Um trecho do chat privado entre Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol revela que o ex-juiz discordou de investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Lava Jato porque, nas palavras dele, não queria “melindrar alguém cujo apoio é importante”. O diálogo ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem a respeito de suspeitas contra o tucano. 

Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em um chat privado no Telegram para falar sobre o assunto. O juiz dos processos da Lava Jato em Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias”. O procurador respondeu acreditar que a força-tarefa – por meio de seu braço em Brasília – propositalmente não considerou a prescrição do caso de FHC e o enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo, segundo ele, “talvez para [o MPF] passar recado de imparcialidade”.

fernando henrique
Valter Campanato / Agência Brasil

À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques, sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser seletiva e de poupar políticos do PSDB. As discussões haviam sido inflamadas meses antes, quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de corrupção contra ambos.

Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?

Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?

Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco

Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?

Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição

Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade

Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante

FHC foi citado na Lava Jato pelo menos nove vezes (1234 e 5678 e 9). Caso fossem investigados e comprovados, nem todos os possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente estariam prescritos.

Naquele dia, antes de responder a Moro, Dallagnol encaminhou a dúvida do juiz para um chat em grupo chamado Conexão BSB-CWB, no qual estavam procuradores das duas cidades. Foi de Brasília, onde o caso tramitava, que ele recebeu a resposta de que a documentação foi encaminhada a São Paulo sem a análise sobre a prescrição.

Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de 96? Não tá prescrito? Teve inquérito?

Sérgio Bruno Cabral Fernandes – 11:51:25 – Mandado pra SP

Sérgio Bruno Cabral Fernandes –11:51:44 – Não analisamos prescrição

Dallagnol – 13:26:11 –  👍👍😉

A acusação que Dallagnol classificou como “recado de imparcialidade” já era de conhecimento interno do Ministério Público desde o final de 2016, graças à delação de Emílio Odebrecht, que afirmou que deu “ajuda de campanha” a FHC para as eleições vitoriosas de 1994 e 1998. “Ajuda de campanha eu sempre dei a todos eles. E a ele também dei. E com certeza teve a ajuda de caixa oficial e não oficial”, afirmou o empresário, falando sobre caixa dois. “[E]u dava e dizia que era para atender mesmo. Então vai fulano de tal lhe procurar, como eu dizia também para Marcelo, e eles então operacionalizavam. Ele me pediu. Todos eles.” O valor dos pagamentos não foi divulgado.

O depoimento permaneceu em segredo de justiça até abril de 2017, quando foi enviado para ser investigado pela Procuradoria da República de São Paulo e virou notícia. Mas já nasceu morto: os fatos estavam prescritos, e a investigação não poderia terminar em uma denúncia formal. Foi arquivada pela Justiça três meses depois. 

Essas revelações sugerem mais uma vez a parcialidade na Lava Jato, que tanto Moro quanto a força-tarefa negam veementemente. Na nota oficial divulgada pela força-tarefa em resposta à primeira série de reportagens do Intercept no último domingo, por exemplo, eles insistiram que seu trabalho sempre foi movido pela “imparcialidade da atuação da Justiça”. Em entrevista ao Estadão na semana passada, o ministro Moro disse que não via “[n]enhum viés político nas mensagens que me foram atribuídas.”

Mas, aqui, Moro estava explicitamente preocupado com investigações da Lava Jato contra um apoiador político de seu trabalho. E Dallagnol admitiu acreditar que outros procuradores da força-tarefa passaram adiante uma investigação que sabidamente não resultaria em processo, a fim de fabricar uma falsa percepção pública de “imparcialidade”, sem, no entanto, colocar FHC em risco.

As conversas agora reveladas fazem parte de um lote de arquivos secretosenviados ao Intercept por uma fonte anônima (leia nosso editorial e entenda). Os arquivos publicados até agora mostram, entre outras coisas, que a Lava Jato sempre teve muita preocupação com sua imagem pública, e seguia conselhos informais do então juiz Moro, o que é ilegal.

‘PORRA BOMBA ISSO’

Para os procuradores, era importante incluir o PSDB no rol de investigados para acalmar o ânimo dos críticos. Eles já falavam sobre isso muito antes de Moro alertar Dallagnol sobre evitar “melindrar” FHC.

Em uma conversa no dia 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon mandou uma sugestão em um grupo do Telegram chamado FT MPF Curitiba 2: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário”, justificou Pozzobon. “A da LILS vocês já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC”, disse ao grupo. Nesse caso – diferentemente daquele que virou notícia na imprensa sobre caixa 2 nos anos 1990 –, os pagamentos ao iFHC aos quais Pozzobon se referia não estariam prescritos, caso fossem propina.

Depois de comentar sobre o instituto de FHC, Pozzobon postou duas imagens no grupo.

A primeira é uma troca de e-mails de 2014 entre a secretária de FHC e dois interlocutores: um representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina, a Apla, identificado como Manuel Diaz, e um empresário do ramo cultural, Pedro Longhi. A secretária fala para verificarem com a Braskem – empresa do ramo petroquímico controlada pela Odebrecht – qual a “melhor maneira para [a empresa] fazer a doação [para o iFHC]”.

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A secretária dá duas opções para o que ela chama de “doação”. Uma delas seria fazer uma doação direta, ou seja, depositar dinheiro na conta bancária do instituto. A outra seria a contratação de um serviço não especificado. “Não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente”, afirmou. Manuel respondeu que poderia fazer doação direta. Poucos dias depois, Helena Gasparian, então assessora de FHC, enviou outro e-mail à Braskem dizendo que o ex-presidente não iria comparecer ao evento.

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A segunda imagem encaminhada por Pozzobon era de um laudo da Polícia Federal daquele mesmo ano, que mostrava que a Odebrecht havia feito pagamentos mensais que somaram R$ 975 mil ao iFHC entre dezembro de 2011 e de 2012.

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Os policiais federais que fizeram o relatório explicaram que não foram atrás desses pagamentos ao iFHC porque os dados da Braskem não foram colocados à disposição deles. Mas ressaltaram: “É possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados” por causa das limitações dos dados ou caso tenham sido feitos por “meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso”.

Após enviar as imagens, Pozzobon sugeriu ao grupo aprofundar a investigação sobre as doações. Ao contrário da investigação referente aos recursos recebidos nos anos 90, esses fatos, se investigados, não estariam prescritos e poderiam apontar caixa 2 em campanhas do PSDB. 

Leia mais em The Intercept Brasil

Em 2017, 65.602 mil pessoas foram mortas no Brasil — um crescimento de 4,2% em relação ao levantamento anterior — sendo que 47.510 mil (72,4%) foram mortas por tiros, atingindo um patamar inédito. Segundo o Atlas da  Violência 2019, o número de pessoas assassinadas com armas de fogo cresceu 6,8% no Brasil entre 2016 e 2017. Divulgado nesta quarta-feira, o estudo é produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de  Segurança Pública(FBSP).

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Moreira Mariz / Agência Senado

“As armas de fogo estão aniquilando principalmente os jovens e os negros nas regiões mais pobres do país. Nós, parlamentares, precisamos urgentemente trazer esta pauta no  Congresso Nacional”, alertou o senador  Paulo Rocha (PT-PA). “Os assassinatos de negros seguem aumentando. Mais jovens sendo mortos. A violência armada: 72,4% dos homicídios em 2017 foram cometidos por armas de fogo. E com o decreto de armas do governo [Bolsonaro] vai ser rico matando pobre”, alertou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

O assassinato de negros, entre 2007 e 2017, cresceu dez vezes mais do que o de não negros (brancos, amarelos e indígenas). No mesmo período a morte violenta intencional de jovens de 15 a 29 anos aumentou 39%. No ano de 2017, apesar de corresponder a 25% da população brasileira, jovens nessa faixa etária representaram 54% do total de homicídios no País. Os homicídios no Brasil cresceram 2,8 vezes mais nas regiões Norte e Nordeste do que a média nacional entre 2007 e 2017.

Importância do Estatuto do Desarmamento

Ainda de acordo com a Atlas da Violência, quase um milhão de brasileiros morreram vitimados por disparos de armas de fogo entre 1980 e 2017. Para a equipe responsável pelo Atlas da Violência, o número seria ainda maior não fosse a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003.

De 14 anos para cá, desde a promulgação da lei do Estatuto do Desarmamento, a taxa média de crescimento anual de mortes por armas é de 0,85%, queda brusca em relação aos 14 anos anteriores à lei que era de 5,44%. Há a indicação de que o Estatuto quebrou uma tendência, e que poderia ter sido acompanhado por outros fatores de cunho macroeconômico e/ou demográfico.

Para o líder do  PT no Senado, Humberto Costa (PE), a solução do governo Bolsonaro para os índices de violência no País não vai solucionar o problema existente. O próprio preço das armas de fogo já é um impeditivo para que o cidadão mais pobre venha a adquirir uma arma de fogo de forma legal para se defender.

“Uma pequena parcela [da população] comprará armas. Uma grande parcela seguirá sendo o alvo”, apontou Humberto.

O número de armas em posse de civis só aumenta desde 2017. Até abril de 2019 houve alta de 10% em relação a 2018 nos registros para a posse de armas concedidos pela Polícia Federal.

Feminicídio

Nos últimos cinco anos, de acordo com o estudo, a morte intencional de  mulheres em ambiente doméstico cresceu 17%. No mesmo período, o  feminicídio nas ruas diminuiu 3%.

O aumento discrepante das mortes de mulheres em casa por armas de fogo (30% em dez anos) em relação ao dado global (21% no mesmo período) é a primeira evidência empírica das consequências do desmonte das políticas públicas para mulheres ocorridos a partir de 2015.

“Estávamos esperando que algo assim acontecesse quando assistimos à redução dos orçamentos para políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres e ao desmantelamento dos equipamentos públicos de atendimento a mulheres em situação de violência doméstica”, afirmou a socióloga Wânia Pasinato, especialista em violência de gênero contra as mulheres.

Economia

As despesas com segurança pessoal e segurança pública equivalem a cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil – que foi de R$ 6,6 trilhões em 2017, ano das estatísticas utilizadas no Atlas da Violência.

“Esse custo da violência é a mais cruel do custo Brasil, os ônus que pesam sobre a atividade econômica. A criminalidade passou a ser, há um bom tempo, uma preocupação. Essa vulgarização do crime e do desprezo pela vida humana nos mostra um dado bem ruim da nossa realidade, que precisa ser superado com políticas públicas”, declarou Carlos von Doellinger, presidente do Ipea.

O Senado derrubou na noite desta terça-feira, 18, o decreto das armas do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O decreto flexibiliza porte e posse de arma.

Antes da votação, Bolsonaro apelou aos senadores para que aprovassem o decreto.

Perdeu por 47 votos a 28.

Dois senadores de Sergipe votaram contra o decreto: Alessandro Vieira (Cidadania) e Rogério Carvalho (PT).

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Marcos Oliveira / Agência Senado

O projeto de decreto legislativo (PDL 233/2019), de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que torna sem efeito o decreto, agora segue para votação na Câmara. O Decreto 9.785, de 2019, autoriza a concessão de porte a 20 categorias profissionais e aumenta de 50 para 5 mil o número de munições disponíveis anualmente a cada proprietário de arma de fogo.

Veja quem votou contra e a favor:

SIM (Contra o decreto das armas):

– Eliziane Gama (Cidadania-MA)

– Alessandro Vieira (Cidadania-SE)

– Álvaro Dias (Podemos-PR)

– Eduardo Girão (Podemos-CE)

– Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)

– Romário (Podemos-RJ)

– Rose de Freitas (Podemos-ES)

– Styvenson Valentim (Podemos-RN)

– Antonio Anastasia (PSDB-MG)

– Mara Gabrilli (PSDB-SP)

– José Serra (PSDB-SP)

– Plínio Valério (PSDB-AM)

– Rodrigo Cunha (PSDB-AL)

– Tasso Jereissati (PSDB-CE)

– Mecias de Jesus (PRB-RR)

– Cid Gomes (PDT-CE)

-Weverton (PDT-MA)

– Kátia Abreu (PDT-TO)

– Wellington Fagundes (PL-MT)

– Daniella Ribeiro (PP-PB)

– Esperidião Amin (PP-SC)

– Jorge Kajuru (PSB-GO)

– Leila Barros (PSB-DF)

– Veneziano (PSB-PB)

– Fabiano Contarato (Rede-ES)

– Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

– Flávio Arns (Rede-PR)

– Humberto Costa (PT-PE)

– Rogério Carvalho (PT-SE)

– Jaques Wagner (PT-BA)

– Jean Paul Prates (PT-RN)

– Paulo Paim (PT-RS)

– Paulo Rocha (PT-PA)

– Confúcio Moura (MDB-RO)

– Eduardo Braga (MDB-AM)

– Renan Calheiros (MDB-AL)

– Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)

– José Maranhão (MDB-PB)

– Marcelo Castro (MDB-PI)

– Simone Tebet (MDB-MS)

– Otto Alencar (PSD-BA)

– Omar Aziz (PSD-AM)

– Jayme Campos (DEM-MT)

– Rodrigo Pacheco (DEM-MG)

– Renilde Bulhões (Pros-AL)

– Zenaide Maia (Pros-RN)

– Reguffe (Sem partido-DF)

NÃO (a favor do decreto das armas):

– Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)

– Major Olímpio (PSL-SP)

– Juíza Selma (PSL-MT)

– Soraya Thronycke (PSL-MS)

– Angelo Coronel (PSD-BA)

– Arolde de Oliveira (PSD-RJ)

– Lucas Barreto (PSD-AP)

– Carlos Viana (PSD-MG)

– Nelsinho Trad (PSD-MS)

– Chico Rodrigues (DEM-AP)

– Marcos Rogério (DEM-RO)

– Ciro Nogueira (PP-PI)

– Luiz Carlos Heinze (PP-RS)

-Vanderlan Cardoso (PP-GO)

– Mailza Gomes (PP-AC)

– Elmano Férrer (Podemos-PI)

– Lasier Martins (Podemos-RS)

– Izalci Lucas (PSDB-DF)

– Roberto Rocha (PSDB-MA)

– Jorginho Mello (PL-SC)

– Marcos do Val (Cidadania-ES)

– Telmário Mota (Pros-RR)

– Márcio Bittar (MDB-AC)

– Luiz do Carmo (MDB-GO)

– Dario Berger (MDB-SC)

– Eduardo Gomes (MDB-TO)

– Fernando Bezerra (MDB-PE)

– Zequinha Marinho (PSC-PA)

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Jadilson Simões / Alese

Condenado no processo das subvenções da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, o ex-deputado estadual, Augusto Bezerra, por meio de sua assessoria jurídica, protocolou um pedido de prisão domiciliar, mas não obteve êxito. O pedido foi negado pelo desembargador Roberto Porto nesta terça-feira, 18.

Com a decisão, Augusto deverá se apresentar nesta quarta-feira, 19, ao Presídio Militar para cumprimento da pena, que corresponde a mais de 12 anos de reclusão. No pedido feito pela defesa, foi alegado que augusto tem apresentado sinais de saúde prejudicada em decorrência de diabete avançada, hipertensão crônica, dislipidemia, hiperuricemia, problemas cardíacos com riscos vasculares, depressão.

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Divulgação

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE) realiza nesta quarta-feira, 19, a partir das 7h, em frente ao Palácio dos Despachos, um café da manhã com a categoria como forma de alertar o governador Belivaldo Chagas para todas as reivindicações dos profissionais que integram a base da Polícia Civil.

Agentes, escrivães e agentes auxiliares estarão reunidos em nova mobilização para destacar ao governador Belivaldo Chagas as principais reivindicações da categoria, como a ausência de reposição inflacionária (concedida recentemente a outras categorias de servidores públicos); ausência de revisão salarial há mais de seis anos; e a não previsão de uma reestruturação dos cargos que integram a base da Polícia Civil. 

O Palácio dos Despachos do Governo de Sergipe fica na avenida Adélia Franco, 3305, bairro Grageru, Aracaju/SE.

O deputado federal Laércio Oliveira esteve no início da tarde desta terça-feira, 18, com a presidente da Infraero, Martha Seillier, para questionar se o aeroporto Santa Maria, de Aracaju, sofreria um rebaixamento de categoria, deixando de ser aeroporto internacional para se tornar doméstico e explicou que essa opção seria muito ruim para o turismo de Sergipe. A presidente informou que houve um movimento nesse sentido, mas não vai mais acontecer. O parlamentar discutiu ainda a importância de se ter mais voos para o estado, que atualmente são muito poucos e caros, dificultando o acesso do turista.

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Marcelle Cristinne / ASN (arquivo)

A presidente informou que a estatal espanhola Aena que venceu a disputa para administrar seis aeroportos no Nordestetem muita experiência com turismo e grande capacidade de investimentos. A previsão de investimentos no aeroporto de Aracaju é de 70 milhões de dólares e grande parte desses recursos serão aplicados nos primeiros 5 anos. “Estamos certos do bom resultado dessa privatização porque nós aplicamos um teto tarifário e eles passam a ter mais lucros se atraírem mais voos para o Nordeste. Então farão propaganda do destino em outros países. No modelo anterior, não existia esses incentivos de atração de voos e turistas”, explicou. 

A presidente disse que a estrutura hoje disponível no aeroporto de Aracaju é sob demanda, em função da baixa quantidade de voos internacionais. “Quando o estado tiver uma demanda maior de voo regular, a gente sobe o degrau de estrutura. Com a abertura do mercado de aviação civil a empresas com capital estrangeiro teremos um aumento do número de voos e com melhores preços, a perspectiva é que o turismo aéreo aumente”, explicou.

Aeroporto Regional de Xingó

O deputado questionou a presidente da Infraero ainda se havia planos de construção de aeroportos regionais e sugeriu que a área de Xingó tivesse esse investimento, por ser uma região turística muito importante de Sergipe, mas que ainda precisa de uma melhor infraestrutura. “Basta a gente lembrar o caso de Porto Seguro que é muito distante de Salvador e de Vitória, mas o turismo ganhou um grande impulso com a construção do aeroporto”, explicou o parlamentar. A presidente disse que é um caso a ser estudado porque Sergipe ainda não tem nenhum aeroporto regional.

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Semarh / Arquivo

O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) ajuizou duas ações civis públicas contra quatro pessoas que foram flagradas se preparando para realizar caça de animais silvestres em território indígena. A Terra Indígena Caiçara, da Aldeia Xocó, localizada em Porto da Folha, é protegida por lei e a prática de caça por não-indígenas é proibida na área. Nas ações, pede-se que as quatro pessoas sejam proibidas de ingressar na terra, bem como realizar caça, sob pena de aplicação de multa.

Nas ações, de autoria do procurador da República Flávio Matias, justifica-se que, nas terras indígenas, a exclusividade das atividades de caça e pesca é da população nativa. Assim, é proibida a prática dessas atividades por qualquer pessoa que não pertença à comunidade indígena do local. Tal medida está prevista pelo Estatuto do Índio, pela lei 9.605/1998 e pela Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Pedidos – Nas ações, o MPF pede a proibição do ingresso sem autorização de indígena e da prática de caça pelas quatro pessoas citadas na Terra Indígena Caiçara, sob pena de aplicação de multa de R$ 10 mil. Ainda pede-se que a decisão aconteça em caráter liminar, dada a possibilidade de reincidência pelas pessoas citadas na ação. Será definida data pra realização de audiência de conciliação entre o MPF e as quatro pessoas citadas.

Os processos estão disponíveis para consulta sob os números 0803362-67.2018.4.05.8504 e 0803307-19.2018.4.05.8504.

Uma das principais atrações dos festejos juninos são as comidas típicas. A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), alerta sobre os cuidados com o valor calórico dos pratos típicos, já que a maioria tem como principais ingredientes o milho, o açúcar, o leite e o coco.

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SMS / Divulgação

“O ideal, para evitar cair nas tentações, é fazer um lanche saudável antes de sair de casa, assim, a pessoa evita querer provar de tudo e exagerar na dose. A pessoa também pode escolher aquele alimento típico que tenha muita vontade de comer. O milho, além de nutritivo é energético e rico em fibras e carboidratos”, explicou a técnica de alimentação e nutrição da Área de Promoção e Ações Intersetoriais da SMS, Vanessa Barreto.

Segundo a nutricionista, a moderação é o caminho mais seguro quando se trata de comidas típicas, principalmente para aqueles que têm algum problema de saúde como colesterol e glicemia altos. “Os alimentos juninos são muito calóricos. Cuidado especial para os diabéticos e hipertensos porque a maioria dos alimentos que compõem as preparações dos pratos juninos tem açúcar. Substituir o leite integral pelo desnatado é uma boa pedida, o açúcar pode ser substituído por adoçantes, além de utilizar o leite de coco”, esclareceu.

Outro cuidado que deve ser adotado nesse período junino é sobre os aspectos de higiene, conservação e qualidade dos alimentos. “A preparação requer muito cuidado, principalmente com alimentos industrializados, que devem estar dentro do prazo de validade. Os pratos típicos devem ser preparados no dia da festa já que contêm coco e pode correr o risco de estragar, além de causar infecções intestinais”, disse.

Durante uma fiscalização de rotina, na manhã dessa terça-feira, 18, no bairro Coroa do Meio, agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Aracaju apreenderam uma motocicleta com mais de R$ 26 mil em multas. A moto foi levada para o pátio de veículos guinchados da SMTT.

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SMTT / Divulgação

Ao todo, o proprietário tem 120 infrações pendentes: 55 por avanço de sinal, 63 por ultrapassagem da velocidade máxima permitida e duas por transitar com o veículo em cima de calçada. O licenciamento também está atrasado há quatro anos. Para ter o veículo de volta, será necessário regularizar toda a situação, além do pagamento de taxa do guincho e das diárias do pátio. 
“Chama a nossa atenção a quantia devida pelo proprietário, que já é superior ao valor de mercado da motocicleta. É raro encontrarmos um veículo com uma lista de infrações tão extensa”, ressaltou o diretor de Trânsito da SMTT, Thiago Alcântara. 

Alcântara destacou, ainda, que a quantidade de infrações comprova o constante descumprimento do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e que tamanha reincidência é um risco à própria vida do condutor e a de terceiros. “Percebemos que ele chegava a avançar o sinal vermelho com uma velocidade de 110km/hora. Esse tipo de infração é extremamente perigosa”, frisou. 

Sobre as infrações

Avançar o sinal vermelho é considerada uma infração gravíssima com pagamento de multa de R$ 293,47 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O mesmo vale para o ato de transitar com veículo em cima de calçada. 

Já a infração por excesso de velocidade é dividida em três categorias: média nos casos em que a ultrapassagem é de até 20% acima da velocidade permitida; grave quando a velocidade é de 20% a 50% acima da permitida; e gravíssima quando é 50% superior. As penalidades são, respectivamente: multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH; multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH; e multa de R$ 293,47 e sete pontos na CNH.

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Jadilson Simões / Alese

O ex-deputado estadual Paulinho da Varzinhas, com problemas de saúde, foi condenado pelo desembargador Roberto Porto a se apresentar até esta quarta-feira às 17h.

Acompanhado de seu advogado, o ex-deputado se apresentou na manhã desta terça-feira à Central de Monitoramento Eletrônico de Presos (CEMEP), no bairro América, para a instalação da tornozeleira eletrônica.

Ele ficará em casa, em Aracaju, monitorado eletronicamente, podendo comparecer apenas em juízo ou a postos de saúde ou hospital.