os poderes constituídos, recebi nesta terça-feira os representantes da Comissão Eleitoral do Ministério Público de Sergipe, que vieram me entregar a lista tríplice com o nome dos candidatos mais votados para o cargo de Procurador-Geral de Justiça para o biênio 2022/2024”, disse o governador Belivaldo Chagas, que terá até 15 dias para anunciar o nome do novo chefe da instituição.
O processo de escolha do chefe do MPSE inicia-se por votação dos membros em atividade, que formam uma lista com os três mais votados na Instituição. Dentre os componentes dessa lista tríplice, o governador do Estado escolhe o Procurador-Geral de Justiça, cujo mandato será de dois anos, sendo permitida uma recondução por mais um biênio.
Segundo a presidente da Comissão Eleitoral do Ministério Público de Sergipe, a procuradora Maria Cristina Mendonça, a expectativa é de que o novo procurador continue o trabalho de defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais. “O primeiro colocado da lista é o procurador Manoel Cabral Machado Neto, que já é procurador-geral e está pleiteando a recondução. Os nossos outros dois integrantes da lista, os procuradores Nilzir Soares Vieira Júnior e Etélio de Carvalho Prado Júnior também integram a administração. Então, a expectativa é que nós continuemos com uma administração que foi muito bem recebida pelos colegas. A prova disso é a votação maciça que eles tiveram. Uma administração bem sucedidae todos os três são merecedores do apoio da classe. Então, vamos ter mais dois anos, de harmonia, de trabalho, de uma boa administração”, declarou.
A lista tríplice é composta pelos promotores de Justiça Manoel Cabral Machado Neto, que obteve o total de 108 votos; Nilzir Soares Vieira Júnior, com 106 votos; e Etélio de Carvalho Prado Júnior, com 101 votos. Com a participação de 125 membros, votaram os integrantes do quadro ativo da carreira do MPSE, mediante voto obrigatório, secreto e plurinominal – ou seja, permitindo a escolha de mais de um candidato.
Além da procuradora Maria Cristina Mendonça, estiveram na entrega oficial da lista tríplice os procuradores de Justiça, Carlos Augusto Machado e Rodomarques Nascimento; o diretor de Relações Institucionais da Associação Sergipana do Ministério Público, Fábio Viegas; o presidente da Associação do Ministério Público de Sergipe, João Rodrigues Neto; o secretário administrativo da Comissão, Rosenaldo Aragão; além do secretário de Estado Geral de Governo, José Carlos Felizola.
O Ministério Público Federal (MPF) requereu a prisão de William de Barros Noia, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e Kleber Freitas após a conclusão das investigações policiais e com o resultado dos trabalhos periciais, que comprovaram a gravidade da conduta dos agentes nos crimes contra Genivaldo de Jesus Santos, configurando, assim, risco à ordem pública.
A prisão preventiva dos três policiais foi determinada pela Justiça Federal na quinta-feira, dia 13, e executada na sexta-feira, 14 de outubro, pela Polícia Federal.
Conforme destacou o MPF, as perícias “elucidaram a causa da morte, especificaram as lesões sofridas pela vítima, confirmaram a compatibilidade das lesões com a dinâmica fornecida pelas demais provas, e, com isso, confirmaram e detalharam a extrema gravidade da conduta praticada pelos imputados”, afirmando que “três agentes do Estado brasileiro, à vista de várias pessoas, praticaram uma série de ações violentas contra um cidadão que, em momento algum, investiu contra a equipe policial, a partir de um abordagem motivada por infração de trânsito consistente em dirigir sem capacete”.
Para o Ministério Público, restou claro que “que a abordagem de Genivaldo, realizada sem a observância dos padrões operacionais da PRF e de os parâmetros mínimos de civilidade, consistiu em gravíssimo episódio de violência policial, pautado por xingamentos e agressões, e que resultou na morte da vítima, mesmo sem que esta, em momento algum, tenha demonstrado hostilidade à equipe policial.”
Conduta reiterada – Contra William Noia e Paulo Nascimento pesa ainda o indiciamento por conduta violenta reiterada, após investigação policial comprovar que dois dias antes da morte de Genivaldo, em 23 de maio, os dois policiais federais abordaram e agrediram um jovem e um adolescente que trafegavam em motocicleta sem capacete, fatos esses que só vieram ao conhecimento público após a repercussão da morte de Genivaldo de Jesus. Este caso foi investigado pela Polícia Federal em outro inquérito.
Com o resultado das investigações sobre os fatos de 23 de maio, de acordo com a denúncia, fica evidente que William Noia e Paulo Nascimento, apenas dois dias depois, voltaram a empregar violência em uma abordagem de trânsito, justamente a que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos.
Na decisão que decretou a prisão dos policiais, o juiz da 7ª Vara Federal em Sergipe, Rafael Soares Souza, destacou ainda que o MPF foi cauteloso e aguardou a conclusão das investigações para ajuizar o pedido de prisão preventiva. Afirmou também que as investigações foram complexas e exigiram tempo e que “entender o contrário seria um fomento a pedidos açodados de prisão a capitulação à pressão popular, o que não pode ser admitido”, completa o magistrado.
O processo em que foi analisado o pedido de prisão dos policiais tramita na Justiça Federal com o número 0800570-10.2022.4.05.8502.
Nova investigação – Na cota à denúncia, o Ministério Público destaca a possível prática de crime na confecção da Comunicação de Ocorrência Policial que registrou a abordagem a Genivaldo de Jesus Santos. Para o MPF, ao se analisar o registro de ocorrência, é possível observar a inclusão de fatos que não condizem com os que foram apurados no inquérito policial com oitiva de testemunhas e laudos técnicos.
Na ocorrência, destaca o MPF, foi omitido o lançamento da granada de gás no “xadrez” da viatura, “chegando-se a afirmar que Genivaldo teria saído do local sentado e consciente”. Além disso, não foi feita qualquer indicação quanto à necessidade de apuração das circunstâncias do óbito de Genivaldo de Jesus Santos. O MPF afirma ser necessária a instauração de inquérito policial, para investigação de possível comunicação falsa de crime.
Ministério Público Federal (MPF) denunciou por abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado Paulo Rodolpho Lima Nascimento, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas, os três policiais rodoviários federais que participaram da abordagem e morte de Genivaldo de Jesus Santos. Os fatos ocorreram em 25 de maio, no município de Umbaúba, em Sergipe. A Justiça Federal aceitou a denúncia na terça-feira, 11 de outubro.
Atendendo a pedido do MPF, a Justiça também decretou a prisão preventiva de Paulo Nascimento, William Noia e Kleber Freitas para garantia da ordem pública e por conduta violenta reiterada. Os três agentes foram presos na sexta-feira, 14 de outubro, e se encontram detidos no Presídio Militar do Estado de Sergipe (Presmil) .
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Denúncia – Na denúncia, o MPF afirma que as provas reunidas durante a investigação policial comprovaram que Paulo Nascimento, William Noia e Kleber Freitas submeteram Genivaldo de Jesus Santos a “intenso sofrimento físico e mental durante rotineira fiscalização de trânsito, impondo-lhe, na sequência, uma ilegal prisão em flagrante, e, ao final, causando a sua morte por asfixia, quando Genivaldo já se encontrava detido e imobilizado no ‘xadrez’ da viatura da Polícia Rodoviária Federal”. Ao longo da ação penal foi descrita a participação dos três agentes policiais nos fatos.
Tortura – Os atos violentos contra Genivaldo duraram aproximadamente vinte minutos, e a gravidade foi atestada pelo laudo pericial cadavérico do Instituto Médico Legal de Sergipe. O laudo afirma que Genivaldo de Jesus tinha lesões na maçãs do rosto, orelhas, pescoço, supercílios, cotovelos, joelhos, mãos, pés e punhos.
O laudo de perícia criminal federal (local de crime) da Polícia Federal afirmou que as lesões indicadas pelo IML “são compatíveis com a dinâmica analisada, em que Genivaldo de Jesus é imobilizado várias vezes, tem seu corpo pressionado pelos braços, joelhos ou pés de três policiais, e é jogado ou arrastado no asfalto”.
O laudo confirmou ainda que Genivaldo de Jesus não ameaçou os denunciados com violência em nenhum momento e afirma categoricamente que Genivaldo não reagiu, manteve uma posição defensiva e seguiu os comandos verbalizados pelos policiais, apenas questionando verbalmente o motivo da abordagem e das agressões.
No entendimento do MPF, os três agentes contrariaram normativos, manuais e o próprio padrão operacional adotado pela PRF e executaram múltiplos atos de violência contra Genivaldo de Jesus Santos, que estava sob a autoridade deles enquanto policiais rodoviários federais.
De acordo com a denúncia, Genivaldo foi submetido a “intenso sofrimento físico e mental, como forma de puni-lo, devido à atitude questionadora da vítima quanto ao procedimento de abordagem adotado pelos denunciados, inclusive a prisão ilegal que estes buscaram lhe impor com base em inexistentes crimes de desobediência e de resistência”.
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Abuso de Autoridade – Ao ser imobilizado, Genivaldo foi informado de que seria levado em flagrante para a Delegacia de Polícia Civil em Umbaúba. O documento reforça que não se sustenta a narrativa dos denunciados de que Genivaldo teria praticado os crimes de desobediência e de resistência.
O MPF afirma que não havia situação prevista em lei para a prisão em flagrante “uma vez que Genivaldo não estava cometendo infração penal, nem havia acabado de cometê-la, não estando, portanto, em flagrante delito” e conclui que os policiais, ao imporem a prisão a Genivaldo, praticaram o crime de abuso de autoridade.
Homicídio qualificado – De acordo com a denúncia, após imobilizar Genivaldo de Jesus, os policiais rodoviários federais o colocaram na viatura, sob sua custódia. Neste momento, Paulo Rodolpho Nascimento acionou uma granada de gás lacrimogêneo e a lançou na viatura. Em seguida, Nascimento e William Noia fecharam a porta do veículo contra as pernas da vítima, causando a morte de Genivaldo por asfixia mecânica por exposição a agentes irritantes.
O documento afirma que o fechamento da porta teve o objetivo de “impedir a saída do gás e, com isso, aumentar a concentração da substância tóxica no compartimento” e durou quase dois minutos (1min55s). O grande volume de gás no local impediu que Genivaldo respirasse, o levando à asfixia.
Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia — Fantástico/TV Globo
As provas demonstraram que Kleber Freitas foi responsável pela proteção do perímetro onde a ação se desenrolou. Armado, deu cobertura para que William Noia e Paulo Nascimento agissem contra Genivaldo.
O laudo de local de crime da Polícia Federal e o laudo pericial cadavérico do IML/SE atestam que a vítima morreu por asfixia mecânica por exposição a agentes irritantes, resultante do alto volume de gás concentrado no ambiente confinado em que Genivaldo de Jesus se encontrava, a viatura policial onde foi colocado pelos agentes.
A denúncia afirma que, no Manual de Procedimentos Operacionais MPO–53 e no manual “Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo/SENASP”, empregados pela PRF, é destacado que o gás lacrimogêneo não deve ser usado em locais com restrição de escape, como estádios de futebol ou instalações prisionais, devido, entre outros fatores, ao fato de a quantidade de agente químico lacrimogêneo ser alta, “tornando o ar do ambiente confinado irrespirável”.
Mesmo com a ressalva explícita nos manuais de procedimento, o material foi usado em uma viatura policial, em um compartimento com volume de apenas 0,7 metros cúbicos, contra uma vítima algemada e que não representava risco aos policiais.
A denúncia reforça que os agentes desprezaram “a ampla gama de circunstâncias indicativas da iminente morte de Genivaldo em decorrência da conduta por eles perpetrada” e também “menosprezaram os avisos das pessoas que estavam próximas e a própria reação dolorosa da vítima submetida aos efeitos do gás”. Por fim, o MPF afirma que os policiais, “aceitaram o resultado fatal, que efetivamente se concretizou, demonstrando um completo desprezo pela vida de Genivaldo.”
Pedidos e penas – O MPF requereu à Justiça Federal que os policiais rodoviários federais sejam condenados pelos crimes de tortura, abuso de autoridade e homicídio qualificado.
O crime de tortura tem penas previstas de 02 a 08 anos de reclusão, podendo chegar, no caso, a 10 anos e 8 meses, por ter sido cometido por agente público e contra pessoa com deficiência. O abuso de autoridade tem punição prevista de 01 a 04 anos de detenção. E o homicídio qualificado tem penas mínimas e máximas previstas de 12 a 30 anos de reclusão.
Também foi requerido que, em caso de condenação, seja determinada a perda dos cargos públicos dos agentes e que a Justiça Federal fixe uma indenização de reparação por danos morais aos familiares de Genivaldo de Jesus Santos.
O processo tramita na Justiça Federal com o número 0800566-70.2022.4.05.8502
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