As receitas de medicamentos sujeitos à prescrição e de uso contínuo terão validade por prazo indeterminado, pelo menos enquanto perdurarem as medidas de isolamento para contenção da pandemia de covid-19. A medida é válida para receitas médicas e odontológicas. É o que estabelece o Projeto de Lei (PL) 848/2020, aprovado remotamente no Senado em votação simbólica, nesta terça-feira (7). A matéria vai à sanção presidencial. 

O texto foi aprovado como veio da Câmara, um substitutivo da relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), à proposta do autor, deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

O substitutivo altera a legislação que trata das medidas de emergência sanitária (Lei 13.979 de 2020). O relator da matéria no Senado, José Maranhão (MDB-PB), rejeitou as seis emendas apresentadas e fez apenas um ajuste de redação para alterar o número do dispositivo (art. 3º-A) a ser incluído na Lei.

Voltará à Câmara dos Deputados o projeto que permite indenização da União de pelo menos R$ 50 mil aos profissionais da saúde incapacitados permanentemente para o trabalho por conta da covid-19 ou aos herdeiros desses trabalhadores que vierem a óbito pela doença. Esse projeto de lei (PL 1.826/202) foi aprovado com emendas no Plenário do Senado Federal. Foram 76 votos a favor e nenhum voto contrário na sessão remota deliberativa desta terça-feira (7). 

A proposta é de autoria dos deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS). O texto já havia sido aprovado na Câmara, mas como o relator, senador Otto Alencar (PSD-BA), acolheu emendas do Senado modificando o projeto, terá de voltar à Câmara para nova análise.

— Sabe-se do esforço sobre-humano que todos os profissionais de saúde estão realizando no atual período da pandemia do novo coronavírus. O desgaste desses heróis nacionais, nossos profissionais, acontece por vários motivos, como o risco de contágio e a insegurança no trabalho, a inadequação, e também a insuficiência dos equipamentos individuais. É importante ressaltar o valor desses profissionais de saúde na recuperação da saúde, salvando vidas nos seus ambientes de trabalho. O Estado deve arcar com o auxílio financeiro extra aos profissionais de saúde que ficarem incapacitados em decorrência do trabalho da pandemia, bem como estender o auxílio aos seus familiares em caso de óbito — afirmou Otto Alencar.

Profissionais elegíveis

Serão elegíveis para o benefício, além dos respectivos dependentes (cônjuges, companheiros, filhos e herdeiros): profissionais de nível superior cujas profissões são reconhecidas pelo Conselho Nacional de Saúde; trabalhadores de nível técnico ou auxiliar vinculados às áreas de saúde; agentes comunitários de saúde e de combate a endemias; e aqueles que, mesmo não exercendo atividades-fim nas áreas de saúde, auxiliam ou prestam serviço de apoio presencialmente nos estabelecimentos de saúde — em serviços administrativos, de copa, de lavanderia, de limpeza, de segurança e de condução de ambulâncias, entre outros.

Otto Alencar acolheu emendas que acrescentam ao rol de trabalhadores beneficiados fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e profissionais de nível superior e técnico que trabalham com testagem nos laboratórios de análises clínicas, além de trabalhadores dos necrotérios, bem como coveiros.

Também foram incluídos no projeto, durante a tramitação no Senado, os trabalhadores cujas profissões de nível superior, médio e fundamental são reconhecidas pelo Conselho de Assistência Social e que atuam no Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Todos os líderes partidários no Senado encaminharam voto pela aprovação do projeto. 

Indenização

A indenização consiste em um valor fixo de R$ 50 mil para o profissional de saúde incapacitado (ou seus herdeiros, em caso de óbito do trabalhador) somado a um valor variável para cada um dos dependentes menores do profissional falecido.

O cálculo desse benefício variável será de R$ 10 mil multiplicados pelo número de anos inteiros ou incompletos que faltem para cada dependente atingir 21 anos de idade — ou 24 anos de idade caso o dependente esteja cursando nível superior. A extensão do benefício a menores de 24 anos estudantes foi por conta de uma emenda da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), acolhida por Otto.

Se houver dependentes com deficiência, independentemente da idade deles, o benefício adicional será de pelo menos R$ 50 mil. Ainda em caso de morte, a indenização irá cobrir também as despesas do funeral — essa previsão foi acrescentada por uma emenda também da senadora Rose de Freitas.

As indenizações poderão ser divididas em três parcelas mensais de igual valor e o dinheiro virá da União.

Não será cobrado imposto de renda ou contribuição previdenciária sobre o benefício. E, mesmo recebendo a indenização, o profissional ou dependentes ainda têm direito aos benefícios previdenciários ou assistenciais previstos em lei.

Compensação

No relatório, Otto Alencar trouxe dados de 12 de junho do Ministério da Saúde: 19% dos 432.668 profissionais de saúde testados para o novo coronavírus no Brasil tiveram resultado positivo. No total, 83.118 trabalhadores foram diagnosticados com a doença. De acordo com a pasta, foram relatados 169 óbitos de profissionais da área até então.

Já o Conselho Federal de Enfermagem, em notícia veiculada em sua página na internet em 16 de junho, afirma que o Brasil responde por 30% das mortes de profissionais de enfermagem por covid-19. São mais de 200 profissionais da área mortos pela doença.

O senador lembra que esses números, que já são altos, devem ser maiores ainda por conta da subnotificação. “O número de profissionais testados, no entanto, representa um pequeno contingente dos cerca de seis milhões de profissionais da saúde cadastrados em conselhos de suas respectivas categorias no Brasil”.

Por isso ele ressaltou a importância do projeto: “Essa compensação é um investimento social de forma a proteger os verdadeiros heróis na luta contra o coronavírus, os profissionais de saúde, que colocam suas vidas e as de seus familiares em risco em prol da nação”.

“Esses profissionais se afastaram de suas famílias, abriram mão de cuidados pessoais, da quarentena, em favor da segurança daqueles que amam e em nome do atendimento rápido e eficaz para quem precisava ser tratado. Médicos sofreram e ainda sofrem com sentimentos de medo e de saudade, que se misturam à força e à coragem de quem precisa lidar, diariamente, com pacientes diagnosticados ou com suspeita de infecção de coronavírus e merecem ter uma garantia de que suas famílias serão recompensadas caso o pior aconteça”, acrescentou.

Dispensa de atestado médico

O projeto dispensava a apresentação de atestado médico para justificar a falta ao trabalho, por conta da covid-19, nos primeiros sete dias de afastamento no serviço. De acordo com o texto, a dispensa de atestado médico serviria também para pagamento do repouso semanal remunerado e dos feriados. Mas essa dispensa foi retirada do projeto por emenda do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que foi aceita por Otto Alencar. 

Ao eliminar essa previsão, Otto Alencar lembrou que tal possibilidade já havia sido aprovada no Congresso sob a forma do Projeto de Lei (PL) 702/2020, mas acabou sendo vetada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (VET 7/2020).

O município de São Cristóvão acordou com muitas chuvas nesta quarta-feira, 8.

Ha previsão de chuvas em boa parte do Estado para este dia.

Sergipe continua enfrentando temperaturas típicas do inverno.

A juíza titular da 1ª Vara Federal de Sergipe, Telma Maria Santos Machado, atendeu pedido dos Ministérios Públicos Federal, do Trabalho e Estadual, no sentido de suspender a Portaria 86/2020, por entender que o documento contraria o próprio Decreto Estadual, quando liberou as atividades previstas para a Fase Bandeira Laranja.

A magistrada frisou que não é contra a flexibilização, mas que essa deve observar o que o próprio Decreto nº 40.615 determina, a necessidade de leitos de UTI preparados e equipados para atender a demanda dos casos graves. Para ela, não é prudente flexibilizar sem essa margem de segurança e condicionar a apenas aberturas de leitos de UTI é temerária, porque tais leitos necessitam de toda uma estrutura física e humana.

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Arquivo / ASN

A juíza ainda ponderou sobre a necessidade de uma comunicação clara e eficiente voltada a todos os sergipanos, no sentido de mostrar a situação pela qual o Estado está passando, porém de forma não alarmista, nem aterradora, mas sim pedagógica e serena. O objetivo deve ser levar a todos informações e propostas que visem a despertar a responsabilidade e não o medo, alegando que a população precisa ser conquistada para ser parceira nesse desafio, que é de todos.

Confira decisão na íntegra.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou nesta terça-feira, 7, o boletim epidemiológico do coronavírus, com 927 casos e 25 novos óbitos. Em Sergipe, 31.640 pessoas já testaram positivo para a COVID-19 e 851 morreram. Dos 25 óbitos, 21 estavam em investigação e foram confirmados. Ainda aguardam resultado 3.546 exames. Dos casos confirmados, foram excluídas cinco duplicidades atribuídas ao município de Malhador.

Oito vítimas são de Aracaju, a maioria do sexo masculino: 43, com hipertensão e diabetes; 48, com imunossupressão; 82, com hipertensão, cardiopatia, doença de Parkinson, insuficiência renal crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica; 97, com hipertensão; e 79, com diabetes. As três mulheres são: 66 e 67, com hipertensão e diabetes; e 44, com neoplasia.

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Secretaria de Estado da Saúde / Divulgação

Em Nossa Senhora do Socorro, cinco vítimas do sexo feminino: 68, com doença cardiovascular e diabetes; 60, com diabetes e hipertensão; e 65, 77 e 79, todas sem comorbidades. De Riachuelo, duas mortes: mulher, 78, com hepatopatia; e homem, 83, com hipertensão e doença renal crônica.

Em outras cidades, mais cinco mortes: homem, 76, da Barra dos Coqueiros, com imunossupressão, doença renal crônica e hipertensão; mulher, 88, de Simão Dias, com hipertensão, diabetes e cardiopatia; homem, 89, de São Cristóvão, com hipertensão; mulher, 70, de Itaporanga, com hipertensão, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica; e homem, 64, de Carira, com obesidade e diabetes. 

Os pacientes do interior sem comorbidades e que vieram a óbito são cinco, sendo quatro homens: 68, de Carmópolis; 39, de Umbaúba; 35, de Lagarto; 70, de Ribeirópolis. A única mulher é uma idosa de 99 anos, residente de Estância.

São 19.759 pessoas curadas até o momento. Foram realizados 59.015 exames e 27.375 foram negativados. Estão internados 678 pacientes, sendo 275 em leitos de UTI (152 na rede pública, sendo 149 adultas e 3 pediátricas; e 123 na rede privada, sendo 120 adultas e 3 pediátricas) e 403 em leitos clínicos (237 na rede pública e 166 na rede privada). São investigados mais 11 óbitos.

Como NE Notícias informou, agentes da Polícia Federal, com acompanhamento da Controladoria Geral da União (CGU), deflagraram na manhã desta terça-feira, 7, operação sobre o Hospital de Campanha de Aracaju.

De acordo com as investigações, foram constatados sobrepreço. desvio de verbas públicas, fraude em licitação…

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Polícia Federal na Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju — PF / Divulgação

Em entrevista coletiva à imprensa, três delegados da Polícia Federal falaram sobre as “irregularidades”:

Nós identificamos que alguns documentos sobre a instalação de gás canalizado não foram entregues e outros estavam incompletos. Observamos também assinaturas que não coincidiam, por isso nós decidimos pedir à Justiça essas mandados para ter acesso a esse material.

As três propostas apresentadas tinham erros de grafia idênticos no texto, o que nos leva a entender que elas foram feitas por uma mesma pessoa”, explicou o delegado Antonio. Os equívocos continuaram “Na proposta vencedora, por exemplo, não estava discriminado as toneladas de refrigeração necessárias para o hospital, o que abre margem para um superdimensionamento do item, com valor elevado, ou subdimensionamento, com oferta de refrigeração que poderia comprometer o atendimento de pacientes e conforto dos profissionais daquela unidade.

Também foi observado sobrepreço no aluguel de contêineres.

A procuradora do Ministério Público Federal Eunice Dantas também estranhou o contrato:

O que logo chama a atenção é a contratação de uma empresa especializada em estruturas para palcos e shows ser contratada para construir uma estrutura hospitalar. É preciso ter qualificação técnica para celebrar um contrato desse.

A especificação do objeto foi falha, inclusive com diferenças na contagem de contêiner; e orçamentos não detalhados, que mesmo sendo contratação emergencial, isso não está dispensado. Desde o início a empresa deveria ser desclassificada.

Eunice Dantas

Um dia depois de o governador Belivaldo Chagas (PSD) ter declarado publicamente sua preocupação com Itabaiana, ao falar sobre a Covid-19, o município sofreu o peso da ação do Governo do Estado.

Operação fechou vários estabelecimentos.

No município, também foram feitas várias notficações, inclusive contra uma agência bancária.

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Jorge Henrique / Alese

Ontem, em entrevista à TV, o governador disse que havia conversado com o prefeito Valmir de Francisquinho (PR) e que conversaria com o presidente da Assembleia Legislativa, Luciano Bispo de Lima (MDB), que não se sabe, oficialmente, que peso administrativo exerce no município.

Como NE Notícias informou, Itabaiana é o QUARTO MUNICÍPIO DE SERGIPE em número de mortes pela Covid-19.

A região metropolitana de Aracaju tem registrado oficialmente 60% das mortes pela Covid-19.

Como NE Notícias informou, a Polícia Federal cumpriu 9 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, 7, sobre o Hospital de Campanha de Aracaju.

A Operação Serôdio foi deflagrada em Aracaju e em Nossa Senhora do Socorro.

A investigação apura desvio de verbas públicas, associação criminosa, corrupção, fraudes na licitação e na execução do contrato de montagem do Hospital de Campanha de Aracaju.

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Hospital de Campanha – PMA / Divulgação

Os mandados foram cumpridos na sede da Secretaria de Saúde do Município de Aracaju, em Nossa Senhora do Socorro e na casa de servidores.

O hospital, que não tem leito de UTI, foi custeado por recursos do governo federal: R$ 3.258.000.

Até o último mês de junho, Aracaju recebeu do Fundo Nacional de Saúde cerca de R$ 24 milhões para combater a Covid-19.

Por dispensa de licitação, a proposta da empresa vencedora teve os mesmos erros gramaticais das propostas de outras duas licitantes. “É improvável que a mesma falha de redação tenha sido cometida por três redatores diferentes de três empresas diversas”, dizem o Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal.

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Rafael Almeida | Assessoria Parlamentar

O deputado estadual Gilmar Carvalho se juntou aos bombeiros militares, nesta terça/feira, 7, em uma homenagem ao subtenente BM Cadmo Xavier da Silva, que está internado em hospital particular de Aracaju para tratamento de um câncer.

O parlamentar conversou com o militar da reserva e prestou homenagem por sua vitória. “Acompanho a força e a fé desse homem de Deus desde o início de seu problema de saúde”, disse Gilmar, que possui uma boa relação com os profissionais da segurança pública.

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Xavier já havia sido homenageado antes por seus colegas quando ainda estava no meio do tratamento e agradeceu aos colegas. “Em relação ao meu problema de saúde, só tenho a dizer que sou bombeiro, bravo leão. Essa doença pegou a pessoa errada”, afirmou o bombeiro.

Na manhã desta terça-feira, 7, o subtenente voltou a repetir a frase: “o câncer pegou a pessoa errada”.

Ontem, 06 de julho, Sergipe registrou um isolamento social de 38,6%. Foi o 10º menor índice do país. As melhores posições ficaram com Ceará (44,6%), Rio Grande do Norte (43,8%) e Acre (43,0%). Já as piores com Minas Gerais (38,1%), Mato Grosso do Sul (37,9%) e Tocantins (35,1%). Os dados são da empresa InLoco e analisados pelo Observatório de Sergipe.

No ranking dos estados do Nordeste, Sergipe se destacou negativamente com a segunda pior colocação.

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Índice de isolamento social em 06/07/2020 – Fonte: InLoco

Aracaju

Com 40,6% das pessoas em casa, Aracaju teve a 9ª pior colocação do Brasil. Natal (45,3%), Fortaleza (44,9%) e Porto Alegre (43,8%) obtiveram os maiores índices. Em contraposição, Boa Vista (38,0%), Campo Grande (37,4%) e Palmas (36,2%) registraram os menores.

No cenário nordestino, Aracaju ficou com o 2ª pior resultado, a frente apenas de São Luis (38,6%).