inacio krauss
OAB Sergipe

Nos últimos anos, o direito de defesa tem sido ameaçado pela comoção pública gerada pela divulgação de casos, que levam a  julgamentos precipitados pela sociedade. A afirmação é do presidente da seccional sergipana da Ordem dos Advogados do Brasil, Inácio Krauss.

“Essa antecipação de ‘condenações’ vem trazendo prejuízos para sociedade, indo de encontro à presunção de inocência e à classe – que é constantemente criminalizada, com prerrogativas violadas no exercício da missão constitucional de assegurar o respeito ao devido processo legal e paridade de armas”, diz o advogado.

Questionado sobre a expectativa em relação ao Superministério da Justiça, sob comando de Sergio Moro, Krauss disse esperar uma reformulação do sistema carcerário, “que atualmente não ressocializa e se torna um propulsor da criminalidade no Brasil”. Além disso, o advogado disse que é preciso construir uma política de combate ao crime que tenha foco na prevenção, tendo como base determinações da Constituição Federal.

Recém-eleito para presidir a OAB-SE, Krauss já havia atuado na diretoria da seccional no cargo de vice-presidente na gestão passada.


Leia a entrevista:

ConJur  — Quais os principais gargalos da advocacia no seu estado?

Inácio Krauss — A crise econômica pela qual passa o nosso país tem afetado principalmente a jovem advocacia, que está enfrentando muitos obstáculos para se manter no mercado de trabalho. Enquanto vice-presidente da seccional da OAB-SE, participei da luta pela sanção do piso da advocacia e da criação do Conselho Estadual da Jovem Advocacia porque acredito que é necessário dar voz aos advogados em início de carreira. O respeito às prerrogativas da advocacia e a defesa do fortalecimento da advocacia são outras preocupações constantes da OAB em todo país, porque há parte da sociedade e instituições que tentam desqualificar o trabalho da classe, associando, por vezes, a figura do profissional aos problemas sociais e políticos do país. Mudar essa ótica da advocacia é uma tarefa que teremos pela frente.  

ConJur  — O Tribunal de Contas da União decidiu, em novembro, que a OAB deve prestar contas ao tribunal. Como o senhor avalia a medida?

Inácio Krauss — Estou em consonância com o posicionamento do Conselho Federal da OAB, que foi contrário à medida do TCU. Esse já foi um tema discutido pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, que, várias vezes, garantiu que a OAB não integra a administração pública e, portanto, não se submete às mesmas regras a que outros conselhos de categorias profissionais estão submetidos.

A Ordem dos Advogados do Brasil possui independência, uma vez que é mantida exclusivamente com a anuidade da advocacia, e não cabe a qualquer outro órgão de controle público o monitoramento de seus balanços. Além de autarquia profissional, a OAB tem o dever de zelar pela Constituição Federal e pelo Estado Democrático de Direito. É entidade sui generis, com autonomia e independência, e, distinta de outros conselhos profissionais, pois não está voltada somente a desígnios corporativos, mas também institucionais.

ConJur  — Quais as principais prerrogativas desrespeitadas hoje?

Inácio Krauss — Por todo o Brasil, não são poucos os casos de violação às prerrogativas da advocacia. Alguns exemplos são o tratamento descortês à classe e a dificuldade ou negação de acesso da advocacia a ambientes, autoridades e autos do processo. É preciso ressaltar sempre: quando atuamos em defesa de nossas ferramentas profissionais, operamos em defesa do Estado Democrático de Direito e das garantias individuais e coletivas dos cidadãos, sendo esta a imperativa razão para que os advogados e advogadas lutem pelo cumprimento de suas prerrogativas, ao lado da OAB, que continuará atuando veemente em prol dessa bandeira.

ConJur  — O direito de defesa está enfraquecido?

Inácio Krauss — O direito de defesa é uma das mais valiosas garantias constitucionais do cidadão, mas tem sido ameaçado nos últimos anos em virtude da comoção gerada por casos de grande repercussão midiática, que ocasionam julgamentos precipitados por parte da população. Essa antecipação de “condenações” vem trazendo prejuízos para sociedade, ao ir de encontro à presunção de inocência, e para a classe, que é constantemente criminalizada e tem suas prerrogativas violadas no exercício da missão constitucional de assegurar o respeito ao devido processo legal e paridade de armas. Em um momento como este, é fundamental que a advocacia se una pelo fortalecimento da profissão, enfatizando que o nosso papel é o de lutar em favor do direito de defesa e pela proibição de quaisquer abusos durante o rito processual.

ConJur  — A OAB deve se colocar politicamente a favor do direito de defesa?

Inácio Krauss — O direito de defesa é uma das representações do cerne da democracia. Como defensora da Constituição Federal, da justiça social e do Estado Democrático de Direito, a OAB entende a importância de se posicionar quando há qualquer tipo de violação a esses preceitos. Sendo assim, é preciso que Ordem dos Advogados, instituição de grande inserção social, continue lutando a favor não somente do direito de defesa, mas de todos os direitos e garantias fundamentais do cidadão, tendo em vista que não observância desses princípios fere a ordem constitucional.

ConJur  — A OAB é democrática internamente?

Inácio Krauss — A OAB deve ser sempre democrática. As propostas da qual participei foram construídas através dos anseios apresentados por advogados e advogadas em plenárias. Além disso, defendo que a tomada de decisões deve sempre passar pelos membros da diretoria, do conselho seccional e federal, membros de comissões etc.

ConJur  — O que o senhor espera do superministério da Justiça?

Inácio Krauss — Espero que o Ministério da Justiça reformule o sistema carcerário, que atualmente não ressocializa e se torna um propulsor da criminalidade no Brasil; construa uma política de combate ao crime mais eficaz, com modelo mais focado na prevenção e que tenha como bases os preceitos determinados na Constituição Federal; além de promover ações anticorrupção; e a criação de propostas de defesa as garantias constitucionais e dos direitos humanos, pontos que têm sido atacados nos últimos tempos. Espero que esse “superministério” atue observando o que determina a Constituição.  

ConJur  — Qual o piso ideal para um iniciante?  

Inácio Krauss — É importante frisar que vários fatores influenciam no valor do piso salarial da jovem advocacia e, consequentemente, geram uma variação na quantia recebida pelos profissionais em início de carreira. Entre esses fatores, estão a região de atuação do advogado e a especialização que possui. Em Sergipe, por exemplo, o piso foi sancionado há um ano, em ato de valorização da jovem advocacia e garantia de dignidade ao exercício da profissão. Estabelecido por lei, o valor do piso inicial para os advogados e advogados sergipanos é de R$ 2 mil para 20 horas e R$ 4 mil para 40 horas. Ainda assim, sabemos que, infelizmente, alguns estados como Acre, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins não fixaram o piso ético defendido pela OAB.

ConJur  — Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou contra o Exame de Ordem aplicado aos recém—formados. Na ocasião, ele disse que o exame cria “boys de luxo de escritórios de advocacia”. Em sua opinião, o modelo do exame precisa ser revisto? A quem cabe fiscalizar o curso de Direito?

Inácio Krauss — O Exame de Ordem não é aplicado apenas no Brasil. Nos Estados Unidos e Japão, por exemplo, é comum a aplicação de uma prova para aferir os conhecimentos dos bacharéis que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho. É a manutenção do exame que permite avaliar a qualidade da educação ofertada no país e assegura que somente os profissionais que possuam a capacidade de defender os direitos fundamentais do cidadão, como a liberdade, a igualdade, a segurança, ocupem o espaço destinado à advocacia e tenham condições de representar a sociedade. Quanto à fiscalização dos cursos de Direito, cabe ao Ministério da Educação fiscalizar e proibir o funcionamento de instituições que não tem qualificação suficiente para formar bons advogados e advogadas.

ConJur  — O senhor é a favor de segundo turno nas eleições da OAB? O Conselho Seccional deve ser eleito separadamente da chapa do presidente?

Inácio Krauss — Por ora, tudo tem funcionado como deve funcionar. Por enquanto, o segundo turno no pleito não é necessário e as eleições não devem ser mudadas. Uma chapa irmanada no mesmo propósito só tem a corroborar no mecanismo de labor da Ordem.


Esta entrevista integra uma série de conversas com os presidentes das seccionais da OAB eleitos para o triênio 2019-2021.

luciano garibalde
César de Oliveira / Alese (arquivo)

Passada a eleição da Mesa Diretora da Alese, quando findou eleita a chapa liderada pelo deputado Luciano Bispo, que vem ser membro do mesmo partido, MDB, esclarecemos que a disputa não significou ruptura de relação pessoal, nem partidária, apesar da forma constrangedora com que fui retirado da chapa na condição de vice-presidente, sem que houvesse qualquer diálogo prévio para se estabelecer um consenso.

Esclarecemos ainda que na condição de eleito na coligação liderada pelo governador Belivaldo Chagas, de quem fui aliado de primeira hora, seguiremos no propósito de contribuir com as necessidades do Poder Executivo que sejam demandadas para o Legislativo, sem qualquer ressentimento relacionado com a eleição da Mesa Diretora. 

Outrossim, reafirmamos a convicção de que a Assembleia Legislativa composta por vinte quatro deputados é uma Casa de iguais, respeitando-se as divergências, quando tratar-se de idéias e posicionamentos.

Por fim, nos resta o desejo de que Luciano Bispo desenvolva um grande trabalho à frente da Alese, torço por isso, e que a disputa não lhe permita diferenciar as ações administrativas, impondo desigualdades para àqueles que estiveram compondo e, ou votando na nossa chapa. 


Garibalde Mendonça é deputado estadual

escreve caneta
Pixabay

Pelo menos 13 órgãos públicos abrem as inscrições nesta segunda-feira (4) em diversas cidades no país para cerca de 3 mil vagas em cargos de todos os níveis de escolaridade. Só na Prefeitura do Rio de Janeiro 1.652 vagas para cargos de professor adjunto de educação infantil, com salário de R$ 2.455,35.

CONFIRA A LISTA COMPLETA DE CONCURSOS E OPORTUNIDADES

NE Notícias confirma: a delegada Danielle Garcia foi convidada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para integrar sua equipe.

gilmar carvalho
Jadilson Simões / Alese

A delegada continua negando que recebeu o convite.

NE Notícias apurou que o Governo de Sergipe receberá o pedido oficial do Ministério da Justiça.

“Se for confirmado oficialmente o convite, defendo, desde já, que o Estado ceda a delegada Danielle Garcia, para que ela faça parte da equipe do ministro Sérgio Moro. Assim, o Brasil ganhará a inteligência, a determinação e o trabalho de uma de suas melhores delegadas de Polícia”.

Declaração do deputado estadual Gilmar Carvalho (PSC)

David Alcolumbre. Esse é o nome do nome do novo presidente do Senado Federal.

Aliado do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM) em duas votações, levou Renan Calheiros (MDB-AL), antes favorito, a desistir da candidatura.

O DEM, antes PFL, com Alcolumbre e Rodrigo Mais, na Câmara, comanda o Congresso Nacional – Senado e Câmara.

davi alcolumbre
Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Quem é Alcolumbre?

Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma atuação discreta nos primeiros quatro anos de mandato no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou-se um hábil articulador, congregando os adversários de Renan Calheiros e os aliados do governo federal.

O novo presidente contou com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também filiado ao DEM.

Aos 41 anos, o senador estreou na política no início deste século. Foi vereador em Macapá, três vezes deputado federal e chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.

É um dos mais jovens senadores a assumir a presidência da Casa. 

Neste sábado, 2/2, em acidente na BR-235, próximo ao município de Frei Paulo, uma pessoa morreu e seis ficaram feridas.

Vítimas foram encaminhas para o Hospital Regional de Itabaiana.

Durante a posse dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, ocorrida nesta sexta-feira, 1, o deputado estadual Gilmar Carvalho falou sobre o que acha da reforma da previdência e da necessidade de mudanças na forma de gestão do Estado.

O governador Belivaldo Chagas também falou com a reportagem do NE Noticias e falou sobre a indicação de Zezinho Sobral para líder do Governo na Alese, além disso, destacou o que vem sendo feito pelo Estado para diminuir o impacto crise financeira em Sergipe.

Durante sessão extraordinária solene do Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público de Sergipe, presidida pelo procurador-geral de Justiça Eduardo Barreto d’Ávila Fontes, nesta sexta-feira (1º), foram empossados os três novos Conselheiros eleitos para compor o Conselho Superior do Ministério Público.

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Divulgação

Os procuradores de Justiça Maria Cristina da Gama e Silva Foz Mendonça, Josenias França do nascimento e Luiz Valter Ribeiro Rosário foram empossados e integrarão o Conselho Superior durante o biênio 2019/2021.

Aberta a sessão, os novéis conselheiros proferiram o juramento de posse e, em seguida, o Secretário do Colégio de Procuradores do MP, José Carlos de Oliveira Filho, leu o termo de posse.

Após a assinatura do termo, os três novos conselheiros comprometeram-se a dar continuidade ao trabalho profícuo realizado pelos colegas que os antecederam, bem como desempenhar o mister com humanidade e respeito absoluto, esmero, responsabilidade e amizade, porque, segundo eles, cada membro ministerial é parte de um todo que defende a grandiosidade da Instituição.

Ao encerrar a solenidade o PGJ lembrou que no dia em que se forma um novo Conselho, alguns membros ministeriais por ocasião da aposentação, estavam deixando o MP. “Feliz coincidência e quero render homenagens aos colegas, Antônio César Leite de Carvalho, Elias Pinho, Eduardo Franklin e João Raimundo que hoje se aposentam e Mírian Teresa Cardoso Machado que se aposentará no próximo dia 1º. Eles colocaram, cada um, um tijolinho nessa construção que hoje presta um trabalho qualificado para a sociedade sergipana”, disse o PGJ.

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SSP Sergipe

Como NE Notícias informou, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, convidou a delegada da Polícia Civil de Sergipe Danielle Garcia para integrar sua equipe.

À imprensa, Danielle não confirmou o convite e disse que estava em Brasília nesta sexta-feira, 1/2, para acompanhar a posse do deputado federal Laércio Oliveira (PP) e do senador Alessandro Vieira (PPS), seus “amigos pessoais”.

NE Notícias confirma o convite feito pelo ministro à delegada.

A Petrobras, em continuidade ao comunicado ao mercado divulgado em 30/10/2018, informa que iniciou o processo de hibernação da fábrica de fertilizantes em Sergipe (Fafen-SE) e que segue com o processo licitatório para arrendamento desta unidade, assim como da unidade na Bahia (Fafen-BA), aguardando propostas dos potenciais interessados.

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Divulgação

Em 2017, a Petrobras, coerente com sua estratégia de gestão de portfólio, decidiu pela saída do negócio de fertilizantes em função da persistência de significativos prejuízos e consequente destruição de valor decorrente da operação desses ativos. Nesse contexto, cancelou um projeto,  paralisou a construção de outro e está negociando sua venda, iniciou o processo de desinvestimento da Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA) e optou pela hibernação das fábricas Fafen-BA e Fafen-SE, para as quais não houve manifestação de interesse por parte de potenciais compradores, conforme anunciado em 20/03/2018 e alinhado ao Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 e ao objetivo de maximização de valor para seus acionistas, o que inclui sua controladora, a sociedade brasileira.

A companhia ofereceu aos empregados lotados na Fafen-SE oportunidades de movimentação interna que conciliem perfis e perspectivas pessoais com as necessidades da empresa. Um efetivo mínimo permanecerá em rotina operacional com o objetivo de garantir a integridade e a segurança das instalações.

Desde março de 2018, a Petrobras vem tratando da hibernação com autoridades e entidades representativas, de forma que potenciais efeitos negativos sobre as economias da Bahia e Sergipe sejam minimizados.

Assim, atualmente, mais de 80% do mercado de ureia, principal produto do segmento de nitrogenados, já é atendido por importações. Com respeito ao mercado de amônia, em que a Petrobras responde por 30% da oferta, a companhia está investindo em infraestrutura de logística no porto de Aratu (BA) para viabilizar o atendimento de clientes localizados no Polo de Camaçari e no curto prazo continuará a satisfazer a demanda através venda de seus estoques remanescentes.

Finalmente, a Petrobras negociará uma opção para o cliente de CO2, fabricante de bicarbonato de sódio grau de hemodiálise para assegurar o fornecimento de matéria prima durante um período de transição, o que inclusive poderá envolver gastos para a companhia até o limite de R$ 9 milhões.

Para mitigar o impacto social na região de Laranjeiras (SE), a Petrobras está desenvolvendo  um plano de projetos sociais em associação com instituições de ensino, com investimentos previstos no valor de R$ 26 milhões para o período de 2019 a 2022, dispêndios que equivalem a mais de duas vezes a estimativa da arrecadação anual de impostos (ISS e ICMS) originada pelas operações da Fafen-SE  para o município de Laranjeiras.

Em relação à fábrica de fertilizantes na Bahia (Fafen-BA), permanece a intenção de sua hibernação e também do processo licitatório de arrendamento. No entanto, a companhia foi intimada, ontem, de decisão liminar em ação proposta pelo SINPEQ, suspendendo a sua hibernação, e tomará as medidas judiciais cabíveis para reverter esta decisão.