Durante discurso proferido nesta sexta-feira (24/4), o ministro demissionário Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro pretendia interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a relatórios de inteligência e informações sigilosas. 

“O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele [na PF], que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da PF prestar esse tipo de informações”, disse Moro ao anunciar sua demissão. 

A sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública foi impulsionada pela exoneração de Maurício Valeixo, diretor da Polícia Federal, publicada no Diário Oficial da União nesta madrugada.

Especialistas ouvidos pela ConJur ficaram divididos sobre a possibilidade de Moro ter prevaricado ao não tomar medidas legais cabíveis contra Bolsonaro assim que soube das possíveis tentativas de interferência. 

Para o advogado constitucionalista Eduardo Mendonça, não há elementos suficientes para apontar que houve consentimento por parte do ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. 

“Segundo a narrativa do ministro, esses atos de interferência ainda não tinham se concretizado. Ele teria se recusado e o presidente vinha cedendo até aqui. Essa também é uma questão complexa. Não vejo prevaricação, pois Moro não relatou quais interferências teriam ocorrido, somente os pedidos que ele não atendeu por considerá-los impróprios”, afirma. 

Salo de Carvalho, professor de Direito Penal da UFRJ, tem uma opinião parecida. Ele considera que Moro não prevaricou, já que o ex-juiz deixou o cargo ao perceber a tentativa de manipular o comando da PF. 

“Não parece que houve prevaricação, pois, em princípio, não há elementos que indiquem que Moro retardou ou deixou de praticar ato de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Todavia, se houve fatos anteriores nesse sentido e Moro restou silente, haveria indícios de prevaricação. Mas apenas nesse caso”, afirma.

Lenio Streck, constitucionalista e colunista da ConJur, também pondera. “Se ele [Moro] atendeu aos pedidos de interferência, houve prevaricação. Mas se ele saiu justamente por causa das tentativas de interferência, não houve. E por isso Moro saiu atirando”, diz.

Marco Aurélio Marrafon, professor da Uerj e colunista da ConJur, diz que os indícios não mostram a existência de elemento doloso. Para ele, no entanto, “resta saber se Moro silenciou em fatos anteriores, o que é outra questão”. 

Manifestação derradeira
José Roberto Batochio, criminalista e ex-presidente do Conselho Federal da OAB, diz não ter entendido muito bem a manifestação derradeira do ministro demissionário. 

“Teria ele feito uma espécie de ‘delação premiada’? Revelou o que vinha ocorrendo no governo, com sua cooperação ou, pelo menos, com sua ciência, apenas porque foi, no ponto, contrariado? Se assim é, porque não tomou antes — contra o que aponta como irregular — as providências legais e políticas cabíveis?”, questiona. 

Entretanto, Batochio pondera que o fato de Bolsonaro querer ter acesso a informações sigilosas não serve como grandes indicativos sobre nada. “Ter informações não implica interferir nem mudar o curso da apuração da verdade. É apenas ter ciência do que se passa. Nas democracias consolidadas, o presidente ou governante não recebe acesso de tudo?”, diz. 

Eugênio Aragão, ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff, diz que “Moro saiu atirando em uma estratégia eleitoral”. Para ele, o ministro demissionário “foi cúmplice de todas as ilegalidades que atribuiu ao Bolsonaro e, tanto um quanto o outro, deve responder”. 

Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, afirma que Moro prevaricou. “Ele pode alegar, se foi recente, que saiu do cargo por isso. Mas se, há tempos, recebeu uma tentativa de obstrução e nada fez, em tese, cometeu o ilícito também”. 

Pensão
Outra declaração feita pelo ex-juiz nesta sexta-feira chamou a atenção. Durante o anúncio da demissão, Moro disse que fez um acordo para que sua família não ficasse desamparada caso ele morresse em exercício. 

“Tem uma única condição que eu coloquei [para assumir a pasta]. Não ia revelar, mas agora acho que não faz mais sentido manter o segredo. Isso pode ser confirmado tanto pelo presidente quanto pelo general Heleno. Eu disse que, como eu estava abandonando 22 anos de magistratura, contribuí 23 anos com a Previdência e, como perdia [esse tempo de contribuição] saindo da magistratura, […] pedi que, se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desamparada, sem uma pensão”, disse. 

O constitucionalista Eduardo Mendonça afirma que conceder pensão por morte em casos como esses não seria algo inédito, podendo servir “como forma de reconhecimento de grandes serviços prestados à coletividade e posterior situação de vulnerabilidade”. 

“Já foram concedidos benefícios similares a antigos jogadores de futebol, por exemplo. Não sei os detalhes dessa promessa de pensão. Como regra, deveria ser concedida por lei ou com base em lei, de modo que não sei como se imaginou sua implementação. Talvez não fosse uma promessa possível de efetivação, pelo menos não por ato individual do presidente. Mas não vejo nenhuma ilegalidade no que veio a público até o momento”, diz. 

Valdir Moysés Simão, ex-ministro do Planejamento, orçamento e Gestão, ex-ministro-chefe da CGU, e sócio do Warde Advogados, diz que a preocupação do ministro ao abandonar a magistratura é compreensível.

“Em tese, a família, os dependentes teriam direito a um benefício de pensão por morte do INSS. Mas, nesse caso, limitado ao teto, diferente do que é o salário com benefício no setor público, que seria correspondente a um valor muito próximo da remuneração integral”.

A constitucionalista Vera Chemim diz que “ao contribuir 23 anos para a Previdência, Moro teria inevitavelmente o direito de receber um valor ‘médio’ dos subsídios que recebeu naqueles anos de magistratura, até porque assumir uma função de confiança como ministro de Estado também acrescentaria ao valor de uma suposta pensão”.

Sergio Moro não é mais ministro da Justiça e Segurança Pública.

Sua exoneração foi publicada nesta sexta-feira, 24, no Diário Oficial da União.

Governadores ofereceram cargos ao ex-ministro, entre eles Wilson Witzel (PSC-RJ), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Carlos Moisés (PSL-SC).

Convite do governador do Rio de Janeiro:

Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o juiz federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime.

Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre.

A Caixa abrirá 799 agências neste sábado (25), das 8h às 12h, para atendimento de serviços essenciais à população. Poderão ser realizados saque de pagamentos do Instituo Nacional do Seguro Social (INSS) sem cartão; dos seguros desemprego e defeso sem cartão e senha; saque Bolsa Família e outros benefícios sociais sem cartão e senha; pagamento de abono salarial e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sem cartão e senha; saque de conta salário sem cartão e senha; e desbloqueio de cartão e senha de contas.

Segundo o banco, as unidades terão fluxo de clientes controlado e nas salas de autoatendimento será permitida a entrada de um ou dois clientes por máquina, de acordo com o espaço físico disponível. De acordo com a Caixa, tais medidas visam manter o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas. Além disso, está sendo efetuada sinalização para delimitação nos pisos externos das agências para manutenção do afastamento social.

O banco informou também que reforçou seu protocolo de higienização das unidades priorizando a limpeza das superfícies de contato humano, portas de entrada, maçanetas e vidros do entorno, teclados dos caixas eletrônicos, balcões de caixa e torneiras e aparelhos sanitários com periodicidade mínima de seis vezes ao dia.

Há seis anos, descoberta em um campeonato nacional de futsal universitário, a sergipana Lígia Montalvão foi contratada pelo Kindermann, de Caçador (Santa Catarina), onde foi vice-campeã brasileira (2014) e campeã da Copa do Brasil (2015) de futebol feminino. A volta aos gramados se deu no fim de 2019, após longo período jogando somente nas quadras. A disputa do Estadual de Sergipe pelo Estanciano chamou atenção do time campeão, Grêmio Santos Dumont, que a trouxe para ser capitã na disputa da segunda divisão do Brasileirão Feminino (Série A2) deste ano.

Só deu tempo para estrear contra o Esmac (Pará) em Belém, no último dia 14 de março. A pandemia do novo coronavírus (covid-19) paralisou o campeonato por tempo indeterminado. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou um repasse de R$ 19,12 milhões a clubes e federações como apoio para que pudessem “cumprir seus compromissos com jogadores e jogadoras” durante o período. Do total, R$ 1,8 milhão foi destinado aos times da Série A2 feminina, R$ 50 mil por equipe.

O problema de Lígia e das companheiras do elenco começa aí. “A CBF mandou a verba referente a duas folhas salariais. Quando o dinheiro chega, ele entra na conta do clube e quem tem é acesso é o presidente. Fizemos uma reunião entre nós, atletas, e decidimos dividir igualmente [25 jogadoras e cinco integrantes de comissão técnica], independente do salário de cada uma. Dias depois, o presidente disse que seria R$ 500 por atleta, isso se a gente quisesse”, garante a capitã à Agência Brasil.

“Depois, ele lançou uma outra proposta de pagar R$ 1 mil para cada, que daria R$ 30 mil do valor [repassado pela CBF]. Perguntei sobre os outros R$ 20 mil. Ele disse que seria para formar uma nova equipe. Mas esse dinheiro foi dado para arcar com os nossos compromissos. Queremos o valor correto”, diz Lígia, que revelou a história, primeiramente, em vídeo publicado pelo perfil Diário FFeminino no Instagram.

Os vencimentos do elenco vinham sendo mantidos por um empresário local, chamado Célio França. À Agência Brasil, ele afirma não querer “um centavo” do montante destinado ao Santos Dumont e defende as atletas. “Fizemos denúncia ao Comitê de Ética da CBF”, diz o empresário, que foi presidente do Confiança, clube sergipano atualmente na Série B.

O caso chegou, de fato, ao conhecimento da confederação. Segundo o supervisor de competições de futebol feminino da entidade, Romeu Castro, um membro da CBF falou com o presidente do Santos Dumont na última quinta (23). “Ele informou que fará um aporte às meninas. Parece-me que está havendo uma confusão entre o acordo que há entre o empresário com o clube e a forma que o clube queria fazer a gestão desse dinheiro. Aí é uma questão complicada. Talvez, um erro na formulação do acordo para esse time representar esse determinado clube acaba tendo uma influência negativa agora”, avalia Castro à Agência Brasil.

“Óbvio que o clube pode utilizar uma parte dos recursos para despesas também relacionadas à modalidade, como comissão técnica, custeio de passagens para as meninas voltarem, que era uma coisa não prevista na crise, mas o lado humano tem sua prioridade. Não podemos entrar em situações que são particulares entre clube e empresário. Essas relações têm que ser melhor definidas para que não haja esse tipo de problema”, diz Castro.

Enquanto isso, a indefinição preocupa as jogadoras, especialmente pela realidade de algumas delas. Segundo Célio, 15 atletas são de fora de Sergipe, sendo oito da Bahia, cinco de Alagoas, uma de Roraima e uma de Minas Gerais. “Muitas são de famílias muito, muito humildes, que chegaram a não ter o que comer. Eu e minha família chegamos a ajudar, porque muitos pais não estão podendo trabalhar por causa da pandemia”, afirma Lígia. “Mas, a situação está bem complicada. Se não está jogando, não entra dinheiro”, lamenta a capitã.

Agência Brasil tenta contato com o presidente do Santos Dumont, identificado como Jó, desde a última quarta (22). Embora tenha visualizado as mensagens no Whatsapp, ele não as respondeu até a publicação da matéria.

Monitoramento

O caso do Santos Dumont não é único. Atletas de outras equipes da Série A2 (que, na maioria, como a equipe sergipana, não têm vínculos profissionais) também procuraram a CBF, mesmo sem necessariamente registrar denúncia. Uma queixa formalizada foi a das jogadoras do Audax, da primeira divisão feminina, que, segundo Romeu Castro, já foi resolvida. Aos clubes da Série A1 a entidade destinou R$ 1,92 milhão, sendo R$ 120 mil por agremiação.

A história foi revelada pelo blog Dibradoras na última segunda (20). Nesse mesmo dia, equipe e jogadoras se acertaram para o pagamento da bolsa-auxílio (as meninas do Audax, a maior parte oriunda de projeto social, não têm vínculo profissional) referente aos 15 dias de março pós-paralisação, abril e maio. Superintendente de futebol do time paulista, Adelsio Reis diz à Agência Brasil que o aporte chegou no último dia 15. “Esperávamos um ofício com o direcionamento. A orientação veio por telefone, em contato com o dono do Audax”, informa.

“Nesse ponto, houve uma confusão interna deles, felizmente solucionada. A comunicação oficial da CBF foi dirigida a todos pelo site. Aparentemente não havia chegado ao conhecimento do Gustavo [Teixeira, filho do proprietário do clube], que, conversando comigo, prontamente resolveu a questão”, afirma Castro.

Aos clubes da Série A1 a CBF destinou R$ 1,92 milhão, sendo R$ 120 mil por agremiação.

bolsonaro caneta
Marcelo Camargo / Agência Brasil / Arquivo

O presidente Jair Bolsonaro acaba de confirmar o nome do diretor da Abin como novo diretor-geral da Polícia Federal.

Alexandre Ramagem comandou a segurança de sua campanha eleitoral depois que Bolsonaro, então candidato a presidente da República, foi vítima de uma facada. É delegado da Polícia Federal desde 2005.

Pode ser definido ainda hoje o nome do novo ministro da Justiça e Segurança Pública.

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta sexta-feira, 24, o novo boletim epidemiológico do coronavírus (Covid-19), que aponta mais 10 casos da doença em Sergipe, sendo nove em Aracaju e um em Nossa Senhora do Socorro. O Estado passa a ter 145 casos confirmados.

Os novos casos de Aracaju são: sete mulheres com idades de 25, 30, 32, 38, 40, 43 e 68 anos, todas com diagnóstico de síndrome gripal. Duas mulheres são profissionais de saúde. E dois homens de 32 e 62 anos, ambos com síndromes gripais.

Em Nossa Senhora do Socorro foi infectado uma mulher  de 40 anos também com síndrome gripal. Todos os novos casos desta sexta-feira cumprem isolamento domiciliar.

Foram realizados 1504 testes sendo 1359 negativados.  Estão internados 17 pacientes, sendo nove em leitos de UTI (seis na rede privada e três na rede pública) e oito em leitos clínicos (quatro na rede privada e quatro na rede pública). O número de pessoas curadas subiu pra 39. Continuam oito óbitos pela doença em Sergipe.

coronavirus congresso
Marcelo Camargo / Agência Brasil

Panorama atual

Aracaju: 95

Estância: 14

Itabaianinha: 07

Itabaiana: 04

Simão Dias: 04

N Sra do Socorro: 03

São Cristóvão : 03

Lagarto: 02

Propriá: 02

Pacatuba: 02

Itaporanga D’Ajuda: 02

N Sra da Glória: 02

Porto da Folha: 02

Capela: 01

Tomar do Geru: 01

Indiaroba: 01

Negativados: 1359

Receberam alta: 39

Confirmados: 145

Óbitos: 08

Aracaju: 05

Simão Dias: 01

Itabaianinha: 01

Itaporanga D’Ajuda: 01

A Coordenadora das Delegacias da Capital anunciou no início da tarde desta sexta-feira (24) que vai investigar a situação de um vídeo que circula nas redes sociais e mostra um caso que envolve maus tratos contra um animal. A cena foi flagrada em via pública através de registro feito por celular, possivelmente na região da Atalaia.

Um homem usa um cachorro, aparentemente um Pitbull, e ataca um gato. O cachorro prende o felino na boca, que se debate tentando fugir. A situação será averiguada pela Delegacia de Proteção ao Consumidor e Meio Ambiente (Deprocoma).

A investigação será feita para identificar rapidamente o suspeito. A especializada apura em que circunstâncias se deu o fato. O homem, que usa o cachorro como arma matar um gato, será responsabilizado por maus tratos de animais. Mais detalhes sobre o caso serão divulgados em momento oportuno.

A Polícia Civil ressalta que qualquer denúncia pode ser feita pelo Disque Denúncia 181. A ligação é gratuita e a identidade será mantida no mais absoluto sigilo. A denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Artigo 32, da Lei Federal nº. 9.605, de 12.02.1998 (Lei de Crimes Ambientais) e pela própria Constituição Federal Brasileira

NE Notícias informou nesta sexta-feira, 24, números da audiência da televisão, na Grande São Paulo, durante o pronunciamento do então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

Agora, também de acordo com o Ibope, na Grande São Paulo, NE Notícias informa os percentuais de audiência durante pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro.

A Globo teve Ibope superior a 20%.

A Band, vice-lider, subiu de 8 para 10%.

A Record subiu de 4 para 7%.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (24) a abertura de um inquérito para apurar os fatos narrados e as declarações feitas pelo então ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro. Entre as providências, o procurador-geral solicita ao Supremo a oitiva de Sergio Moro em razão da abertura do inquérito.

O pedido, autuado no STF como Inquérito 4.829, aponta a eventual ocorrência, em tese, dos crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra. “A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa”, aponta o procurador-geral.

“Indica-se, como diligência inicial, a oitiva de Sergio Fernando Moro, a fim de que apresente manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão. Uma vez instaurado o inquérito, e na certeza da diligência policial para o não perecimento de elementos probatórios, o procurador-geral da República reserva-se para acompanhar o apuratório e, se for o caso, oferecer denúncia”, conclui Augusto Aras no pedido.

Íntegra do Inquérito 4.829

Atendendo à recomendação do Ministério Público Estadual 003/2020 e do Conselho Estadual de Educação 004/2020, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) antecipa as férias dos professores e equipe de apoio da Rede Estadual de Ensino para o período de 27 de abril a 11 de maio. A antecipação alinha a necessidade pedagógica do cumprimento da carga horária mínima anual de atividades escolares, conforme estabelecido na Medida Provisória nº 934, de 1º de abril de 2020.

A antecipação das férias não trará prejuízos pedagógicos aos estudantes e professores, já que a Seduc está antecipando o calendário da Rede Estadual. A medida será reavaliada constantemente pelas equipes da Secretaria e novas providências poderão ser adotadas seguindo as orientações das autoridades de Saúde. Nesse período, a Seduc continuará disponibilizando as atividades complementares, em caráter experimental, tento em vista que o foco é continuidade da aprendizagem dos alunos.

A portaria nº 2054/2020, da Seduc está embasada legalmente no disposto no Parágrafo Único, do art. 4º, do Decreto nº 40.567, de 24 de março de 2020, que consolida e estabelece novas medidas de enfrentamento e prevenção à epidemia causada pela Covid-19, mantendo suspensas as atividades educacionais em todas as escolas da Rede Pública Estadual de Ensino.  Também considera o que preceitua o §2º do art. 23 da Lei nº 9.394 – LDBEN, de 20 de dezembro de 1996, no que tange à adequação do calendário escolar, neste caso, por conta de uma emergência em saúde pública.

O Comitê de Crise da Seduc está vigilante e vem acompanhando todo o processo da pandemia do Coronavírus, a fim de que minimizem os impactos negativos no processo de ensino-aprendizagem dos mais de 153 mil alunos matriculados nas 338 unidades de ensino de Sergipe, decorrente da suspensão das atividades educacionais, em razão do isolamento social, indispensável neste momento para conter a disseminação da Covid-19.