A terceira rodada do Sergipão Estadium.Bet, teve início na noite desta terça-feira (21), na arena Batistão, na capital sergipana com a partida entre Confiança x Lagarto. O torcedor aproveitou o bom momento do Confiança na temporada e compareceu para incentivar os atletas azulinos.

Foram mais de três mil torcedores no Batistão. Com a bola rolando o Confiança fez valer o mando de campo e pressionou bastante a defesa alviverde. Mesmo com mais domínio e posse de bola, o Confiança não conseguiu abrir o placar. O primeiro tempo ficou no 0x0.

Na segunda etapa, a equipe do Lagarto conseguiu igualar as ações do jogo e assustou em algumas jogadas. Tanto que em alguns momentos o alviverde assustou a defesa azulina. O Confiança também levou perigo, mas o placar ficou mesmo no empate em 0x0.

lagarto confianca 210120
FSF Sergipe

A terceira rodada terá sequência nesta quarta-feira (22) e será finalizada no domingo (26). Acompanhe os detalhes dos confortos:

Quarta-feira (22)

15h30 – Dorense x FreiPaulistano, estádio Ariston Azevedo, em Nossa Senhora das Dores:

Árbitro Central: Eloane Gonçalves Santos – ASP/CBF
Assistente 1: Daniel Vidal Pimentel – CBF
Assistente 2: José Crispim dos Santos Neto – Master/CBF
Quarto Árbitro: Amilton Ferreira Alves – Master/FSF
Analista: Mário Bancilon

Sábado (25)

16h – Boca Júnior x Itabaiana, estádio Fernando França, em Carmópolis:

Árbitro Central: Marcel Phillipe Santos Martins – CBF
Assistente 1: Eric Nunes Costa – CBF
Assistente 2: Fábio Oliveira Melo – Master/CBF
Quarto Árbitro: Túlio Marcos Farias de Jesus – FSF
Analista: Raniel de Jesus

Domingo (26)

15h30 – América de Pedrinhas x Sergipe, estádio Roberto Silva, em Pedrinhas:

Árbitro Central: Eduardo de Santana Nunes – CBF
Assistente 1: Ailton Farias da Silva – CBF
Assistente 2: Emerson Fontes Santos – Master/FSF
Quarto Árbitro: Arthur Fernandes Azevedo – FSF
Analista: Edmo Oliveira

Uma denúncia que afronta garantias constitucionais, a liberdade de imprensa e a democracia. Assim pode ser resumida a impressão causada pela peça acusatória do procurador da República Wellington Divino de Oliveira contra o jornalista Gleen Greenwald. 

A denúncia se baseia em uma conversa que teria acontecido após a imprensa divulgar a invasão no celular do atual ministro da Justiça, Sergio Moro.  No diálogo, Luiz Molição — considerado porta-voz do grupo com jornalista — teria pedido orientação sobre o que fazer. Glenn teria indicado que as mensagens já repassadas a ele deveriam ser apagadas, para que o jornalista não fosse ligado à obtenção do material.

Para o MPF, essa conversa caracteriza “clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos”.

glenn grenwald
Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Para especialistas ouvidos pela ConJur, no entanto, as lacunas jurídicas da denúncia são claras. Para começar, o procurador (aliás, o mesmo que denunciou o presidente da OAB por críticas a Moro) passou por cima de uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que proibia “atos que visem à responsabilização do jornalista Glenn Greenwald pela recepção, obtenção ou transmissão de informações publicadas em veículos de mídia”.

Além disso, os advogados também lembraram que Glenn não é sequer investigado na operação, e destacaram que a forma como a conversa foi usada para justificar a denúncia é um erro grave de interpretação que “beira o abuso de autoridade”. 

Para o jurista e colunista da ConJur, Lenio Streck, a denúncia tem elementos que caracterizam a prática de lawfare — uso do Direito como instrumento de perseguição política. “Uma denúncia que, segundo consta, está baseada em uma gravação – que não diz nada de concreto contra Glenn — e o denunciado nem estava no polo passivo da investigação — inquérito, parece a prática de lawfare. Aliás, se Glenn não era investigado, como aproveitar gravação contra ele? Mistério!”, comenta.

Entendimento parecido com o advogado Alberto Zacharias Toron. O criminalista acredita que o Ministério Público Federal não apenas se excedeu, mas fantasiou. “O fato de o Glenn ter tentado preservar a fonte pedindo para apagar uma determinada mensagem não serve para colocá-lo no polo passivo de uma ação penal”, diz.

Toron ainda lembra que a liminar do ministro Gilmar Mendes proibindo a responsabilização do jornalista. “Isso que eles encontraram, e que legitimaria a denúncia, beira o abuso de autoridade no poder de denunciar”, argumenta.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que teve a liminar desrespeitada, classificou a denúncia como “um ato que visa à responsabilização do fundador do site The Intercept Brasil”.

O ministro Marco Aurélio Mello, disse, também à Folha, que a denúncia contra Glenn é perigosa. “Toda iniciativa que fustigue jornalista, que fustigue veículo de comunicação tem que ser pensada muito antes de implementada. É o caso da denúncia, julgamento. Tem que sopesar, analisar valores e decidir qual é o valor que deve prevalecer”, diz.

Criminalização do jornalismo

O advogado criminalista, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que atitudes como a do procurador Wellington Divino de Oliveira tiram a credibilidade do MP e têm a clara intenção de restringir a liberdade de imprensa. “Neste caso, a inacreditável tentativa de responsabilização criminal parece ser pautada por motivação política ou ter sido feita como represália à atividade profissional desempenhada por esse importante jornalista no caso conhecido como Vaza Jato, haja vista que a denúncia não apresenta os mínimos requisitos técnicos para sua admissão”, defende. “Mais uma vez, o que se espera do Poder Judiciário é uma postura técnica e absolutamente imparcial ao analisar a denúncia. Assim como um juiz não pode ser parcial e instrumentalizar o Poder Judiciário também o Ministério Público tem que ter a Constituição como norte.”

antonio carlos kakay
Kakay acredita que denúncias como essa minam a credibilidade do MP – YouTube / Reprodução

Para o advogado Thiago Turbay, a situação revela os traços antidemocráticos que marcaram o país durante a “lava jato”. “Apela-se para confabulações simbólicas, com a nítida tentativa de demonizar o jornalismo livre e amenizar a conduta ilegal revelada pelo The Intercept. A narrativa do Ministério Público se aparta dos fatos para fomentar simulações e alucinações. A conduta do jornalista, tampouco, configura os crimes capitulados. É uma barbeiragem jurídica propositada e que configura abuso do poder de punir, devido à clara ausência de justa causa para oferecimento de denúncia”, argumenta.

O criminalista Conrado Gontijo também classifica a denúncia conta Glenn como um verdadeiro absurdo jurídico. “A narrativa acusatória deturpa o teor das conversas mantidas entre o jornalista e as suas fontes, para inseri-lo no contexto das práticas delitivas. A interpretação dada aos diálogos, na minha compreensão, é totalmente descabida é incompatível com as mensagens referidas na denúncia. Essa denúncia pode representar, inclusive, violação à decisão do Supremo, que havia assegurado a Gleen Greenwald o direito de exercer de forma livre a atividade jornalística”.

Abuso de autoridade

Gontijo descarta, no entanto, a possibilidade de enquadrar o procurador na lei de abuso de autoridade, considerados apenas os elementos existentes até agora. “A denúncia é descabida, viola direitos fundamentais e, por isso, entendo que deva ser rejeitada. Mas não vejo a possibilidade de sancionamento criminal do procurador, consideradas as informações existentes no momento, com base no artigo 30 da Lei de Abuso de Autoridade, segundo o qual é crime “dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente”, explica

David Metzker, por sua vez, acredita que a denúncia pode, sim, ser enquadrada como abuso. “Me estranha o fato de denunciá-lo mesmo afirmando que não pôde investigar em razão da liminar. Se não houve investigação, não há fundamentos para imputá-lo crimes. Se houve investigação, há uma clara afronta a decisão liminar do STF, exarada pelo Ministro Gilmar Mendes”, diz.

Fernando Castelo Branco, criminalista e professor da pós-graduação da EDB, acredita que poderia haver um abuso de autoridade se ficasse demonstrado que o Ministério Público incluiu o nome do jornalista com o intuito específico e determinado, por exemplo, de coibir e constranger a imprensa.”O que me chama mais a atenção é de classificar essa conduta de flagrante coautoria , numa pretensa organização criminosa. Isso tem sido recorrente por parte do MP, tentando, ao meu ver, trazer um destaque para algo que está muito distante , pela classificação doutrinária e jurisprudencial, do conceito de organização criminosa”, comenta.

Entidades de classe

Quem também condenou o episodio foi a Ordem dos advogados do Brasil. Em nota, a OAB afirma que acompanha o caso com grande preocupação. “A denúncia descreve fato que não pode ser considerado crime. A participação em qualquer delito exige instigação ou colaboração efetiva para sua prática, e nenhuma das mensagens do jornalista incluídas no expediente do MPF indica qualquer desses comportamentos. A denúncia, portanto, criminaliza a mera divulgação de informações, o que significa claro risco para a liberdade de imprensa”, diz trecho da nota.

“Um atentado à Constituição Brasileira, um desrespeito ao STF e a Polícia Federal, bem como uma tentativa grotesca de manipulação, para tentar condenar um jornalista”.

Associação Brasileira de Imprensa

Grupo Prerrogativas também se pronunciou, repudiando com veemência a denúncia do MPF. “A denúncia ataca violentamente a liberdade de imprensa, na medida em que busca a responsabilidade criminal de um jornalista em razão de sua atividade profissional. Deturpa o conteúdo da prova arrecadada no curso das investigações e promove ilações completamente fantasiosas. Os esforços para caracterizar Glenn Grenwald como auxiliar ou mentor dos (supostos) hackers esbarram em qualquer critério de boa-fé. Não há leitura possível dos diálogos que comporte esse tipo de interpretação”.

“É ainda muito preocupante que o Ministério Público Federal se insurja contra a autoridade da medida cautelar concedida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 601, do Supremo Tribunal Federal, que protegeu o exercício da liberdade de imprensa e, pelo menos até o dia de hoje, garantiu que Glenn Grenwald não fosse criminalizado em razão do exercício de atividades jornalísticas. Esta acusação é uma escalada perigosa na ascensão do autoritarismo, além de consagrar o uso político do processo penal e a fragilidade da nossa democracia”, afirmaram, em nota.

Quem também se manifestou foi a Associação Brasileira de Imprensa. Em nota, a entidade disse que o episódio representa “um atentado à Constituição Brasileira, um desrespeito ao STF e a Polícia Federal, bem como uma tentativa grotesca de manipulação, para tentar condenar um jornalista”.

O texto, assinado pelo presidente da entidade, Paulo Jeronimo de Souza, conclama a Justiça Federal a rejeitar a denúncia da mesma forma que, negou outra recentemente feita contra o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz — “Por coincidência feita pelo mesmo procurador da República”.

valadares filho 1
Will Shutter / Câmara dos Deputados

O presidente estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Sergipe, ex-deputado federal Valadares Filho, concedeu entrevista na Rádio Jornal FM nesta terça-feira (21) e, quando questionado pelo radialista Jailton Santana, sobre os três anos de gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, fez duras críticas à gestão.

Para o ex-parlamentar, Edvaldo faz a administração da mentira e do atraso em Aracaju. “Existe um marketing eleitoral preparado por eles para enganar novamente a população, mas nós vamos mostrar todas as suas contradições durante este ano. Até a campanha eleitoral vamos debater todos os pontos da cidade detalhadamente, os problemas corriqueiros e tudo aquilo que pensamos para as soluções”, explicou Valadares.

Perguntado por um ouvinte se será candidato a prefeito de Aracaju em 2020, Valadares Filho respondeu que é uma prioridade de seu partido e que tem trabalhado pra isso. “Me preparei para entrar na vida pública desde a adolescência e sei que ela é uma luta permanente. Nas últimas eleições que participei (2016 e 2018) o eleitorado de Aracaju me deu quase 48% dos votos válidos. Isso me enche de responsabilidade, jamais lavarei as mãos para a cidade”. Ele reforça que “nossa candidatura não será imposição, será construída, iremos fazer com muito diálogo com a sociedade e possíveis aliados”.

Valadares Filho explicou ainda que, na condição de presidente estadual do PSB, tem trabalhado no interior para fortalecer o partido. “Estamos filiando novas lideranças e organizando pré-candidaturas em municípios estratégicos. O PSB tem reformulado seus quadros e restabelecido vários diretórios em Sergipe”.

donald trump
Dominique A. Pineiro / Wikimedia Commons

Um parlamentar iraniano ofereceu recompensa de US$ 3 milhões para quem matar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Disse que o Irã poderia evitar ameaças se tivesse armas nucleares.

Os EUA consideraram “ridícula” e disseram que isso mostra os “fundamentos terroristas” iranianos.

mitidieri sukita
Reprodução / Facebook

Sukita, ex-prefeito de Capela, é amigo do deputado federal Fábio Mitidieri, mas não vai para o PSD.

Via WhatsApp, Mitidieri passou a seguinte mensagem pra o jornalista Gilmar Carvalho:

Amigo, Sukita é meu amigo e aliado, mas não irá para o PSD.

O diretório de Capela está sob o comando do ex vereador Ninho da Renovel, um grande amigo e aliado meu e do deputado Jeferson Andrade. mas que tem divergências com Sukita.

Estarei no palanque do amigo Sukita, mas não será pelo PSD.

Fábio Mitidieri
vinicius porto
César de Oliveira / CMA

Não deu certo o plano do líder do prefeito Edvaldo Nogueira na Câmara, Vinicius Porto, de tentar levar o DEM para o palanque da reeleição.

O DEM trabalha para ter candidatura própria.

Para não deixar dúvida, o vereador disse hoje, na FAN FM, que, com ou sem o DEM, ficará com o prefeito.

celso de mello
Rosinei Coutinho / STF

O ministro Celso de Mello está internado e vai passar por cirurgia.

O decano do Supremo Tribunal Federal tem um grave problema de desgaste ósseo no quadril.

Para os médicos, só uma cirurgia pode resolver o problema.

Na noite dessa segunda-feira, 20, após uma denúncia anônima, policiais do Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRp) aprenderam aproximadamente meia tonelada de maconha. A droga estava escondida no interior de um caminhão baú parado em um posto de gasolina, em Nossa Senhora do Socorro.

A placa do veículo era do estado de São Paulo. O motorista apresentou nervosismo com a chegada da polícia. “O condutor do veículo informou que a mercadoria era uma mudança que iria para o estado do Piauí, mas diante do nervosismo fizemos a abordagem e encontramos a droga no interior do caminhão”, explicou o tenente-coronel da RP, George Melo.

O motorista preso disse que não sabia que o material estava no caminhão e que foi oferecido uma quantia de R$ 1,5 mil para que ele fizesse o transporte da suposta mudança.

O suspeito disse que é ex-policial militar, o que ainda será apurado para verificar se a identidade é verdadeira. “Um inquérito policial será aberto no Departamento de Narcóticos (Denarc) para identificar a origem e o destino da droga apreendida”, finalizou o tenente-coronel.

De 16 e 26 de fevereiro, o Flamengo disputará a Supercopa do Brasil e a Recopa Sul-Americana.

Serão três partidas decisivas em dez dias.

16 de fevereiro, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, decidirá a Supercopa do Brasil contra o Atlético-PR. R$ 5 milhões para o vencedor, R$ 2 milhões para o perdedor.

Se houver empate no tempo normal, a decisão ocorrerá nos pênaltis.

Recopa – 19 de fevereiro, em Quinto, no Equador, contra o Independiente del Valle, pela Recopa. Decisão, dia 26, no Maracanã.

Antes dos três jogos, se estiver na final da Taça Guanabara, decidirá dia 12 ou 19 de fevereiro.

Procuradores da força tarefa da “lava jato” e jornalistas do site O Antagonista mantiveram relacionamento profissional “promíscuo”. A informação é do site The Intercept Brasil e foi publicada nesta segunda-feira (20/1), em mais uma das reportagens da série “Vaza Jato”, feita pelo veículo em parceria com Folha de S.PauloEl PaísBandnews FM, VejaBuzzFeed NewsAgência Pública e UOL.

Segundo a reportagem, procuradores da força tarefa “agiram politicamente”, usando como “porta-voz” o site O Antagonista, do qual fazem parte os jornalistas Diogo Mainardi, Mario Sabino e Claudio Dantas. As afirmações foram feitas com base em diálogos obtidos pela equipe do Intercept.

Para a publicação, as conversas tornadas públicas nesta segunda deixam claro que “a ‘lava jato’ e O Antagonista se veem como parceiros”.

deltan dallagnol
Fernando Frazão / Agência Brasil

Houve relacionamento promíscuo, segundo a reportagem, porque integrantes da força-tarefa solicitaram aos jornalistas a não publicação de algumas notícias, pedido que foi acatado.

A relação privilegiada entre ambos também se verificou porque os jornalistas consultaram os procuradores para saber que candidato a procurador-geral da República (PGR) eles estavam apoiando.

Além disso, jornalistas do site também sugeriram a procuradores, com base em boatos, que investigassem fatos que pudessem atingir o PT. Foram atendidos, ao menos inicialmente, afirma a reportagem.

Pedido de não publicação

No final de 2015, O Antagonista estava publicando notícias que colocavam empresas offshore no rol de suspeitos da “lava jato”. Tratava-se de um vazamento de inquéritos em andamento na Polícia Federal.

O escritório de advocacia Mossack Fonseca estaria por trás da abertura dessas empresas, no Panamá.

Segundo o The Intercept, horas depois da publicação de uma reportagem sobre as offshore, Dallagnol escreveu a Mainardi solicitando a suspensão das publicações.

O pedido do procurador foi que, “por um bem maior do resultado do caso e em benefício do interesse social da investigação”, as informações fossem “suspensas”.

Caso o pedido fosse atendido, Dallagnol prometia passar informações exclusivas ao jornalista. “Januário [o procurado Januário Paludo] lhe fornecerá, assim que possível, informações sobre esse assunto de modo prioritário se você puder segurar essas informações, como uma forma de agradecer sua contribuição com o caso”, escreveu Dallagnol.

Atendendo ao pedido, O Antagonista não publicou nada a respeito da Mossack Fonseca até 26 de janeiro de 2016, quando estourou a 22ª fase da “lava jato” — que mirava o escritório e o apartamento vizinho ao tríplex de Lula. Foi nessa data que a “censura” pedida por Dallagnol, e acatada pelo site, deixou de existir.

Eleição do PGR

Em 13/2/17, dias antes de a Associação Nacional dos Procuradores da República eleger os candidatos a comporem a lista tríplice para o cargo de PGR, Dallagnol escreveu a seu colega Carlos Fernando dos Santos Lima, decano da operação, a respeito de um “off imenso”.

A notícia sigilosa se referia a uma consulta feita a Dallagnol por Claudio Dantas, de O Antagonista. O jornalista queria saber quem a força-tarefa estava apoiando para o cargo de PGR.

“Claudio Dantas, do Antagonista, quer saber quem a FT [força tarefa] gostaria que fosse o próximo PGR, mesmo que sem apoio formal, público”, escreveu Dallagnol a Lima, segundo o The Intercept.

Contudo, pelas informações divulgadas na reportagem, não é possível afirmar se o site O Antagonista pretendia atuar como “porta-voz” da “lava jato” ou se Dantas estava apenas tentando apurar se os procuradores estavam em campanha por este ou aquele candidato.

PT na mira

Em outro caso, os diálogos sugerem que a “lava jato” acreditou num boato repassado por Claudio Dantas para pedir aos procuradores a quebra do sigilo fiscal de uma nora do ex-presidente Lula em 2016.

Tudo sem autorização judicial. Para isso, os procuradores acionaram informalmente um contato na Receita Federal. Nada foi encontrado contra ela, que jamais foi indiciada ou acusada de crimes.

ConJur já havia noticiado o episódio, divulgado originalmente pela Folha de S. Paulo.

Para o criminalista Wellington Arruda, a conduta, a princípio, poderia hoje ser configurada como crime, de acordo com a lei de abuso de autoridade (Lei 13.869/19). “O Procurador da República buscou, ao acatar o ‘pedido/dica’, agir no interesse pessoal e não no interesse público, o que, ao nosso ver, se enquadraria facilmente na nova lei de abuso de autoridade, exceto se tivesse recebido do jornalista material capaz de demonstrar alguma materialidade delitiva e indícios de que o investigado tivesse algum envolvimento”, afirma.

Vale lembrar, de todo modo, que, à época dos fatos, a lei ainda não estava vigente.

Além disso, em outro episódio, Mainardi chegou a dar conselhos à força-tarefa, recomendando uma linha de investigação. Em novembro de 2015, ele sugeriu a Dallagnol que buscasse pelo nome de “uma certa Marcia Ferreira”, que dizia ser um elo entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, à época já condenado pela “lava jato”, e gráficas sob suspeita de ligação com o partido.

Dallagnol, contudo, não atendeu à sugestão: “Não podemos infelizmente começar uma investigação do nada em um local diferente da gráfica, sem que algo da lava jato nos leve ao fato”.

Contextualização

A reportagem desta segunda do The Intercept Brasil é mais um capítulo dos atritos entre o veículo, a “lava jato” e o próprio ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.

Nesta segunda, o ministro foi entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura. O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, não foi convidado para compor a bancada de entrevistadores, o que não agradou ao veículo.

Foi após esse episódio que o site de Greenwald divulgou a reportagem na qual o site O Antagonista é citado, assim como os nomes dos profissionais envolvidos.

Em matérias anteriores, o The Intercept optou por não revelar a identidade de profissionais da imprensa envolvidos em diálogos da “vaza jato”.

Além disso, é preciso que os novos diálogos revelados sejam contextualizados e bem analisados, pois, no relacionamento entre fonte e jornalista, as apurações feitas pelos profissionais de imprensa podem ser realizadas de maneira pouco direta e clara.

Assim, o diálogo com a fonte, se retirado desse contexto, pode ser mal interpretado, risco corrido pelo The Intercept ao publicar a reportagem desta segunda.