festival mandioca 2019
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O Ministério Público do Estado de Sergipe pediu à Prefeitura de Lagarto, por meio de Recomendação, a suspensão, em sua totalidade, os eventos festivos em que onere o erário, tais como a realização do VII Festival da Mandioca.

O Ministério Público levou em consideração a despesa milionária para a realização do VII Festival da Mandioca, com a contratação de atrações nacionais e regionais, conforme dados do Portal da Transparência, além disso, se preocupa com a necessária priorização dos gastos públicos, especialmente com a efetivação de políticas. públicas que assegurem os direitos das crianças, adolescentes e jovens, situação que não vem acontecendo.

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Audiência pública para ouvir o ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública – Geraldo Magela / Agência Senado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, continua sendo sabatinado na Comissão de Constituição sobre supostos diálogos mantidos com o procurador Deltan Dallagnol, revelados pelo site Intercept Brasil.

Ao ouvir o senador Rogério Carvalho (PT) perguntar se havia combinado pena imposta ao ex-presidente Lula com desembargadores do TRF-4, o ex-juiz da Lava-jato respondeu:

“O senhor está fazendo acusações graves ao Tribunal Regional Federal da Quarta Região. Sugeriu também condutas indevidas por parte de membros dos tribunais superiores.”

“O senhor está de novo fantasiando. Talvez o senhor tenha lido esses blogs fantasiosos, como esse que está fazendo essas ilações, e está tirando conclusões precipitadas. O senhor está absolutamente equivocado.”

Sérgio Moro

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Comarca de Laranjeiras condenou, a 39 anos de prisão, Wellington Santos Vieira, conhecido como “Wellington Satanás”, pelos crimes de homicídio qualificado seguido de roubo, praticados contra o policial militar Adilson Bispo Nunes, no município de Areia Branca, em dezembro de 2017. O procurador-geral de Justiça Eduardo Barreto d’Avila Fontes designou três promotores de Justiça para atuar no caso durante a sessão do Tribunal do Júri, ocorrida na última sexta-feira, 14.

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SSP / Arquivo

“A vítima estava lavando o veículo em frente a residência, com a ajuda de um amigo. Nesse momento foram abordados pelo acusado e outros indivíduos, em uma caminhonete, que se passaram por policiais. Após abordarem a vítima, efetuaram disparos de arma de fogo, causando lesões que o levaram ao óbito. Adilson teria sido morto por conta de sua condição de policial militar e detentor de uma arma, que estava, naquele momento, fora de seu alcance, impossibilitado de resistir ao crime”, explicou o MP na denúncia.

Os jurados acompanharam integralmente o entendimento exposto pelos três promotores de Justiça e condenaram “Wellington Satanás” como autor do homicídio que vitimou Adilson Bispo Nunes e do roubo que se seguiu.

“Quando um criminoso age contra um agente do Estado, a vítima não é só o indivíduo, mas também toda a sociedade, já que o Estado é formado pela união de interesses de todos os indivíduos. Por isso, a resposta tem que ser ainda mais rigorosa, diante da pluralidade de interesses agredidos. O rigor da resposta tem que ser suficiente não só para desestimular aquele que praticou o crime contra o agente do Estado, mas também todos os demais membros da sociedade”, frisou o Ministério Público durante o julgamento.

As festas de São João já tomaram conta do estado e dando continuidade às comemorações do Encontro Nordestino de Cultura, o Complexo Cultural Gonzagão recebe a partir desta quinta-feira (20), mais um concurso de quadrilhas juninas. O evento é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê e movimenta há anos a comunidade do conjunto Augusto Franco e adjacências. 

Ao todo, 36 quadrilhas de todo Sergipe se apresentarão no concurso.  Nesta primeira eliminatória se apresentam as quadrilhas: Encanto Matuto, Balança Mas No Cai, Serenata Festeira, Pisa na Brasa, Massacará, Balanço do Nordeste e Unidos do Arrastá Pé.

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Divulgação

“O concurso de quadrilhas do Gonzagão é um evento de grande valor histórico para a comunidade, que espera o ano todo por esse concurso. Esse ano a Funcap iniciou a restauração dos painéis representativos do folclore sergipano e também a revitalização da pintura externa do espaço. A casa está linda e pronta para receber a comunidade”, disse Rosangela Santana, diretora do Espaço Cultural Gonzagão.

As apresentações têm inicio às 19h, e os forrozeiros que forem prestigiar a tradicional festa no conjunto Augusto Franco contarão ainda com uma enorme opção de comidas e bebidas típicas que estarão presentes no evento, o que garante uma renda extra para os comerciantes do local. 

Confira a programação completa:

Eliminatória – CHAVE A – 20/06/2019

1ª Quadrilha Junina Encanto do Matuto

2ª Quadrilha Junina Balança Mas Não Cai

3ª Quadrilha Junina Serenata Festeira

4ª Quadrilha Junina Pisa na Brasa

5ª Quadrilha Junina Massacará

6ª Quadrilha Junina Balanço do Nordeste

7ª Quadrilha Junina Unidos do Arrasta Pé

Eliminatória – CHAVE B – 21/06/2019

1ª Quadrilha Junina Explosão Nordestina

2ª Quadrilha Junina Peneirou Xerém

3ª Quadrilha Junina Todos em Asa Branca

4ª Quadrilha Junina Buscapé

5ª Quadrilha Junina Assum Preto

6ª Quadrilha Junina Meu Xodó 

7ª Quadrilha Junina Remelexo

8ª Quadrilha Junina Amor Caipira

Eliminatória – CHAVE C – 22/06/2019

1ª Quadrilha Junina Pioneiros da Roça

2ª Quadrilha Junina Festa na Roça

3ª Quadrilha Junina Acende a Fogueira

4ª Quadrilha Junina Xote Baião

5ª Quadrilha Junina Meu Chamego

6ª Quadrilha Junina Estrela do Divino

7ª Quadrilha Junina Arryba Saya

Eliminatória – CHAVE D – 25/06/2019

1ª Quadrilha Junina Meu Sertão

2ª Quadrilha Junina Apaga Fogueira

3ª Quadrilha Junina Rosa dos Ventos

4ª Quadrilha Junina Carcará

5ª Quadrilha Junina São Bento

6ª Quadrilha Junina Rala Rala

7ª Quadrilha Junina Xodó da Vila

Eliminatória – CHAVE D – 26/06/2019

1ª Quadrilha Junina Cangaceiros da Boa 

2ª Quadrilha Junina Asa Branca de Simão Dias

3ª Quadrilha Junina Século XX

4ª Quadrilha Junina Rosa Dourada

5ª Quadrilha Junina Babadeira

6ª Quadrilha Junina Flor do Sertão

7ª Quadrilha Junina Unidos em Asa Branca

greve cut b

O PSOL, vem por meio desta nota pública, repudiar a ação violenta da polícia militar de Sergipe contra a manifestação organizada na última sexta, 14 de junho, em frente a garagem da Progresso.

Logo no início da manifestação, sem qualquer diálogo, a polícia militar partiu para ofensas e agressão física contra os manifestantes, inclusive efetuando diversos disparos e ameaçando com bombas. Mesmo assim, a manifestação prosseguiu pacífica até a chegada na garagem da Progresso. Entretanto, a polícia militar aumentou seu efetivo e novamente ameaçou atirar em todos os manifestantes caso a manifestação continuasse.

Diante do grau de violência por parte da polícia militar e pela preservação da integridade física das pessoas, a manifestação decidiu se retirar da garagem da Progresso por volta das 5h. Diferente das outras garagens de ônibus, onde o diálogo prevaleceu entre todas as partes, na garagem da progresso a polícia militar montou uma verdadeira operação de guerra contra a manifestação.

Pela tarde, novamente a polícia militar atuou com toda truculência. Os policiais do GETAM, por diversas vezes, colocaram suas motos para cima das pessoas que caminhavam e utilizaram spray de pimenta contra os manifestantes, mesmo com a presença de muitos idosos e crianças.

Repudiamos essa violência e responsabilizamos o comando da Polícia Militar e o governador Belivaldo Chagas por essa covardia institucional. Exigimos uma audiência pública com o governo do estado e a polícia militar para tratar do livre direito de expressão e manifestação. Continuaremos firmes na luta contra a reforma da previdência e pelos nossos direitos.

Gestores públicos aparecem, gestores públicos passam, maior parte da ilustre classe política sergipana não sabe viver de outra coisa, mas ninguém fala em zerar exames, consultas e cirurgias, nem em programas de geração de emprego.

Em Sergipe, o desemprego é tão grande que somente em uma respeitada universidade privada, este ano, 2 mil estudantes foram para a escola pública.

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Ascom / Seduc

Bom seria se se tratasse de escola pública de qualidade.

Em apenas uma universidade, dois mil acadêmicos tiveram seus sonhos prejudicados, interrompidos suspensos.

Em qualquer lugar onde se vá, menos onde estão os que não sabem viver de outra coisa que não seja a política ou através dela, há sempre gente desempregada.

A própria qualificação profissional, antes tão importante para a manutenção do emprego, hoje fecha as portas para quem ousou em se preparar melhor.

Com raras exceções, não é exagero dizer que Sergipe precisa de gente responsável no comando da administração pública.

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Airton Martins – Alese / Arquivo

O prefeito da Barra dos Coqueiros, Airton Martins (MDB), disse ontem, em entrevista ao Cidade Alerta Sergipe, na TV Atalaia, que, se forem confirmadas as informações de que a Petrobras fez a maior descoberta desde o Pré-Sal, de seis campos, de onde espera extrair 20 milhões de m³ por dia de gás natural, “em cinco ou seis anos, o município será o mais rico de Sergipe”.

Sobre a sua sucessão, NE Notícias apurou que Airton prepara a candidatura de Adailtinho Martins (PSD), filho do deputado estadual Adailton Martins (PSD), seu irmão, a prefeito do município.

NE Notícias apurou que a decisão só será anunciada em 2020.

Na Barra, quem já está em pré-campanha é o vice-prefeito, Alysson Souza (PSD), que espera comandar o MDB, hoje nas mãos de Airton.

O NE Notícias entrou em contato com o prefeito da Barra dos Coqueiros, Airton Martins, que garantiu que o seu sobrinho não será candidato do grupo. De acordo com o prefeito, o candidato do grupo já foi definido e será um vereador que ainda não teve o nome divulgado.

Por conta de dois feriados, de Corpus Christi na quinta-feira, 20, e as festividades que celebram São João, 24, para suprir a demanda de passageiros que durante esse período se deslocam em maior número para as cidades do interior, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), via Diretoria de Transportes (Ditransp), disponibiliza toda a frota reserva do transporte intermunicipal a partir de hoje, dia 19.

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ASN / Divulgação

“Todas as operadoras da rede primária (Aracaju/74 municípios) e secundária (cidades polos/municípios vizinhos) disponibilizarão seus veículos extras a partir das 14h da quarta-feira (19), até a manhã da segunda-feira (24). Durante os próximos seis dias, a frota que atualmente dispõe de 660 veículos, terá 700 à disposição dos usuários do transporte”, revela o diretor estadual de transportes da Sedurbs, Everton Menezes.

As medidas adotadas têm como objetivo facilitar o deslocamento dos passageiros, segundo o diretor. “Por se tratar de um grande feriado de festividades intensas no interior do estado, o número de usuários que se deslocam para os municípios do Território da Grande Aracaju, bem como para as cidades: Estância, Itabaiana, Lagarto, Cristinápolis, Capela, aumentam consideravelmente. Dessa forma, compete ao Executivo Estadual proporcionar comodidade e segurança aos sergipanos que aproveitarão os próximos dias de folga para curtir os festejos e visitar familiares, amigos ou até mesmo que viajam em busca de descanso”, explica.

Aos passageiros que não quiserem enfrentar filas, os bilhetes de viagem já podem ser adquiridos antecipadamente nos terminais rodoviários Luiz Garcia (Rodoviária Velha) e José Rollemberg Leite (Rodoviária Nova), principais pontos de partida dos veículos com destino ao interior sergipano.

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Camila Domingues / Fotos Públicas

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, assinou nesta terça-feira (18) uma portaria que ampliou para 78 setores da economia a autorização permanente para que funcionários trabalhem aos domingos e nos feriados. Por meio da rede social Twitter, ele comunicou a medida, que abrange, entre outros setores, o comércio, a indústria, os transportes em geral, a educação e a cultura.

Atualmente, 72 setores da economia têm autorização para que os funcionários trabalhem aos domingos e feriados. A nova portaria incluirá seis setores: indústria de extração de óleos vegetais e de biodiesel; indústria do vinho e de derivados de uva, indústria aeroespacial, comércio em geral, estabelecimentos destinados ao turismo em geral e serviços de manutenção aeroespacial.

De acordo com o secretário, os empregados que trabalharem aos domingos e feriados terão folgas em outros dias da semana. Marinho disse que a nova norma preserva os direitos trabalhistas e que a autorização permanente facilitará a criação de empregos.

Um trecho do chat privado entre Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol revela que o ex-juiz discordou de investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Lava Jato porque, nas palavras dele, não queria “melindrar alguém cujo apoio é importante”. O diálogo ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem a respeito de suspeitas contra o tucano. 

Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em um chat privado no Telegram para falar sobre o assunto. O juiz dos processos da Lava Jato em Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias”. O procurador respondeu acreditar que a força-tarefa – por meio de seu braço em Brasília – propositalmente não considerou a prescrição do caso de FHC e o enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo, segundo ele, “talvez para [o MPF] passar recado de imparcialidade”.

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Valter Campanato / Agência Brasil

À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques, sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser seletiva e de poupar políticos do PSDB. As discussões haviam sido inflamadas meses antes, quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de corrupção contra ambos.

Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?

Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?

Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco

Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?

Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição

Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade

Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante

FHC foi citado na Lava Jato pelo menos nove vezes (1234 e 5678 e 9). Caso fossem investigados e comprovados, nem todos os possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente estariam prescritos.

Naquele dia, antes de responder a Moro, Dallagnol encaminhou a dúvida do juiz para um chat em grupo chamado Conexão BSB-CWB, no qual estavam procuradores das duas cidades. Foi de Brasília, onde o caso tramitava, que ele recebeu a resposta de que a documentação foi encaminhada a São Paulo sem a análise sobre a prescrição.

Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de 96? Não tá prescrito? Teve inquérito?

Sérgio Bruno Cabral Fernandes – 11:51:25 – Mandado pra SP

Sérgio Bruno Cabral Fernandes –11:51:44 – Não analisamos prescrição

Dallagnol – 13:26:11 –  👍👍😉

A acusação que Dallagnol classificou como “recado de imparcialidade” já era de conhecimento interno do Ministério Público desde o final de 2016, graças à delação de Emílio Odebrecht, que afirmou que deu “ajuda de campanha” a FHC para as eleições vitoriosas de 1994 e 1998. “Ajuda de campanha eu sempre dei a todos eles. E a ele também dei. E com certeza teve a ajuda de caixa oficial e não oficial”, afirmou o empresário, falando sobre caixa dois. “[E]u dava e dizia que era para atender mesmo. Então vai fulano de tal lhe procurar, como eu dizia também para Marcelo, e eles então operacionalizavam. Ele me pediu. Todos eles.” O valor dos pagamentos não foi divulgado.

O depoimento permaneceu em segredo de justiça até abril de 2017, quando foi enviado para ser investigado pela Procuradoria da República de São Paulo e virou notícia. Mas já nasceu morto: os fatos estavam prescritos, e a investigação não poderia terminar em uma denúncia formal. Foi arquivada pela Justiça três meses depois. 

Essas revelações sugerem mais uma vez a parcialidade na Lava Jato, que tanto Moro quanto a força-tarefa negam veementemente. Na nota oficial divulgada pela força-tarefa em resposta à primeira série de reportagens do Intercept no último domingo, por exemplo, eles insistiram que seu trabalho sempre foi movido pela “imparcialidade da atuação da Justiça”. Em entrevista ao Estadão na semana passada, o ministro Moro disse que não via “[n]enhum viés político nas mensagens que me foram atribuídas.”

Mas, aqui, Moro estava explicitamente preocupado com investigações da Lava Jato contra um apoiador político de seu trabalho. E Dallagnol admitiu acreditar que outros procuradores da força-tarefa passaram adiante uma investigação que sabidamente não resultaria em processo, a fim de fabricar uma falsa percepção pública de “imparcialidade”, sem, no entanto, colocar FHC em risco.

As conversas agora reveladas fazem parte de um lote de arquivos secretosenviados ao Intercept por uma fonte anônima (leia nosso editorial e entenda). Os arquivos publicados até agora mostram, entre outras coisas, que a Lava Jato sempre teve muita preocupação com sua imagem pública, e seguia conselhos informais do então juiz Moro, o que é ilegal.

‘PORRA BOMBA ISSO’

Para os procuradores, era importante incluir o PSDB no rol de investigados para acalmar o ânimo dos críticos. Eles já falavam sobre isso muito antes de Moro alertar Dallagnol sobre evitar “melindrar” FHC.

Em uma conversa no dia 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon mandou uma sugestão em um grupo do Telegram chamado FT MPF Curitiba 2: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário”, justificou Pozzobon. “A da LILS vocês já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC”, disse ao grupo. Nesse caso – diferentemente daquele que virou notícia na imprensa sobre caixa 2 nos anos 1990 –, os pagamentos ao iFHC aos quais Pozzobon se referia não estariam prescritos, caso fossem propina.

Depois de comentar sobre o instituto de FHC, Pozzobon postou duas imagens no grupo.

A primeira é uma troca de e-mails de 2014 entre a secretária de FHC e dois interlocutores: um representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina, a Apla, identificado como Manuel Diaz, e um empresário do ramo cultural, Pedro Longhi. A secretária fala para verificarem com a Braskem – empresa do ramo petroquímico controlada pela Odebrecht – qual a “melhor maneira para [a empresa] fazer a doação [para o iFHC]”.

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A secretária dá duas opções para o que ela chama de “doação”. Uma delas seria fazer uma doação direta, ou seja, depositar dinheiro na conta bancária do instituto. A outra seria a contratação de um serviço não especificado. “Não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente”, afirmou. Manuel respondeu que poderia fazer doação direta. Poucos dias depois, Helena Gasparian, então assessora de FHC, enviou outro e-mail à Braskem dizendo que o ex-presidente não iria comparecer ao evento.

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A segunda imagem encaminhada por Pozzobon era de um laudo da Polícia Federal daquele mesmo ano, que mostrava que a Odebrecht havia feito pagamentos mensais que somaram R$ 975 mil ao iFHC entre dezembro de 2011 e de 2012.

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Os policiais federais que fizeram o relatório explicaram que não foram atrás desses pagamentos ao iFHC porque os dados da Braskem não foram colocados à disposição deles. Mas ressaltaram: “É possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados” por causa das limitações dos dados ou caso tenham sido feitos por “meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso”.

Após enviar as imagens, Pozzobon sugeriu ao grupo aprofundar a investigação sobre as doações. Ao contrário da investigação referente aos recursos recebidos nos anos 90, esses fatos, se investigados, não estariam prescritos e poderiam apontar caixa 2 em campanhas do PSDB. 

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